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O ex-treinador da equipe de ginástica olímpica da seleção americana, John Geddert, se matou nesta quinta-feira (25). Ele foi acusado pela procuradoria-geral de Michigan, de praticar 24 crimes, entre eles, trafico de pessoas e assédio sexual e horas depois cometou suicidio. Ele era ligado ao médico Larry Nassar, que foi condenado à pena perpétua por crimes parecidos em mais de 150 garotas treinadas poe ele.

Dono do time onde Larry Nassar confessou ter praticado alguns crimes, Geddert, de 63 anos, foi acusado de 24 crimes que ocorreram no Clube de Ginástica Twin Stars, que pertencia a John e era usado, de acordo com a imprensa americana, para a prática dos crimes.

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Em alguns depoimentos das vítimas de Larry Nassar, John sempre era citado como o 'amigo' que fornecia toda a estrutura para praticar os atos criminosos.  Segundo a CNN americana, os crimes aconteceram de 2008 a 2016. Tráfico de pessoas, trabalho forçado, além do assédio sexual, são os crimes que compõem a denúncia. Além disso, a acusação de mentir para um oficial também está inserida e resultou em toda a operação. 

Horas depois da notícia, um corpo encontrado pela polícia em Rand Ledge, Michigan, foi indentificado como do ex médico da seleção americana de ginástica olimpíca. A informação foi divulgada pelo perfil oficial da entidade.

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Recentemente, um grande escândalo sexual do meio esportivo veio à tona. O treinador de ginástica artística Fernando de Carvalho Lopes foi denunciado por mais de 40 atletas e ex-atletas de abuso sexual. Mas os escândalos sexuais não são acontecimentos recentes, vários casos já foram relatados ao decorrer dos anos. 

Em 2016, o ex-médico da seleção americana de ginástica, Larry Nassar, foi acusado de abusar sexualmente cerca de 260 mulheres. A maioria, menores de idade na época. Entre as acusadoras, estão as campeãs olímpicas Gabby Douglas e Simone Biles. Nassar foi julgado e assumiu ser culpado de vários casos de assésio e também de portar conteúdo de pornografia infantil. O ex-médico foi condenado a mais de 100 anos de prisão. 

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Em abril deste ano, outra denúncia agitou o mundo esportivo. Jogadores das divisões de base do Independiente, da Argentina, eram aliciados para fazer programas, além de sofrer abusos sexuais. A revelação veio à tona quando uma das vítimas, em uma conversa com a psicóloga do clube, contou o caso. Dias depois, uma médica que trabalhou no River Plate também denunciou esquemas parecidos no clube. O caso ainda corre na justiça. Até o momento, cinco pessoas já foram presas. 

Em 2015, o atacante Benzema foi indiciado por cumplicidade em tentativa de extorsão e associação ao crime, depois de ser considerado envolvido em um caso de chantagem a Valbuena por causa de uma existência de um vídeo íntimo. Valbuena denunciou o companheiro de equipe. Ambos atletas ficaram de fora da convocação para os amistosos da Seleção Francesa contra a Alemanha e Inglaterra. 

Em 2008, a nadadora pernambucana Joanna Maranhão revelou ter sido molestada sexualmente pelo seu treinador, Eugenio Miranda, quando tinha apenas nove anos. Joanna chegou a processar o ex-técnico e ganhar a causa, contudo, o crime já havia prescrevido e por isso, o abusador não foi preso. Depois do acontecido, o Senado Federal aprovou um projeto de lei alterando o Código Penal Brasileiro. O prazo de prescrição começa a contar a partir do momento em que a vítima completa 18 anos, e não mais do momento do crime. O projeto, denominado Lei Joanna Maranhão, foi aprovado em 2012. 

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O procurador-geral de Michigan, Bill Schuette, criticou a Universidade Estadual de Michigan por permitir que Larry Nassar abusasse sexualmente de crianças e mulheres durante anos, e também mandou um recado para o conselho de administração da instituição.

"Não preciso de conselhos do conselho", disse Schuette em uma entrevista coletiva neste sábado. "Francamente, eles são os últimos que deveriam dar conselhos por causa de seu comportamento".

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A procuradoria investiga a forma como a universidade lidou com as acusações de abuso sexual contra o médico. Schuette disse que Williams Forsyth, um promotor aposentado com mais de 40 anos de experiência, trabalhará em tempo integral na investigação independente. Forsyth liderará um grupo que inclui investigadores do escritório da procuradoria de Michigan e da polícia estadual.

"O que deixou a Estadual de Michigan apertada é a sensação de que eles se esconderam informações", disse Forsyth. "Talvez porque eles pensaram que isso os tornaria melhores, mas você não pode fazer isso ".

Nassar foi sentenciado nesta semana a um mínimo de 40 anos de prisão por abusar sexualmente de jovens mulheres, muitos delas atletas da universidade. Há uma crescente pressão para saber se funcionários da universidade estavam conscientes do seu comportamento e de como eles reagiriam às acusações de abusos.

