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O presidente do Grupo SHC e JAC Motors Brasil, Sergio Habib, afirmou nesta segunda-feira (5), que o problema enfrentado pelo mercado de automóveis no Brasil não é decorrente da falta de crédito, como faz parecer o governo quando pede aos bancos que libere mais financiamentos ao setor. "O que gerou a queda do mercado nesse primeiro trimestre não foi falta de crédito. Foi falta de demanda", disse, ao participar do Workshop New New Comers Auto & Caminhões, promovido pela AutoData, na capital paulista.

Segundo o executivo, o cenário de incerteza atual acaba gerando um consumidor mais cauteloso nas compras de bens duráveis. "O problema do mercado é falta de confiança. O pessoal está preocupado com o futuro e quem está preocupado não compra ou não troca de carro. O bem durável depende muito mais da confiança do que do preço", disse.

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Ele reforçou que não é verdade que os bancos estão mais restritivos. Para Habib, tanto o governo quanto outros empresários do ramo que batem na tecla de falta de financiamento estão apostando em um discurso errado. "Quem tem razão é o (Luiz Carlos) Trabuco (presidente do Bradesco). Ele falou que não é verdade (que os bancos estão emprestando menos). Tem crédito, tem tanto crédito quanto tinha há seis meses", reforçou.

De acordo com Habib, a concessão de crédito fez realmente o mercado "explodir" no passado, mas as restrições ao financiamento ocorreram em 2011. "O mercado parou de crescer em 2012 e 2013 para se adaptar a essas regras mais restritivas. Hoje é muito difícil comprar carro sem entrada, mas já era assim há um ano", exemplifica.

O executivo pondera que a liberação de crédito para carro sem entrada e com prazo de cinco anos era uma operação muito arriscada para os bancos. "Hoje a maioria das operações é 30% de entrada e saldo em quatro anos." Segundo ele, a avaliação se esse modelo é adequado deve ser feita pelo sistema bancário.

Para demonstrar que o cenário ligado ao financiamento não se alterou, Habib ressaltou ainda que a quantidade de fichas recusadas de concessão de crédito por parte dos bancos continua ao redor de 40%. "Essa quantidade está absolutamente estável."

Efeito Copa

O executivo diz ainda que a proximidade da Copa do Mundo também impacta diretamente na queda de vendas de veículos. Habib chama o efeito de "share of pocket", ou 'market share do bolso'. "Tem muito gente comprando televisão cara para a Copa. Esse dinheiro que está sendo canalizado para o pessoal comprar televisão de R$ 3 mil a R$ 7 mil reais não está indo para a troca de carro", explica.

Segundo Habib, esse é um fenômeno temporário e sua duração vai depender do prazo do compromisso desses consumidores com esse tipo de compra. "Se o pessoal comprou (parcelado) em três ou seis meses, o efeito vai durar mais uns três ou seis meses. Depois volta ao normal", avaliou.

O executivo, que prevê em 2014 uma queda por volta de 6% no mercado de automóveis, ponderou que o cenário não altera os planos da JAC Motors para o Brasil. "No longo prazo não muda nada. Ninguém faz uma fábrica para um ano", diz, referindo-se à planta industrial da empresa que está sendo montada em Camaçari, na Bahia, e que deve entrar em funcionamento em 2015. No curto prazo, entretanto, Habib afirma que o arrefecimento do mercado fez com que a empresa diminuísse em torno de 10% suas encomendas.

Um veículo modelo J3 vermelho, placa JAC-0003, registrada em São Paulo, foi enterrado em uma caixa de concreto, nesta segunda-feira (26), no terreno onde a JAC Motors vai construir sua primeira fábrica no Brasil, em Camaçari (BA), na região metropolitana de Salvador.

