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Um barco com centenas de migrantes a bordo, que emitiu um pedido de ajuda no mar na madrugada desta terça-feira (22), atracou num porto da ilha grega de Creta, anunciou a Guarda Costeira.

As pessoas resgatadas "ainda não desembarcaram", disse à AFP uma porta-voz da Guarda Costeira.

Segundo o canal público ERT, 430 pessoas estão a bordo deste barco que foi rebocado por uma embarcação de pesca até o porto de Palaiochora, no sudoeste de Creta.

Mais cedo, a Guarda Costeira da Grécia havia anunciado uma operação de resgate de um pesqueiro com centenas de migrantes a bordo, que estava em situação de perigo ao sudoeste da ilha de Creta.

"O pedido de emergência afirmou que 400 a 500 pessoas estão a bordo", afirmou à AFP uma porta-voz da Guarda Costeira, antes de informar que os fortes ventos dificultavam a operação.

"Eles podem ver o barco, que está à deriva. Há um grande número de pessoas a bordo", acrescentou.

Dois navios de carga, um petroleiro e dois pesqueiros italianos prestaram ajuda, segundo a mesma fonte.

Com o aumento das patrulhas da Guarda Costeira grega e da agência de fronteira da UE Frontex no Mar Egeu, os traficantes de migrantes estão utilizando cada vez mais a rota mais longa e perigosa ao sul de Creta, segundo as autoridades gregas.

"Quase 80% dos fluxos da Turquia vão diretamente para a Itália", disse o ministro grego da Migração, Notis Mitarachi, na semana passada.

Prédios desabados, vidros quebrados e vários moradores nas ruas: esta é a paisagem deixada por um forte terremoto registrado em Creta, na manhã desta segunda-feira (27), com balanço de um morto e 11 feridos.

"Saiam, não fiquem em casa", gritou Maria, enquanto corria para fora de casa, atingida pelo terremoto na localidade de Arkalochori, a mais afetada pelo abalo sísmico.

A terra tremeu às 9h17 locais de hoje (3h17 no horário de Brasília), nesta cidade agrícola de 10.000 habitantes, situada a cerca de 30 quilômetros de Heraklion, a capital de Creta. Esta é a ilha mais importante da Grécia.

Tratou-se de um terremoto de magnitude 5,8, conforme o Observatório Geodinâmico de Atenas, e 6, segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS, na sigla em inglês). Seu epicentro foi registrado a 346 quilômetros ao sul de Atenas, a uma profundidade de 10 quilômetros, de acordo com o Observatório de Atenas.

Depois do primeiro sismo, o Observatório de Atenas registrou mais de 30 tremores secundários em cinco horas. O mais intenso deles foi de magnitude 4,6.

"É um terremoto que não esperávamos. No momento, há réplicas de 4,5", afirmou o presidente da Agência de Proteção Antissísmico, o sismólogo Efthymis Lekkas, citado pela agência de notícias grega ANA.

Acompanhado por Lekkas e por uma equipe dos serviços contra catástrofes naturais (Emak), o ministro da Proteção Civil, Christos Stylianides, viajou para Creta.

Um operário que trabalhava em uma pequena igreja morreu soterrado na queda do telhado provocada pelo terremoto.

"Onze pessoas foram hospitalizadas, principalmente por fraturas", disse um porta-voz dos serviços de emergência à AFP.

- População em pânico -

No centro de Arkalochori, moradores assustados correram para as ruas. Debaixo de uma árvore, Evangelia Christaki, de 62 anos, cuida do marido deficiente, de 67, e da sogra, de 96, cuja casa foi totalmente destruída.

"Quando aconteceu, eu estava em casa. Tudo caiu. Agarrei meu marido, e saímos", contou Evangelia à AFP.

"Felizmente, nossa casa não sofreu muitos danos, mas as autoridades nos pediram para ficarmos do lado de fora nas próximas horas. De qualquer modo, estamos muito assustados", acrescenta.

Em Arkalochori, dezenas de casas antigas ou abandonadas desabaram, disse o porta-voz da Defesa Civil, Spyros Georgiou, à AFP. Imagens divulgadas pela televisão pública ERT também mostraram danos em outras localidades perto de Heraklion.

O Exército e os bombeiros ergueram barracas para acolher os desabrigados.

A Grécia está situada em falhas geológicas, e terremotos são frequentes.

Em 3 de março, um terremoto registrado no centro do país, em Elassona, deixou um morto e dez feridos. Em 30 de outubro de 2020, um sismo de magnitude 7 sacudiu o Mar Egeu entre a ilha grega de Samos e a cidade turca de Izmir. Deixou duas vítimas fatais na Grécia, e 114, na Turquia.

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