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A natação do Brasil conquistou mais duas medalhas de ouro no Mundial Paralímpico de Natação, na manhã desta terça-feira. Ítalo Pereira e Ruan Souza triunfaram em suas provas no início do quarto dia de disputas na Piscina Olímpica Francisco Marquez, na Cidade do Mexico - mesmo palco que abrigou a modalidade na Olimpíada de 1968.

O primeiro a assegurar lugar no topo do pódio foi Ítalo Pereira, que faturou o seu primeiro ouro em um Mundial Paralímpico ao vencer a final dos 100 metros costas na categoria S7.

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Medalhista de prata no Mundial de Glasgow, em 2015, o nadador nascido na cidade de Porto Nacional (TO), deu continuidade à série de feitos expressivos que começou a acumular justamente há dois anos, quando também amealhou um ouro e três bronzes no Jogos Parapan-Americano de Toronto, antes de ganhar um bronze nos Jogos Paralímpicos do Rio-2016.

Foi mais um capítulo da superação de Ítalo Gomes, de apenas 22 anos, que desde os primeiros dias de vida encarou dificuldades. Ele nasceu com mobilidade reduzida devido a uma rubéola congênita e só começou a nadar aos 13 anos de idade. Mas, já com 14, obteve índices para provas nacionais. A carreira como paratleta engrenou rápido e, com apenas 16 anos, disputou os Jogos Paralímpicos de Londres-2012.

Desta vez, Ítalo garantiu o ouro ao terminar a prova em 1min13S77 e superar com folga o argentino Matias de Andrade, segundo colocado com 1min15s39, enquanto o bronze ficou com o croata Ante Rada, com 1min18s10. Outro único nadador presente nesta decisão, o norte-americano Caleb Cripe foi o quarto e último colocado, com 1min22s95.

Ítalo destacou que este seu triunfo foi uma boa forma de iniciar com o pé direito um ciclo que mira principalmente a Paralimpíada de 2020. "Essa medalha foi mais um passo importante para a nossa preparação, cujo foco total está em Tóquio-2020. Estar conseguindo para nadar para 1min13s na altitude foi bom, embora eu quisesse ter nadado para 1min13s. Estou bastante feliz, a gente treina para isso todo dia e foi uma missão cumprida", comemorou.

RUAN SOUZA - O paulista Ruan Souza conquistou o ouro na prova dos 100 metros borboleta na classe S9 ao cronometrar o tempo de 1min13s21, sendo que ele foi o único nadador da sua categoria a participar da final. Desta forma, o paratleta de 25 anos também ajudou o Brasil a passar a acumular dez ouros no quadro de medalhas do Mundial.

O País ocupa a quarta posição, logo atrás de Estados Unidos e Itália, que têm 11 ouros cada, mas os norte-americanos estão à frente dos italianos pelo maior número de pratas. Os chineses lideram com folga, com 17 ouros.

Nascido em Taubaté, Ruan já vinha de uma medalha de bronze obtida em uma prova do revezamento 4x100m medley nos Jogos Paralímpicos do Rio, em 2016. E agora obteve novo feito de uma trajetória como paratleta, cuja existência foi motivada por um drama sofrido ainda na sua infância. Ele foi atropelado quando tinha apenas 11 anos de idade e, por causa do acidente, ficou com uma perna menor do que a outra. E, após enfrentar algumas complicações com o membro atingido, optou por buscar a sua classificação funcional e ingressou na modalidade.

Agora campeão do mundo, Ruan revelou que também precisou superar alguns obstáculos impostos pela condição climática no México para triunfar nesta terça. "A prova em si não foi com o tempo que eu imaginava que seria, mas isso aconteceu um pouco por causa da gripe que eu peguei aqui e da altitude, mas o título de campeão mundial veio, apesar do tempo", festejou.

DANIEL DIAS - Em outra disputa realizada na manhã desta terça, Daniel Dias liderou com folga as eliminatórias da prova dos 50 metros livre classe S5 do Mundial do México, onde o astro brasileiro já acumula três medalhas de ouro e lutará para conquistar mais uma na final marcada para acontecer à noite, em prova prevista para ocorrer às 22h51 (no horário de Brasília).

Dono de 27 medalhas de ouro em Mundiais, o maior paratleta da história do País avançou à decisão por medalhas desta prova como líder ao cravar o tempo de 34s67, quase um segundo mais rápido do que o segundo colocado desta bateria qualificatória, com 35s50. A terceira posição ficou com o malásio Jamery Siga, com 38s47.

Não foi só com Daniel Dias que a torcida brasileira vibrou na noite de hoje (8) no Estádio Aquático. Ítalo Pereira levantou a torcida com um bronze muito comemorado e o atleta já pensa em conquistar medalha em Tóquio 2020. Em uma prova bastante disputada, Ítalo superou o ucraniano Marian Kvasnytsia por exato um segundo para chegar em terceiro lugar na final dos 100 metros costas, categoria S7. Na saída da piscina, ele lembrou dos minutos anteriores à prova e de ouvir o barulho das arquibancadas.

“Sabe quando você vai no parque, na montanha-russa? Você fica na fila e escuta quando todo mundo grita. Então a gente fica no balizamento e já escuta o barulho. Então é algo que te deixa com aquela vontade de ir pra cima, ir nadar”. Ainda com o corpo molhado da prova, ele ainda assimilava a conquista. “Ainda não caiu a ficha que eu conquistei essa medalha. Estou muito feliz”.

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Ítalo nasceu com mobilidade reduzida devido a uma rubéola congênita. Aos 13 anos decidiu incluir a natação na sua rotina para substituir a fisioterapia. “O médico sempre passava para mim fisioterapia e eu achava aquilo muito chato. Então ele me deu a opção de fazer natação ou fisioterapia. Então, escolhi natação. Até então eu não sabia da grandeza do esporte paralímpico.”, disse o atleta.

Agora, prestes a completar 21 anos na segunda-feira (12), Ítalo já pensa nos Jogos de Tóquio, em 2020, para manter o nome do Brasil forte na natação. “Imagino que agora vão acontecer coisas boas. Vou continuar treinando forte, manter o foco. Querendo ou não, Tóquio está aí na porta, né? Vou continuar treinando para buscar melhorar meu resultado e lutar para buscar um pódio lá também”.

Antes de pensar no Japão, Ítalo tem metas mais urgentes. Ele ainda disputa outras provas na Paralimpíada do Rio. Ele estará nas provas de 50m, 100m e 400m livre.

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