A ação fez parte do lançamento da pedra fundamental do empreendimento, que deve receber investimentos de US$ 600 milhões e tem previsão de inauguração no fim de 2014. A expectativa é que a unidade produza 100 mil carros por ano em seus 650 mil metros quadrados de área construída. No terreno, de 6,5 milhões de metros quadrados, haverá também uma escola de ensino básico. A unidade deve gerar 3,5 mil vagas de trabalho.

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Segundo o presidente da montadora no País, Sérgio Habib, dentro do carro enterrado foram colocadas cerca de 2 mil mensagens, de funcionários e clientes da empresa, além de fotografias e objetos de uso cotidiano, como um telefone celular, um computador, lâminas de barbear e refrigerantes.

"Estamos fazendo uma cápsula do tempo, que será aberta em 20 anos", diz o empresário. Ele explicou que o prazo de duas décadas foi decidido depois de uma negociação com o governador baiano, Jaques Wagner. "Eu queria fazer 50 anos, mas concordamos que a chance de estarmos aqui na abertura depois de tanto tempo não era muito grande. E queremos participar desse momento."

O veículo escolhido para ser enterrado foi o primeiro J3 que chegou ao Brasil, ainda na fase de testes do modelo. Segundo Habib, o carro está com 243 mil quilômetros rodados e foi dirigido por diversos funcionários da empresa, além de dez taxistas - que transmitiram suas opiniões sobre o carro para o desenvolvimento de melhorias.

Carro popular

Segundo Habib, o primeiro modelo que será fabricado na unidade está em fase de desenvolvimento. "Está fechado que será um hatch, com preços entre R$ 30 mil e R$ 42 mil, bem ao gosto do mercado local (nordestino e baiano)", disse.

Entre os presentes no evento, estavam Wagner, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, o embaixador da China no Brasil, Li Jinzhang, e o presidente mundial da JAC, An Jin. "Quero agradecer o carinho com que as famílias brasileiras receberam a JAC Motors", disse o executivo chinês, lembrando que o Brasil respondeu por quase metade dos veículos exportados pela montadora no ano passado (24 mil de 66 mil carros). "Temos confiança de que o mercado brasileiro continuará em forte crescimento."

Já o governador Jaques Wagner disse esperar que a Bahia se transforme na principal entrada de investimentos produtivos da China no Brasil. "Já temos mais uma montadora chegando (a Foton, que anunciou uma fábrica de veículos comerciais leves, orçada em US$ 300 milhões, também em Camaçari), mas estamos trabalhando essa parceria em outras áreas, como no agronegócio no oeste do Estado, que deve receber um grande investimento chinês em breve para processamento de soja."

Após o governo federal anunciar as regras do novo regime para a indústria automotiva do País, em Brasília, o presidente da JAC Motors no Brasil, Sérgio Habib, foi a Salvador, na Bahia, divulgar, na tarde desta quinta-feira, o cronograma de construção da fábrica da montadora em Camaçari, na região metropolitana.

Segundo o empresário, a terraplenagem deve ser iniciada em duas semanas. O lançamento da pedra fundamental da unidade está previsto para 28 de novembro; a conclusão da construção da fábrica deve ocorrer entre maio e junho de 2014; e a produção do primeiro automóvel, entre outubro e novembro do mesmo ano.

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"A Ford demorou 26 meses entre o início da construção da fábrica em Camaçari e a fabricação do primeiro automóvel. Estamos projetando nosso investimento em 24 meses porque, enquanto o governo elaborava o novo decreto, nós continuamos trabalhando", diz Habib.

De acordo com ele, apesar de o primeiro cronograma apresentado pela montadora ter sido suspenso pouco depois de seu anúncio, em agosto do ano passado, por causa do aumento do IPI para veículos importados decidido um mês depois, alguns trabalhos prosseguiram. "Tínhamos confiança que a legislação ia ser ajustada para casos como o nosso", afirma o empresário.