A presidente da universidade, Lou Anna Simon, renunciou algumas horas depois da sentença contra Nassar na quarta-feira, e o diretor esportivo da universidade, Mark Hollis, deixou seu cargo na sexta-feira.

Os jornais Lansing State Journal e The Detroit News informaram na sexta-feira que a universidade não compartilhou com uma paciente todas as conclusões de uma investigação de 2014 sobre suas acusações contra Nassar por abuso sexual.

A paciente, Amanda Thomashow, recebeu uma versão abreviada do relatório, que concluiu que o comportamento de Nassar não era de natureza sexual, e por isso não violava a política da universidade sobre assédio.

A universidade não forneceu a Thomashow o resto de suas descobertas, incluindo que Nassar não explicou os procedimentos "invasivos e sensitivos" que realizou, e que ao não receber o consentimento dos pacientes "expunha os pacientes a um trauma desnecessário com base na possibilidade de que (o tratamento) foi percebido como comportamento sexual inapropriado".

Além de seu trabalho na universidade, Nassar atuou como médico da Federação de Ginástica dos Estados Unidos, e várias atletas olímpicas do país o denunciaram por abuso sexual. Toda a diretoria da federação renunciou após pressão do Comitê Olímpico dos Estados Unidos.

Depois de uma semana de julgamento e sentidos depoimentos de mais de 150 ginastas, o ex-médico da Federação de Ginástica dos Estados Unidos (USA Gymnastics) Larry Nassar conheceu nesta quarta-feira sua sentença. Ele foi condenado a até 175 anos de prisão por abusar sexualmente de atletas, a maior parte delas menor de idade.

O julgamento era referente a sete dos seus crimes cometidos em Michigan, todos de abuso, mas a juíza Rosemarie Aquilina permitiu que todas as ginastas abusadas por Nassar comparecessem para prestar depoimento. O resultado foi longas e comoventes audiências, que tomaram conta do noticiário dos Estados Unidos até esta quarta.

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Desde o início, a juíza Aquilina se mostrou disposta a fazer Nassar pagar por seus crimes. E nesta quarta-feira, admitiu a satisfação com a condenação. "Você não fez nada para merecer sair da prisão novamente. Eu acabei de assinar sua pena de morte", declarou.

Nassar, de 54 anos, já havia se declarado culpado por abusar de sete pessoas na região de Lansing, mas foram liberados os depoimentos de todas aquelas que quisessem acusá-lo no julgamento desta semana. Inicialmente, cerca de 80 mulheres iriam falar em três dias, mas novas vítimas foram aparecendo. No total, foram 158 testemunhos em sete dias de audiência.

Após as acusações iniciais de Rachael Denhollander, primeira pessoa a tornar públicas as acusações contra Nassar, mais e mais ginastas ganharam voz contra o médico, incluindo campeãs olímpicas pelos Estados Unidos, como Simone Biles, Gabby Douglas, Aly Raisman, Jordyn Wieber e McKayla Maroney.

Estas mulheres narraram que o médico as tocava com as mãos, sem qualquer justificativa, quando estavam na maca de exames. Elas eram menor de idade quando os crimes aconteceram e explicaram que não se manifestavam na época por confiarem em Nassar, por se negarem a aceitar o que ocorrera ou por medo de fazer uma denúncia.

O próprio Nassar já havia sido condenado em dezembro do ano passado a 60 anos de prisão por posse de pornografia infantil. Diante de tantas evidências e do comportamento do médico nos últimos anos, a juíza Aquilina não mediu palavras ao criticá-lo nesta quarta.

"É uma honra e um privilégio condená-lo. Você é um perigo, continua sendo um perigo", afirmou. "Estou considerando o impacto de todos os depoimentos, não apenas das sete mulheres relacionadas às acusações. Não era medicina o que você fazia, não era um tratamento. Você não é um médico. Não mandaria meus cachorros para você. Você sabia que tinha um problema desde jovem, antes de virar um médico. Isso está claro para mim. Você poderia ter se afastado da tentação, mas não o fez. Sua decisão de molestar foi precisa, calculada, desonesta, desprezível."

Ao longo da semana, Nassar criticou a abertura dada para que todas as ginastas falassem no julgamento e acusou Aquilina de transformar o processo em um "circo midiático", mas foi duramente repreendido pela juíza. "Você pode achar duro estar aqui escutando, mas nada é mais difícil do que aquilo que suas vítimas encararam por milhares de horas nas suas mãos."

Nesta quarta, Nassar mudou a postura e se disse arrependido de suas ações. "Suas palavras nos últimos sete dias tiveram um impacto significativo em mim, me abalaram muito, me estremeceram até a espinha. Não tenho palavras para dizer o quanto estou arrependido. Vou carregar suas palavras pelo resto dos meus dias", afirmou.

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