Popularmente conhecida como pressão alta, a hipertensão arterial é o prolongamento anormal da pressão que o sangue faz para circular pelas artérias do corpo. A doença crônica que, em 90% dos casos é hereditária, faz com que o coração precise se esforçar mais do que o habitual para distribuir o sangue por toda a estrutura física e é a principal causadora de problemas como acidente vascular cerebral (AVC), enfarte, aneurisma arterial além das insuficiências renal e cardíaca. Dados do Ministério da Saúde em 2018, mostram que um em cada quatro brasileiros adultos foram diagnosticados com hipertensão arterial.
O médico cardiologista do Hospital do Coração (HCor) Aezio de Magalhães Junior, alerta para um dos principais fatores da hipertensão entre os brasileiros: o estilo de vida. "A maioria da população é sedentária. Por não praticar atividade física, a pessoa geralmente está acima do peso e pode apresentar outros fatores associados, como diabetes e o consumo excessivo de sal na dieta", comenta.
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Membro da Equipe de Ergometria e Reabilitação Cardiopulmonar do Hcor, Junior ressalta a importância de unir alimentação saudável e atividade física para prevenção. "Uma dieta com mais frutas, verduras, hortaliças e menos gordura aliada a pelo menos 150 minutos de atividades físicas semanais, impacta na redução dos níveis de pressão arterial", orienta o cardiologista, que reforma a relevância do cuidado com o peso. "Se a pessoa conseguir diminuir 5% do seu peso corporal, é possível conseguir uma redução de 20 a 30% nos níveis de pressão".
O costureiro Paulo Borges, 37 anos, conta que foi diagnosticado com hipertensão aos 32, e que por isso passou a ter mais atenção com a saúde. "Hoje evito alimentos gordurosos, processados e uso menos sal. Nunca passei por uma complicação grave, mas tomo medicamentos para controlar a pressão. Apesar da caminhada que pratico de duas a três vezes na semana, ainda faço o uso de atenolol, losartana, alodipino e esperolactona", conta.
De acordo com números do Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (VIGITEL) de 2017, a tendência é a de que a hipertensão atinja níveis mais elevados conforme a idade. Sobre a hipertensão antes dos 30 e depois dos 50 anos, o cardiologista do HCor reforça a importância do acompanhamento médico. "Nestes casos temos que ir atrás de causas específicas, é o que chamamos de hipertensão secundária que pode não estar tão relacionada só com os hábitos de vida", conta Junior. "Pode ser um problema renal ou alguma disfunção hormonal, por isso é importante fazer as avaliações de rotina na população", complementa.
Sintomas
Os sintomas da hipertensão são silenciosos, por isso a prevenção é importante. Os indícios só aparecem quando a pressão sobe muito podendo ocorrer dores no peito, dor de cabeça, tonturas, zumbido no ouvido, fraqueza, visão embaçada e sangramento nasal.
O cuidado ao portador de hipertensão, com exames e procedimentos mais profundos a complicações oriundas da doença, é executado pelo SUS no âmbito da média e alta complexidade. Quem precisa de tratamento deve ser encaminhado para pontos de atenção e com estrutura tecnológica preparadas para os cuidados.