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As principais bolsas da Europa encerraram o pregão desta quarta-feira, 20, em queda, pressionadas pelo impasse em torno do Brexit. As tensões comerciais envolvendo os Estados Unidos seguem também como pano de fundo dos negócios. O índice pan europeu Stoxx 600 terminou em 380,84 pontos, queda de 0,90%.

A novela do Brexit segue dando o tom nas negociações acionárias europeias. Ao longo da sessão, a pressão contra a primeira-ministra Theresa May foi aumentando, à medida que ela não consegue articular dentro do Parlamento britânico a votação do projeto de lei para o Brexit.

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A última jogada de May foi envio de um pedido à União Europeia para estender até 30 de junho o período para o Brexit, condicionando a isso a não participação nas eleições europeias. Para o presidente da Comissão Europeia, Jean Claude Juncker, por sua vez, o divórcio tem de ocorrer até 23 de maio, senão o Reino Unido vai ter de participar do pleito ao parlamento do bloco.

Quase no fim dos negócios, o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, disse que uma extensão curta para o Brexit pode ser possível - o que deu um alívio temporário aos investidores.

Nos minutos finais da sessão, no entanto, a tensão comercial azedou o sentimento dos negócios. Antes de embarcar para uma agenda em Ohio, o presidente americano, Donald Trump, criticou a União Europeia e disse que o bloco é "tão difícil de negociar quanto a China".

O tom beligerante de Trump contra os europeus fez com que algumas bolsas fechassem na mínima. O índice FTSE 100, de Londres, terminou em 7.291,01 pontos (-0,45%), o FTSE Mib, de Milão, recuou para 21.330,21 pontos (-0,47%) e o IBEX 35, de Madri, cedeu para 9.405,60 pontos (-0,91%).

Na praça londrina, o destaque de baixa foi do setor financeiro. Os papéis do Lloyds Banking cederam 0,58% e os do Barclays perderam 2,47%. O setor de telefonia também pesou no restante do continente - em Milão, a Telecom Itália recuou 2,39%, e em Madri, a Telefónica caiu 1,40%.

A alta do euro em relação ao dólar pesou sobre as ações exportadoras em Frankfurt. Os papéis da Infineon Technologies caíram 1,96%. O índice DAX terminou com queda de 1,57%, aos 11.603,89 pontos.

A bolsa de Lisboa encerrou em 5.265,52 pontos (-0,66%) e a de Paris terminou em 5.382,66 pontos (-0,80%).

O Ibovespa encerra a semana com mais um recorde histórico, o 11º de 2019. Pela primeira vez, marcou mais de 97 mil pontos. Fechou na máxima aos 97.677,19 pontos em alta de 1,16%. Com esse resultado, o índice acumulou alta de 1,64% na semana e de 11,14% no ano. O giro financeiro foi de R$ 15 bilhões, pouco menor que a média diária de janeiro.

O desempenho destoou do humor externo, onde autoridades internacionais veem uma deterioração das condições econômicas, sobretudo na Europa, e onde o investidor monitora as discussões sobre o Brexit, a persistente paralisação da administração americana e também a falta de uma solução definitiva para a guerra comercial entre os gigantes China e Estados Unidos.

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"Independentemente do que acontece no exterior, o Brasil segue com uma esperança, com um projeto de melhora das contas públicas", disse o gerente da mesa de renda variável da H.Commcor, Ariovaldo Ferreira. Ele afirma que o Ibovespa poderia ter subido ainda mais caso os bancos não estivessem sendo penalizados, segundo sua avaliação, pela possibilidade de mudanças na taxação dos juros sobre capital próprio (JCP). "Se não fosse a queda dos bancos, o índice teria subido mais", diz Ferreira.

Segundo reportagem do Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, o nível entre 95 mil e 97 mil pontos aumenta a sensibilidade para uma alguma correção do índice. "Nesse nível, pelos indicadores gráficos, e apesar de ainda estar subindo, começa a se observar um enfraquecimento da força compradora. A bolsa vai ficando mais sensível a notícias negativas", afirma Filipe Villegas, analista da Genial Investimentos. Isso não quer dizer que, no longo prazo, o índice passará a cair. As casas de análise seguem firmes em prever o Ibovespa acima dos 100 mil pontos. Para o Citi, a bolsa brasileira encerra 2019 aos 104 mil pontos.

Entre as maiores altas da carteira Ibovespa, o destaque foi a Cielo. A ação da empresa de transações com cartões valorizou-se depois que o Citi elevou de neutra para compra a recomendação para o papel e elevou o preço-alvo de R$ 13,80 para R$ 15,00, o que implica um potencial de crescimento de 47% em relação ao fechamento de quarta (R$ 10,21). De acordo com os analistas do Citi Felipe Gaspar Salomão, Jörg Friedemann e Dante Fagherazzi, a instituição espera que os volumes de pré-pagamento da Cielo dobrem até 2020 em comparação com os níveis de 2018.

Outro destaque de alta do Ibovespa foram as ações da Ecorodovias e da CCR. Os investidores reagiram positivamente à notícia de que o governador de São Paulo, João Doria, planeja renovar as concessões de rodovias administradas pela iniciativa privada no Estado que vencem até o fim de seu mandato, em 2022. Além de estender o prazo dos portfólios de grupos de infraestrutura e destravar investimentos nas estradas, a novidade sugere que o Estado poderá chegar a um acordo com as concessionárias para encerrar as disputas judiciais por causa de aditivos contratuais assinados em 2006, segundo analistas do BTG Pactual e do Bradesco BBI.

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