Até a sexta-feira (15), quando o Conselho Superior de Transporte Metropolitano (CSTM) se reunirá, a expectativa sobre o aumento das passagens paira sobre a população. O presidente do Grande Recife Consórcio de Transporte, Francisco Papaléo, conversou com o Portal LeiaJá e, entre outros tópicos, adiantou que todos as tarifas serão atingidas pelo reajuste. 

“Congelamos o (preço do) anel B ano passado, mas a situação era completamente diferente. O cenário econômico é o pior possível, nosso poder aquisitivo diminuiu ou praticamente evaporou. Haverá recomposição tarifária em todos os anéis. Não sei se o B no mesmo índice do A, por exemplo, mas o congelamento de algum está inicialmente descartado”, garantiu Papaléo. O gestor lembra que os aumentos são baseados em um estudo tarifário, com bases técnicas padronizadas, utilizadas em diversos outros estados. 

Perguntado sobre de quanto será o novo aumento, Francisco Papaléo preferiu não estipular uma média. Listou, sim, os motivos mais diretos para o aumento das passagens na Região Metropolitana do Recife, como o reajuste salarial da categoria dos motoristas e cobradores, aumento nos tíquetes-alimentação e a alta no combustível. “Tudo isso tem impacto na nossa planilha. Simplesmente não podemos adotar um índice que não leve em consideração esses insumos”. 

Menos passageiros e possibilidade de protestos

De acordo com presidente, levantamentos do Grande Recife mostram que houve uma queda de 7%, nos primeiros dias do ano, da quantidade de usuários do transporte metropolitano. “Monitoramos o número de usuários e, comparado ao mesmo período do ano passado, esse número decresceu. Quando se utiliza menos o transporte, nós temos um impacto (financeiro)”, explicou. 

Em relação ao inevitável questionamento sobre as manifestações que devem acontecer após o aumento das passagens, Papaléo foi enfático ao dizer que respeita “qualquer manifestação democrática”. “Acho que temos que ir pra rua mesmo, protestar contra o aumento do combustível, o aumento do alimentos, protestar por todos os aumentos. Tem que se mudar o Brasil. Só não compactuamos com aquele pequeno número que de manifestantes que viram baderneiros; estes devem responder por seus atos”. 

Lembrou, por fim, que a reunião será aberta à imprensa e deixou, explicitamente, a porta do Consórcio aberta, depois da reunião, para todos os que se “manifestarem ordeiramente”, a fim de esclarecer qualquer “explicação necessária”. “Não nos furtaremos de sentar com todos. A gente fez isso ano passado e não será diferente agora”.