Tópicos | José Wilson Santiago

Um secretário do deputado afastado Wilson Santiago (PTB-PB) foi filmado pela Polícia Federal enquanto recebia R$ 50 mil no aeroporto de Brasília. Ele levaria o dinheiro, depois, para o Congresso, de acordo com a investigação. O vídeo faz parte das investigações da Operação "Pés de Barro", que apura o pagamento de mais de R$ 1,2 milhão em supostas propinas resultantes do superfaturamento das obras da Adutora Capivara, no sertão Paraibano.

O dinheiro foi entregue a Israel Nunes de Lima em 7 de novembro de 2019. O acerto, no entanto, teria ocorrido entre George e Evani Ramalho na noite anterior no estacionamento de uma rede de supermercados.

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George Ramalho é empresário da Construção, Empreendimentos e Comércio, a Coenco, responsável pela construção do sistema adutor, e fechou delação premiada com a PF. Evani é secretária parlamentar de Santiago. Ela é apontada pela PF como responsável pela gerência operacional e contábil do esquema de corrupção.

Em 7 de novembro do ano passado, segundo a investigação, George pegou um avião de João Pessoa para Brasília levando, em uma mochila, R$ 50 mil em dinheiro. Ao chegar no aeroporto ele entregou a mochila a Israel após uma conversa rápida. Israel saiu do aeroporto no carro da locadora de veículos que possui contrato com a Câmara dos Deputados.

O veículo seguiu até o anexo IV da Câmara dos Deputados, onde se encontra o gabinete do deputado federal Santiago.

O advogado Luis Henrique Machado, que defende o parlamentar, disse que George ganhou "notoriedade na Paraíba por delatar terceiros para não ser preso" e não apresentou nenhuma prova de que Santiago recebeu dinheiro ilícito.

"Tampouco a Polícia Federal apresentou provas que incriminassem o deputado. A ação controlada, as intercepções telefônicas, telemáticas e ambientais não dizem nada a respeito do deputado, somente ilações e conjecturas", disse o defensor.

As defesas de Israel e Evani não foram localizadas. Em 21 de dezembro, a PF cumpriu um mandado de busca e apreensão no gabinete de Santiago, a mando do Supremo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O deputado federal José Wilson Santiago (PTB-PB) é um dos alvos da Operação Pés de Barro, deflagrada neste sábado (21) pela Polícia Federal. O gabinete dele na Câmara dos Deputados foi revistado por policiais federais.

Pelo Twitter, a Polícia Federal (PF) detalhou que estão sendo cumpridos 13 mandados de busca e apreensão, nas residências e locais de trabalho dos investigados, quatro mandados de prisão preventiva e sete ordens de afastamento das funções públicas, entre elas, a do deputado.

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Ainda segundo a PF, as investigações apuram pagamentos de “propina” decorrentes do superfaturamento das obras da Adutora Capivara, sistema que se estende do município de São José do Rio do Peixe a Uiraúna, no sertão da Paraíba.

As obras, contratadas por mais de R$ 24 milhões, teriam distribuídos, de acordo com as investigações, propinas no valor R$ 1,266 milhão. Foi determinada, também, pela Justiça, a indisponibilidade de bens imóveis em nome dos investigados.

A ação, autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello, mobilizou 80 policiais federais. Eles cumprem mandados em endereços ligados aos investigados, em Brasília, no Distrito Federal, João Pessoa, e em mais duas cidades do sertão da Paraíba.

Além do deputado e de quatro de seus assessores, são alvo da operação o empresário Cledson Dantas, um funcionário da prefeitura de Uiraúna, Severino Batista e o prefeito João Bisco Nonato Fernandes, que foi preso na operação. Até o fechamento dessa reportagem à Agência Brasil não conseguiu contato com as defesas dos investigados.

Eles deverão responder pelos crimes de peculato, lavagem de dinheiro, fraude licitatória e formação de organização criminosa, cujas penas, somadas, ultrapassam 20 anos de reclusão.

Também pelo Twitter, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, comentou a operação. “Quase encerrando o ano, a Polícia Federal realiza mais uma operação relevante contra a corrupção e lavagem de dinheiro”, afirmou.

De acordo com a PF, o nome da operação, Pés de Barros, “é uma alusão a um termo bíblico que serve para identificar, na vida pública, os falsos valores políticos, ou seja, os líderes carentes de méritos intrínsecos. Nabucodonosor, antigo rei da Babilônia, teve um sonho interpretado pelo profeta Daniel no qual uma grande estátua de ouro, cobre e prata desmoronara por ter os pés de barro. O termo ‘pés de barro’, então, passou a designar as riquezas cuja base não se sustenta do ponto de vista moral."

 

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