Tópicos | Julgamento do impeachment

O senador Aécio Neves (PSDB) e a presidente afastada Dilma Rousseff (PT) protagonizaram, nesta segunda-feira (29), o primeiro embate após a campanha eleitoral de 2014, quando ela foi reeleita com 51.65%, deixando o tucano em segundo lugar com 48.35% dos votos. Aécio foi o primeiro a interpelar a petista com o reinício da sessão interrogatória do julgamento do impeachment que acontece no Senado. 

Ironizando, o parlamentar disse que “não poderia imaginar” reencontrar a petista “nestas condições” após os debates eleitorais daquele ano. Rebatendo argumentos do discurso inicial da presidenta afastada, proferido mais cedo, Aécio disse que “não é desonra alguma perder a eleição, sobretudo, quando se cumpre ideias e cumpre a lei. Não diria o mesmo quando se vence a eleição faltando com a verdade e descumprindo a lei”. “Vossa excelência recorre aos votos que recebeu como justificativa [para se manter no cargo], mas o voto, sabemos todos, não é um salvo conduto. Pressupõe direitos e deveres”, cravou.

##RECOMENDA##

[@#video#@] 

Aécio salientou ter alertado as dificuldades do país e a projeção de recessão econômica durante os encontros que tiveram na campanha presidencial e ter ouvido da petista que ele era “pessimista”. Diante do discurso ácido, o tucano questionou: “Em que dimensão vossa excelência e seu governo se sentem responsáveis pela recessão, os 2 milhões de desempregados e a perda média de 5% da renda dos brasileiros?”

Em resposta, Dilma Rousseff disse que a partir da eleição “uma série de medidas políticas, para desestabilizar o meu governo foram tomadas”. “Uniu-se duas forças diferentes, uma que queria impedir que a sangria continuasse, como foi dito em gravações telefônicas, e a força que queria nos impedir que saíssemos da crise”, ressaltou, listando que a partir do dia 29 de outubro de 2014 uma série de ações nacionais e internacionais agravaram a instabilidade econômica do país, como a desaceleração da China e a queda no preço das Comoditis. 

Já quanto a citação de se valer dos votos como justificativa, Dilma fez questão de deixar claro o respeito que tem pelo voto direto. “É uma grande conquista, agora não respeito à eleição indireta que é produto de uma derrota política. Posso ter cometido erros, não ter cumprido tudo aquilo que era esperado de mim. Muitos acreditam que eu não poderia ter ampliado os gastos ficais, mas é necessário informar que não é uma falta minha. As medidas que propusemos foram necessárias para o país sair da crise”, justificou.

Sob a ótica dela, não “tem nada de mal ganhar ou perder eleição”, mas os que perdem não podem agir com a política do “quanto pior melhor”. “Isso é impedir que a população saia da crise”, concluiu. 

LeiaJá também

--> "Se aprovar impeachment, Senado compactuará com golpe"

--> Não tenho um apreço egoísta pelo meu mandato, crava Dilma

--> “Voto não é cheque em branco”, diz Ferraço

--> Grazziotin diz que o impeachment 'tem o carimbo do PSDB'

--> Cristovam Buarque: 'meu voto será pelo impeachment'

--> Caiado diz que Dilma não poderia ter assinado decretos

--> Requião: 'não há possibilidade dela ter cometido crime'

 

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando