Tópicos | Issey Miyake

O estilista japonês Issey Miyake, que teve uma carreira de sucesso de mais de meio século, faleceu aos 84 anos, anunciou nesta terça-feira (9) uma funcionária de sua empresa em Tóquio.

"Ele morreu na noite de 5 de agosto", disse a fonte por telefone à AFP, sem revelar sua identidade. Também não anunciou detalhes sobre o falecimento de Miyake.

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O funeral de Miyake já aconteceu "apenas na presença de parentes", de acordo com seus desejos, e não há planos de uma cerimônia pública, acrescentou.

O canal público de televisão NHK e outros meios de comunicação japoneses informaram a morte.

Miyake integrou o grupo de jovens estilistas japoneses que deixou sua marca em Paris na década de 1970.

Ele foi pioneiro no uso de roupas confortáveis de alta tecnologia, deixando de lado a grandiosidade da alta-costura em favor do que ele chamava simplesmente de "fazer coisas".

Nascido em Hiroshima em 1938, Miyake tinha sete anos quando os Estados Unidos lançaram uma bomba atômica em sua cidade em agosto de 1945.

Sobreviveu à explosão que deixou quase 140.000 mortos e abriu a porta para o fim da Segunda Guerra Mundial, após o lançamento de outra bomba nuclear contra Nagasaki, três dias depois.

Ele criou o Miyake Design Studio em 1970 em Tóquio e pouco depois abriu sua primeira loja em Paris.

Na década de 1980, no auge da carreira, Miyake começou a experimentar com materiais como plástico, metal, arame e até papel artesanal japonês.

Como se reinventar a cada temporada? Onde encontrar inspiração? Os estilistas atribuem boa parte de suas coleções a suas viagens, como na Louis Vuitton e na Issey Miyake, que desfilaram nesta quinta-feira (26), no segundo dia de desfile de primavera-verão da Semana de Moda de Paris.

Anos 1970 na Louis Vuitton

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O homem Vuitton é um grande andarilho: depois do Butão e da América profunda, nas coleções anteriores, ele foi parar no Rajastão, maior estado da Índia. O designer britânico Kim Jones explica ter se inspirado na "terra dos reis", no noroeste do país.

Cintura alta, bem ajustada, camisas de manga curta, óculos de sol redondos: o ar é totalmente seventies. Mas o homem Vuitton não tem nada de hippie... ele é hiper sofisticado.

Nosso viajante gosta de estampados chevron, aquele padrão em zigue-zague que adorna camisas de manga curta e retoma o Karakoram, motivo clássico da marca. Pequenos espelhos aparecem bordados em algumas peças, remetendo ao trabalho artesanal indiano.

Em 2015, o homem Vuitton prefere as cores caramelo, cáqui e azul, mas não se importa de vestir uma jaqueta bomber de seda laranja, ou um agasalho cor-de-rosa. Ele ousa até misturar cores: faixas cinzas, formando o "V" de Vuitton, cortam uma camiseta laranja de gola rosa.

O desfile também foi ocasião de mostrar acessórios: bolsas, é claro, com ou sem monograma. Os modelos também carregaram estojos de instrumentos e, para os aventureiros mais chiques, tapetes.

O criador Nicolas Ghesquière, que em março apresentou sua primeira coleção feminina para a Vuitton, assistiu o desfile na primeira fila.

A sensualidade de Dries Van Noten

O estilista belga Dries Van Noten conquistou os convidados da plateia e arrancou aplausos. Sensualidade, elegância, conforto: tudo isso em materiais bonitos, que dão vontade de tocar.

A transparência alterna com o brilho da seda. Roupas de baixo saem de casa para serem vistas na rua, como os ternos que lembram, em muito, confortáveis pijamas.

Dá para imaginar a coleção usada por um intelectual boêmio, prestes a mostrar seu torno, com a camisa aberta. Dries Van Noten optou por valorizar a parte de cima, ainda que as calças e as bermudas sejam um sucesso total.

As cores? Bege, verde esmeralda, bordô, vermelho papoula.

Verão e mar com Issey Miyake

A passarela, feita de pranchas, dá a deixa. O designer da Issey Miyake, Yusuke Takahashi, imaginou sua coleção enquanto passava férias no arquipélago de Palau, no Pacífico.

Diferentemente da sobriedade apresentada pelas grifes da quarta-feira, com Miyake foi possível sentir o cheiro e o calor da primavera-verão. No lugar de modelos sisudos, o desfile contou com homens bronzeados de sorriso no rosto.

A marca japonesa propõe, num guarda-roupa completo (do terno ao chapéu de palha), uma moda ampla, confortável, divertida. Abacaxis, pitaias e bananas dão um toque pop-art às roupas feitas de fibras naturais, como o abacá. o resultado é descontraído e elegante.

Criaturas estranhas aparecem em algumas roupas: o designer tomou emprestadas algumas fotos do livro "Abysses" de Claire Nouvian, fundadora da associação Bloom, que milita pela preservação do fundo do mar. Medusas, lulas e outras criaturas saem das grandes profundezas para a luz das passarelas.

"Foi um belo presente" da Issey Miyake, disse Claire Nouvian à AFP. "Aliando o talento de um designer japonês e uma mensagem ambiental, esperamos sensibilizar o mundo da moda. As grandes profundezas estão sendo devastadas", lamenta.

Os desfiles de moda continuam nesta sexta-feira, com destaque para a maison Givenchy.

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