O ex-presidente do Conselho de Administração da Camargo Corrêa, João Ricardo Auler, e o presidente da Construtora OAS, José Adelmário Pinheiro Filho, foram dispensados pela CPI da Petrobras, depois de anunciarem que ficariam calados, por orientação dos advogados. Diante do silêncio, o presidente da comissão, deputado Hugo Motta (PMDB-PB), resolveu dispensá-los.
Com a dispensa, o único depoente ouvido nesta terça-feira (26) foi o ex-vice-presidente da construtora Camargo Corrêa, Eduardo Hermelino Leite, que confirmou o pagamento de propina.
##RECOMENDA##Auler chegou a ser preso pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal, mas foi solto. A Camargo Corrêa participou de consórcios de empresas responsáveis por obras das refinarias Getúlio Vargas (Paraná), Henrique Lage (São Paulo), e Abreu e Lima (Pernambuco), além do Gasoduto Urucu-Manaus. A PF apura o superfaturamento das obras e o desvio de dinheiro em prol de partidos políticos por meio de contratos com empresas de fachada.
As empresas do grupo OAS também são investigadas sobre participação no esquema de corrupção. Entre 2005 e 2014 foram celebrados contratos com a Petrobras no valor de R$ 10 bilhões e US$ 48 milhões. No período, foram identificadas transferências de R$ 7 milhões para contas controladas pelo doleiro Alberto Youssef – o que a polícia suspeita que seja uma maneira de pagar propinas.