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O artista sueco Lars Vilks, suposto alvo dos ataques de Copenhague deste final de semana, mudou-se para um local secreto até nova ordem - anunciou nesta segunda-feira a polícia sueca.

"Seu domicílio em Höganäs (sul da Suécia) não é um lugar onde ele estaria em segurança. Ele deve ir para um lugar seguro", declarou à AFP Ewa-Gun Westford, porta-voz da polícia.

Lars Vilks vive sob permanente proteção policial, ameaçado de assassinato, desde que desenhou o profeta Maomé com o corpo de um cachorro.

No último sábado, este caricaturista de 68 anos era uma das principais atrações de um debate chamado "Arte, blasfêmia e liberdade de expressão" num centro cultural de Copenhague, quando um homem de 22 anos abriu fogo contra o local usando um fuzil.

Vilks saiu ileso, mas o tiroteio matou o cineasta dinamarquês Finn Nørgaard e deixou três policiais feridos.

"O ataque parecia dirigido contra ele. De qualquer forma, a avaliação de sua segurança nos leva à conclusão de que ele não pode mais continuar onde morava", avaliou Westford.

Moradores da pequena cidade do sul da Suécia, onde o cartunista vivia até agora afirmando não temer por sua vida, expressaram preocupação.

Vilks, acostumado a tentativas de assassinato dirigidas contra ele, tomou o novo ataque com racionalidade. "Foi um evento trágico, mas eu não fui pessoalmente afetado. Virou rotina...", declarou, em entrevista à rádio pública SR.

Após o tiroteio a um café em Copenhague, que deixou um morto e três feridos, a Dinamarca entrou em "alerta máximo", informou a primeira ministra do país, Helle Thorning-Schmidt. "A maior prioridade é prender o agressor", disse. Segundo ela, a polícia estava com todos os recursos mobilizados para capturar os autores do que classificou como um provável ataque terrorista. "Tudo leva a crer que o tiroteio em Osterbro foi um assassinato político e, portanto, um ato de terrorismo", afirmou.

O serviço de segurança da Dinamarca também declarou que as circunstâncias do tiroteio ao café "indicam que estamos falando sobre um ataque terrorista".

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Um homem abriu fogo contra o café Krudttoenden, onde se realizava neste sábado um evento a favor da liberdade de expressão organizado pelo artista sueco Lars Vilks, que recebeu diversas ameaças por desenhar caricaturas do profeta Maomé. Segundo a polícia, os tiros foram disparados do lado de fora e atravessaram a janela do estabelecimento.

"Eu vi um homem mascarado correndo", disse Helle Merete Brix, uma das organizadoras do evento. "Eu considero este um ataque a Lars Vilks", acrescentou. Ela contou que foi levada para longe do tiroteio juntamente com Vilks por guardas dinamarqueses que sempre o acompanham quando ele está no país. Ele ficou ferido.

A polícia informou que ainda não estava claro o motivo do tiroteio, mas que era possível que Vilks fosse o alvo do ataque. O porta-voz da polícia Joergen Skov disse que possivelmente o atirador planejou o "mesmo cenário" que no massacre ao Charlie Hebdo. Até agora, ninguém reivindicou a autoria do ataque.

Inicialmente a polícia sugeriu que se tratavam de dois atiradores, mas depois informou que acreditava haver apenas um agressor, que teria usado armas automáticas contra o café e depois fugido em um veículo escuro, encontrado mais tarde a poucos quilômetros de distância do local.

O serviço de segurança da Suécia informou que estava compartilhando informações sobre o caso com seus pares dinamarqueses, mas se recusou a dar detalhes.

O presidente francês, François Hollande, chamou o tiroteio de "deplorável" e disse que a primeira ministra Helle Thorning-Schmidt teria "total solidariedade da França" no caso. O ministro do Interior da França, Bernard Cazeneuve, deve viajar para Copenhague o mais rápido possível.

Após os ataques contra o Charlie Hebdo, Vilks havia dito à Associated Press que cada vez menos organizações o chamavam para eventos devido às preocupações de segurança. Ele afirmou também que achava que o serviço secreto da Suécia, que mantém guarda-costas para protegê-lo, reforçaria ainda mais a segurança em torno dele. Fonte: Dow Jones Newswires e Associated Press.

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