Tópicos | Inocentes

Nesta semana, causou muita polêmica a realização de uma reunião pública na Câmara Municipal do Recife sobre o aborto, que seria comandada pela vereadora Michele Collins (PP). No entanto, a audiência foi cancelada no plenário da Casa, após protesto de um grupo feminista que compareceu ao debate e foi dada continuidade na sala da Presidência. 

O deputado federal Pastor Eurico (Patriota), em entrevista ao LeiaJá, comentou o assunto indo de acordo com a opinião de Michele. A missionária já afirmou que só Deus tem o direito de tirar a vida. “Eu sou veementemente contra o aborto, acho que a vida está em primeiro lugar”, ressaltou Eurico. 

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Eurico, que faz parte da bancada evangélica no Congresso, garantiu que a bandeira que defende continua de pé. Ele foi categórico, assim como já disse o parlamentar Marco Feliciano (PSC), que é contra o aborto em qualquer circunstância. “Eu não posso proibir a mulher de abortar se for estuprada, correndo risco de vida ou quando o feto é anencéfalo porque a lei permite o aborto nesses casos, porém o que eu puder fazer para convencer a não abortar, eu farei. Sou defensor da vida, sou contra o assassinato de inocentes”, reiterou. 

À TV-norte americana HBO, Eurico já tinha falado sobre o tema. “Eu respeito a mulher que quer abortar por causa do estupro, ela não teve culpa, mas também acho que a criança não merece ser assassinada”, opinou. Já o deputado Feliciano foi mais radical condenando mesmo em caso de estupro. “Eu sinto muito por essa mulher ter passado por essa provação. Todavia, o que está dentro dela já é uma vida e não importa se foi feita por estupro, por inseminação artificial ou por uma noite de amor”, disse recentemente. 

 

 

O papa Francisco presidiu nesta sexta-feira, em uma Roma blindada, sua quinta Via Crucis como pontífice, ao redor do Coliseu, ao fim da qual rezou pelo "sangue derramado pelos inocentes" por conta das guerras e injustiças.

Ao final do percurso com o qual se rememora o calvário de Cristo até sua crucificação, o papa pronunciou mais de sete vezes a palavra "vergonha" para enumerar os pecados, omissões, injustiças, escândalos e horrores que atingem o mundo e a Igreja.

"Vergonha pelo sangue de inocentes que cotidianamente é derramado de mulheres, crianças, imigrantes, pessoas perseguidas pela cor da pele ou por seu pertencimento étnico, social, ou por sua fé", disse o papa com voz firme e, às vezes, comovida.

Dirigindo-se ao Cristo crucificado, o papa argentino reconheceu sua "vergonha por todas as imagens de devastação, destruição e naufrágio, que se tornaram comuns para nós", acrescentou.

O papa Francisco reconheceu também sua "vergonha por todas as vezes que bispos, sacerdotes, consagrados e consagradas feriram seu corpo, a Igreja", em alusão aos abusos cometidos por padres pedófilos.

Em sua oração, o pontífice pediu por "irmãos atingidos pela violência, pela indiferença e pela guerra" e pediu que "rompam as cadeias que nos fazem prisioneiros de nosso egoísmo, de nossa cegueira involuntária, e da vaidade de nossos cálculos mundanos".

O papa chegou às 21H00 locais (16H00 de Brasília) ao célebre monumento romano, onde cerca de 20.000 pessoas, entre elas turistas e religiosos, além da prefeita de Roma, Virgina Raggi, o esperavam, algumas com tochas.

O percurso noturno ao redor do Coliseu foi feito neste ano em um clima particular, marcado pelas fortes medidas de segurança adotadas desde os atentados de domingo passado no Egito contra duas igrejas de cristãos coptas, que deixaram 45 mortos.

- Roma blindada -

"Roma está blindada, vigiada. Espero que não aconteça nada", comentou uma jovem à emissora italiana RAI, que transmitiu ao vivo o evento para inúmeros países.

Toda a área foi vigiada por patrulhas da polícia e pelo exército, além de corpos especiais de Inteligência.

Tanques do exército foram colocados na entrada da grande avenida que leva ao Coliseu para impedir ataques contra a multidão com automóveis, como ocorreu em Londres e Nice.

Francisco, de 80 anos, presidiu - como no ano passado - o rito do terraço do Palatino, em frente ao imponente anfiteatro romano, sem percorrer a pé as 14 estações.

Para esta ocasião, as meditações foram escritas pela biblista francesa Anne-Marie Pelletier, que decidiu não usar os nomes que habitualmente usa.

Entre os novos nomes das 14 estações destacam-se "Jesus é negado por Pedro", "Jesus e Pilatos", enquanto a última, a 14ª, se chamou "Jesus no sepulcro e as mulheres", tema que desenvolveu a questão feminina, das mulheres que sofrem.

Em cada uma das estações, algumas colocadas dentro do monumento, uma cruz cinza feita especialmente para o rito foi carregada por jovens, imigrantes e religiosos.

Na 10ª estação, uma família colombiana formada por Claver Martínez Ariza, sua esposa Marlene e seus dois filhos, levou a cruz. Na 8ª, foi carregada por uma família egípcia.

As duas famílias representam os dois países que o papa argentino anunciou que visitará neste ano para pedir o diálogo e a reconciliação, em particular na Colômbia, onde espera promover em setembro o perdão após a histórica assinatura do acordo de paz com a guerrilha das Farc, que pôs fim a mais de 50 anos de conflito.

Antes da Via Crucis, o pontífice, vestido de vermelho, se deitou sobre uma tapete na basílica de São Pedro, sem a cruz em seu peito e o anel de pescador, como um sinal de que Jesus morreu.

No domingo, as celebrações atingirão o ápice da Semana Santa com a missa da Ressurreição e com a mensagem "Urbi et orbi", que significa "à cidade e ao mundo".

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