Ele avalia que a fábrica seria inviável caso não fosse adotada a nova regulamentação para o setor. "Uma fábrica, para começar a produzir no Brasil, precisa de algumas condições, como um índice de nacionalização menor, no início, e condições para importação de carros em volume razoável, para se montar uma rede de distribuição - sem a qual não se dá vazão aos veículos montados pela fábrica", afirma. "O novo decreto viabiliza completamente a operação da JAC no Brasil."

A fábrica da empresa em Camaçari foi orçada em R$ 900 milhões e projetada para ter capacidade de produzir 100 mil veículos por ano em regime de dois turnos - ou 140 mil carros anuais, em três turnos. O primeiro modelo a ser fabricado será um compacto feito exclusivamente para o mercado nacional. "Nossos engenheiros no Brasil e na China estão desenvolvendo o modelo", diz Habib.

De acordo com ele, o design do carro será totalmente novo - não vai compartilhar nenhuma peça com outros modelos da JAC em produção -, terá motor flex e opções de motorização a partir de 1.0. "O veículo incorpora o que a legislação determina para 2017", diz o empresário. A projeção da empresa é que o preço do modelo de entrada do veículo fique abaixo dos R$ 35 mil.

Vendas

Com a nova legislação para o setor, Habib também espera que, no ano que vem, as vendas da JAC no País voltem a registrar patamares semelhantes aos observados antes do aumento do IPI para importados - cerca de 3 mil unidades mensais. Para ajudar a marca a retomar o ritmo, a empresa também anunciou a chegada ao mercado nacional, em novembro, do compacto J2.

Após o reajuste na alíquota do IPI, de acordo com o empresário, o volume de vendas da JAC no País caiu para cerca de 1,8 mil unidades por mês, mesmo com a empresa adotando a política de não repassar o aumento para o preço dos carros. "Nós optamos por cortar todas as verbas de publicidade no período, o que acabou afetando (o resultado)", conta Habib.

Por Diogo de Oliveira

A JAC Motors, indústria de produção de automóveis chinesa, previa a instalação de uma fábrica no município de Camaçari, na Grande Salvador, produzindo três mil empregos diretamente ligados à indústria e outros dez mil indiretos. A suspensão se deve ao Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI). O IPI tem valores diferenciados para industriais nacionais e internacionais. Para as nacionais o imposto cobrado é de 6,5%, as internacionais pagam um valor de 30,5% sobre o que é vendido.

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Para o presidente da JAC Motors no Brasil, Sergio Habib, "a medida foi drástica já quando adotada. Mas o dólar à época estava a R$ 1,70. Agora, com o dólar a R$ 2, a operação toda ficou muito cara. Por essa razão é que, sem o decreto do governo rebaixando o IPI, não temos como pensar em aumentar as revendas e muito menos em construir a fábrica na Bahia". Os representantes da empresa esperam que o decreto do IPI para indústrias internacionais seja regulamentado, para poder revisar a suspensão. 

O assessor de comunicação da JAC Motors, Eduardo Pincigher, afirmou que “o governo anunciou no Plano Brasil Maior e até agora não regulamentou o decreto. Assim que houver essa determinação por parte do governo, nossa ação vai ser revista”.

Reduzir o IPI

O decreto que reduz o IPI foi lançado em 22 de maio deste ano no Diário Oficial da União. Até então, o imposto era de 37% para carros e utilitários. A redução em 7% prevê que os cofres públicos deixarão de arrecadar R$ 1,2 bilhões até o final do decreto, em 31 de agosto. Nessa redução foi priorizado que veículos entre mil e duas mil cilindradas movidos a álcool ou do tipo flex caíssem 5,5% e os movidos à gasolina, 6,5%.

A criação da fábrica na Bahia foi anunciada num valor da ordem de R$ 900 milhões. A regulamentação do decreto esperada pela JAC Motors é que o valor do IPI para indústrias nacionais e internacionais seja o mesmo. Com resposta positiva, a JAC Motors retomará a instalação em 2014.

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