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Belém do Pará em um futuro próximo e distópico, governada por um regime totalitarista e autoritário. Nesse contexto futurista, três histórias se encontram e atingem seu clímax, em uma festa que dá nome ao filme: A Besta Pop. O projeto é o primeiro longa-metragem paraense realizado por estudantes de Cinema e Audiovisual da Universidade Federal do Pará (UFPA), e o primeiro do Estado produzido totalmente por universitários. O filme foi financiado coletivamente através de campanha crowdfunding – financiamento coletivo on-line – e arrecadou cerca de R$ 12 mil, apoiado por 102 pessoas.
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A história e roteiro produzidos em grupo foram idealizados pelo coletivo “Inovador Talvez”, grupo formado por estudantes do curso de cinema da UFPA. O roteiro do filme foi adaptado de histórias que já haviam sido escritas anteriormente por alunos do curso. “O roteiro todo foi construído a partir de três histórias que já existiam, e a gente teve o desafio de unir elas, onde todas elas se encerrassem na festa 'A Besta Pop', que dá nome ao filme”, conta o produtor e idealizador do projeto João Luciano.
Com um histórico de produções de curtas como Hue (2013), Príncipes no Exílio (2015) e Hacker (2016), o coletivo teve em suas mãos o desafio de criar pela primeira vez um roteiro de longa-metragem de 70 minutos, com três historias acontecendo ao mesmo tempo. “Foi trabalhoso porque a gente era acostumado a fazer roteiro de curta-metragem, e pra criar um longa-metragem tivemos que estudar muito mais. Principalmente a questão do roteiro 'multiplot', de como fazer funcionar sem deixar uma historia mais fraca e uma mais forte, equiparar elas”, explicou João Luciano.
O filme é contado através do “Evangelho Pop”, com cada capítulo e versículos perpassando pelo dramático, divertido e ousado. Uma das histórias contadas é a da personagem “Sam”, que decide gravar um documentário sobre a atividade da sua mãe, uma faxineira que costuma trabalhar limpando local onde ocorrem festas, e de seu amigo João, um jovem que trabalha como atendente de um serviço de apoio emocional. A personagem é interpretada pela atriz e jornalista Valéria Lima. “A Sam está gravando um documentário no filme sobre a mãe dela que limpa os locais onde acontecem festas e ela tem único amigo, que é o João. E ele comenta sobre a festa, a Besta Pop, e ela vai na festa porque decide gravar como parte do documentário”, conta Valéria.
Sobre atuar em um projeto inovador na região e com uma pegada futurista, Valéria conta que não sentiu dificuldade em interpretar nessa ambientação. “Não tive tanta dificuldade em relação à interpretação nesse ambiente futurista. A gente teve, na verdade, uma preocupação mais com a personagem, porque a Sam é uma pessoa que não se empolga com as coisas durante o filme. Então a gente tomou muito cuidado pra ela não se tornar um personagem chata”, revelou a atriz.
A direção do filme também foi feita coletivamente. Cada história foi dirigida por um diretor diferente. Um deles foi Rafael Silva, estudante do curso de Cinema e Audiovisual da UFPA, que contou que o filme é a primeira grande produção de que participou. “Foi bem legal dirigir, a gente não vê muitos filmes parecidos aqui na região, então essa proposta deixou todo mundo muito empolgado. O processo de direção foi muito bacana, a pré-produção, trazer referências de outros filmes e adaptar isso na nossa região”, contou o diretor.
O filme aborda um universo surrealista, frenético e atemporal que tem referências em filmes como: Akira (1988), Blade Runner (1982), Mad Max (1979) e em literaturas de distopias clássicas como Neuromancer (William Gibson) e 1984 (George Orwell). O conceito da arte do filme propõe um futuro construído a partir de referências da década de 80. Com o uso de iluminação com cores fortes e vibrantes aliado a figurino alternativo dos personagens e recortes da cidade que dialogam com a proposta.
A previsão de lançamento do filme é para novembro deste ano, no circuito comercial e alternativo de cinema da cidade, e principalmente em festivais por todo o Brasil. “Nós queremos fazer todos os passos, registrar na Ancine, veicular em alguma TV pública, pro filme não ficar algo doméstico da Universidade ou de Belém. A gente quer que o filme ganhe o Brasil todo”, conta João Luciano. Veja vídeo abaixo.
Página no Facebook do coletivo: facebook.com/inovadortalvezfilmes/
Por Ariela Motizuki.
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