O secretário de Segurança do Rio de Janeiro, general Richard Nunes, afirmou que a Polícia Civil já identificou alguns participantes do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes, ocorrido em março deste ano. Segundo Nunes, até o momento não foram efetuadas prisões para que outros suspeitos não escapem.
“Nós não podemos ser precipitados porque no momento em que se prende, por exemplo, um dos participantes, a gente poderia tentar fazer isso, não prende os demais”, observou o general, em entrevista à GloboNews, exibida nessa quarta-feira (21).
##RECOMENDA##“Alguns participantes nós temos, com certeza, agora o problema todo é esse: nós temos que criar uma narrativa consistente ligando esses atores com provas cabais que não venham a ser contestadas em juízo, no tribunal do júri. Aí sim seria um fracasso que a sociedade não observasse esses criminosos sendo efetivamente condenados”, completou.
Richard Nunes também aproveitou para reforçar a confirmação de que há milicianos envolvidos no caso. "Não é um crime de ódio, falei isso logo na primeira entrevista que dei, em março, sobre isso. É um crime que tem a ver com a atuação política, em contrariedade de alguns interesses. E a milícia, com toda certeza, se não estava no mando do crime em si, está na execução", disse Nunes.
O secretário ainda salientou que “provavelmente” há políticos envolvidos no assassinato da vereadora. E ponderou que a expectativa deles é de solucionar o crime até o fim da intervenção federal no Rio de Janeiro.
Marielle Franco e Anderson Gomes foram assassinados no dia 14 de março. Ativista dos direitos humanos, Marielle cumpria o primeiro mandato de vereadora e havia sido a quinta mais votada para exercer o cargo no município do Rio. Ela era conhecida por seus posicionamentos contrários à atuação arbitrária da Polícia Militar do Rio. Sete meses depois, o crime ainda não foi esclarecido.