Tópicos | Harlynton Lima dos Santos

A Polícia Civil concluiu que o motorista de ônibus José Cândido da Silva, de 62 anos, foi responsável pela morte do estudante Harlynton Lima dos Santos, de 20 anos. A vítima sofreu politraumatismo após cair de um ônibus a poucos metros do Terminal do Cais de Santa Rita, no dia 15 de junho de 2015. José Cândido foi indiciado por homicídio decorrente de dolo eventual, quando o acusado assume o risco.

Segundo o inquérito, ficou caracterizado que José Cândido agiu de forma deliberada para derrubar o estudante, fazendo um movimento brusco com o veículo no momento em que o jovem tentava subir. Além disso, as investigações atestaram que diversas pessoas alertaram aos gritos e com batidas na lataria que Harlynson corria em direção ao ônibus, fazendo com que tanto José Cândido quanto o cobrador, identificado como Manoel Messias, tivessem totais condições de perceber a aproximação.

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De acordo com o delegado Newson Motta, responsável pela investigação, o motorista e o cobrador foram ouvidos duas e três vezes, respectivamente. Em todas as ocasiões a dupla negou ter conhecimento do fato. “Não só as perícias realizadas como as testemunhas ouvidas provaram de forma cabal que o motorista agiu de maneira irresponsável e proposital”, informou Motta. Por conta disso, os dois vão responder por falso testemunho, que prevê pena de até 4 anos e multa.

O pai de Harlynton, Jocely Ferreira, esteve presente na coletiva de conclusão do inquérito. Ele ficou satisfeito com a penalização do motorista, mas ainda vai recorrer à Justiça contra o Sindicato das Empresas de Transporte (Urbana-PE). “O presidente da Urbana disse à imprensa que meu filho foi imprudente. Eu sabia que meu filho não fazia esse tipo de coisa, de ‘morcegar’ em ônibus. Eu vou pedir uma retratação pública da empresa”, disse. “Já estamos em andamento uma ação cível contra a empresa de ônibus Vera Cruz, buscando uma indenização por danos morais”, acrescentou o advogado da família, Rodrigo Inojosa.

Ao todo, foram ouvidas 17 testemunhas, três delas consideradas essenciais para a conclusão da investigação por estarem a poucos metros ou mesmo descendo do ônibus no momento do incidente. O inquérito segue ao Ministério Público de Pernambuco (MPPE) ainda nesta quinta-feira (8). Os acusados vão responder em liberdade.

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