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Em meio a mais uma fase de crise em torno do Brexit, o político britânico Jo Johnson, que é irmão do primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, anunciou nesta quinta-feira, 5, a sua renúncia tanto ao cargo de ministro para Universidades e Ciência, que passou a ocupar no atual governo, quanto ao seu mandato de parlamentar pelo distrito de Orpington.

"Nas semanas recentes, estive dividido entre lealdade familiar e o interesse nacional. É uma tensão impossível de resolver e é hora de outros assumirem meus papéis como membro do Parlamento e ministro", escreveu Jo Johnson em sua conta no Twitter, insinuando que ser leal ao irmão e premiê estava se contrapondo ao interesse nacional.

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Diante da decisão de Boris Johnson de suspender o Parlamento britânico por cinco semanas, encarada amplamente como um passo para forçar um Brexit sem acordo sem que o Legislativo tenha tempo hábil para oferecer resistência, a Câmara dos Comuns aprovou nesta semana um projeto de lei que, se entrar em vigor, obrigaria o primeiro-ministro a pedir à União Europeia uma extensão da data-limite da separação até 31 de janeiro de 2020 caso não se firme um acordo até 19 de outubro.

O rito de tramitação passa nesta sexta-feira, 6, pela Câmara dos Lordes e, se receber anuência por lá, volta novamente aos Comuns, possivelmente na segunda-feira, dia 9.

A possível perda de controle da condução do divórcio fez com que 10 Downing Street tentasse aprovar na quarta-feira, 4, a convocação de eleições antecipadas para o começo da segunda quinzena de outubro, mas a proposta foi derrubada no Parlamento.

O novo primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, nomeou seu irmão para um cargo no governo. Jo Johnson, de 47 anos, assumiu nesta terça-feira, 30, o cargo de secretário de Estado da Economia, Energia e Indústria durante o mandato de seu irmão mais velho. A decisão de nomear o irmão foi criticada por jornais britânicos e também por parlamentares de oposição.

Não é a primeira passagem de Jo Johnson por gabinetes ministeriais. Em 2013, ele foi nomeado para o cargo de Secretário das Universidades e Ciência pelo ex-premiê David Cameron, e em 2018, na gestão Theresa May, foi Secretário dos Transportes.

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Apesar da experiência, Jo Johnson foi criticado por ter mudado de ideia diversas vezes sobre o Brexit ao longo dos últimos três anos. Primeiro, ele foi contrário à saída do Reino Unido da União Europeia. Depois, em 2018, se posicionou contra uma saída dura, sem acordo, da UE. Agora, ele se juntou ao gabinete de ministros do irmão - que já declarou ser favorável a uma saída sem acordo do Reino Unido.

Além de nomear o próprio irmão como ministro, Boris Johnson exonerou 11 membros do governo anterior. Suas vagas foram preenchidas por políticos conservadores e "eurocéticos" - que não confiam na União Europeia.

Os jornais ingleses repercutiram negativamente as escolhas de Johnson. O The Times afirmou que as mudanças são "o mais brutal purgatório do governo na história política moderna". Enquanto isso, o Daily Telegraph chamou a reformulação do governo de "massacre político". Por fim, o The Guardian disse que as mudanças simbolizam uma "limpeza histórica".

O Financial Times considera que Boris Johnson "rasgou" o executivo anterior e colocou no seu lugar uma formação "hardcore" de 'brexiteers', o nome dado aos defensores da saída do Reino Unido da União Europeia (UE).

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