Líder da oposição no Senado, Humberto Costa (PT-PE) fez uma avaliação da crise na segurança pública em diversas unidades federativas do país, entre elas Pernambuco, e afirmou que o cenário revela “muito amadorismo” do governo do presidente Michel Temer (PMDB).
"O presidente não eleito se esconde no Palácio do Planalto, o ministro da Justiça [Alexandre de Moraes] está licenciado em meio a tudo isso e o da Defesa, Raul Jungmann (PPS), é uma figura atrapalhada. Estamos diante de um governo patético e atabalhoado”, alfinetou o senador.
##RECOMENDA##Na visão do petista, a situação também é tensa em Pernambuco, onde, segundo ele, os cidadãos encontram-se “amedrontados com o quadro mais crítico de violência dos últimos dez anos”. Ele pontuou que o Pacto pela Vida “está praticamente inativo e não é mais capaz de fazer face ao terror que vitima a população”.
“É um quadro de guerra civil. Agora, temos lá também um movimento dos policiais militares (PMs) que preocupa muito a nossa população. É um rastilho de pólvora que corre o país inteiro e deixa os governadores encurralados, dada a imensa inação do poder federal para auxiliar os Estados em um momento de crise como este”, afirmou, citando dados da ONU que apontam que a cada 134 pessoas que morrem vítimas de violência no mundo, uma foi em Pernambuco.
O parlamentar salientou que Temer só se manifestou sobre os graves problemas no Espírito Santo “depois de pressionado” e quase duas semanas após o início da convulsão social nas ruas. Já hoje, ressalta Humberto, Temer “surpreendeu” ao não garantir a presença das Forças Armadas durante o Carnaval do Rio de Janeiro. O decreto publicado no Diário Oficial dessa terça-feira informou que os efetivos ficarão no Rio, que também vive uma crise de segurança pública, até a próxima quinta-feira.
O líder da oposição afirmou ainda que é “extremamente necessário” agir, de forma imediata, para criar um dispositivo nacional de solução desse problema crônico. De acordo com ele, as prisões, as demissões de policiais e o envio das tropas da Força Nacional ou das Forças Armadas não são soluções permanentes ou pacificadoras, mas sim “paliativos e remendos” feitos por "esse governo incompetente que vão estourar a qualquer momento".