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Uma lei que proíba o uso do burquíni seria "inconstitucional, ineficaz" e poderia criar "tensões irreparáveis", advertiu neste domingo o ministro francês do Interior, Bernard Cazeneuve, em uma entrevista ao jornal La Croix.

Embora várias personalidades da direita se pronunciaram a favor de uma lei que proíba este traje de banho islâmico centro de uma forte polêmica, o governo socialista "rejeita legislar a este respeito, visto que uma lei seria inconstitucional, ineficaz e de natureza capaz de suscitar antagonismos e tensões irreparáveis", declarou o ministro.

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Na sexta-feira, a mais alta instância jurídica francesa pôs um freio às proibições do burquíni. E chamou os prefeitos "ao respeito das liberdades garantidas pelas leis", evocando todos os municípios que proibiram na França este traje de banho islâmico.

Esta decisão não apagou a polêmica que agita a classe política francesa, no momento em que vários candidatos da direita realizaram atos de campanha durante o final de semana visando as primárias de novembro, que determinarão seu candidato para as eleições presidenciais de 2017.

O ex-presidente Nicolas Sarkozy, que se lançou em uma campanha com uma inclinação muito à direita, defendeu a proibição do burquíni, em nome de preservar o "modo de vida francês".

Seu rival na direita, o ex-primeiro-ministro Alain Juppé, líder nas pesquisas, ao contrário, se opõe a uma lei antiburquíni "de circunstância". "Onde vai parar esse frenesi que se apoderou da sociedade francesa? Vamos amanhã proibir vestir saias longas nas escolas?", ironizou.

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