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Filho do presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), Guilherme Uchoa (PSC), Guilherme Uchoa Júnior (PSC) afirmou, nesta terça-feira (3), que não pretende deixar que o legado político do pai seja “jogado fora”. Uchoa Júnior, como é conhecido, é considerado herdeiro natural do espaço político do deputado estadual. O presidente da Alepe morreu na madrugada de hoje, vítima de um edema pulmonar seguido de parada cardíaca. Ele estava internado desde o último domingo (1º), no Hospital Português, na área central do Recife. 

Visivelmente emocionado pela perda, Uchoa Júnior disse, em entrevista à imprensa, que o momento era “de tristeza e emoção, mas com a certeza de todo dever cumprido [do pai] aqui na terra”. 

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Questionado se manteria a pré-candidato a deputado federal, que estava articulando junto com o pai, Uchoa Júnior disse que não vai deixar o legado do pai ser esquecido. “Vamos pensar, trabalhar e esperar para saber o nosso destino, mas tudo que ele fez não será jogado fora, vai ser levado em frente por todos nós”, observou. 

Uchoa Júnior salientou também o traquejo político do pai. “Ele não fazia aliados, fazia amigos. Não olhava o partido, mas o bem que queria fazer a Pernambuco. Eu estou à disposição para continuar ajudando as pessoas que ele ajudava”, declarou. 

O filho do deputado disse ainda que deixou o hospital, nessa segunda-feira (2), animado pela melhora do quadro clínico do pai, mas foi surpreendido pela morte. Ele fez questão de discursar durante o velório do pai e de agradecer aos funcionários da Alepe, deputados estaduais, membros do Judiciário e do Governo de Pernambuco pelo que chamou de “parceria” com Uchoa. 

 

A um ano e sete meses do pleito eleitoral de 2016 as articulações e especulações para as disputas municipais nas principais cidades de Pernambuco estão a todo vapor. Nos bastidores conta-se, por exemplo, que o advogado Antônio Campos (PSB) pretende disputar a Prefeitura de Olinda. Em entrevista exclusiva ao Portal LeiaJá, o irmão do ex-governador Eduardo Campos confirmou a pretensão de “entrar mais ativamente para a política”, mas não deu detalhes se isso aconteceria já no próximo ano. 

Detentor do legado do irmão e do avô, Miguel Arraes, durante a entrevista Campos avaliou a atual gestão de Olinda, destacou a falta que Eduardo faz ao atual cenário político brasileiro e comentou sobre o governo de Paulo Câmara (PSB). 

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Além de advogado, o socialista também é escritor e curador da Feira Literária Internacional de Pernambuco (Fliporto), que acontece anualmente em Olinda. Nesta quinta-feira (12), ele inaugura a Casa da Leitura e do Livro Infantil de Olinda (CASA CLILO). A instituição sem fins lucrativos vai funcionar no Largo do Amparo, em frente ao Clube Vassourinhas.

Confira a íntegra da entrevista:

LeiaJá (LJ) - Como irmão de Eduardo Campos, a responsabilidade com a política é maior ou não? Sente-se sucessor ou herdeiro político do irmão?

Antônio Campos (AC)- O legado dele e de meu avô, Miguel Arraes, para falar dos que partiram, pertence à Nação, ao povo de Pernambuco, tamanho o volume de obras, realizações e gestos que desafiam o tempo. Ao povo, pertence este legado. 

LJ – Durante os últimos anos o senhor atuou mais nos bastidores da política e após a morte de Eduardo Campos afirmou que poderia entrar na vida política com mais ênfase. Pretende iniciar a vida pública disputando a prefeitura de Olinda?

AC - Poderei entrar mais ativamente na política, sim, me espelhando nesses dois (Eduardo Campos e Miguel Arraes) símbolos da vida pública do Brasil. Pretendo defender seus princípios, porque vejo neles um projeto de Nação.  

LJ - Como o senhor avalia a atual gestão de Olinda?

AC - Irei dialogar sobre isso com a população e as lideranças locais, mas Olinda precisa de um planejamento estratégico e de uma gestão moderna e agressiva na captação de recursos e na prestação de serviços à população.  Agregar o conceito de smart city ao de Patrimônio Cultural e Histórico da Humanidade.  

LJ - Defende a tese de que o PSB deve lançar candidatura própria na cidade?

AC - Creio que é assunto a ser discutido no PSB. Defenderei candidatura própria numa frente partidária.

LJ - Pretende abrir uma frente de diálogo com partidos com o PCdoB e o PT que já se colocaram na disputa?

AC - Sou um homem de diálogos e estarei sempre aberto a conversas em prol da boa gestão política para a cidade. 

LJ - Já se passaram quase sete meses da morte do ex-governador Eduardo Campos, como é que o senhor avalia a desenvoltura do PSB após a perda do líder?

AC - O PSB nacional continua firme em seus propósitos. O Brasil, como já anunciava Eduardo, enfrenta uma grave crise política e econômica. Ele queria unir o Brasil e liderar uma nova agenda para o país.  

LJ - Muitos socialistas estão criticando as posturas do presidente da legenda e a falta de espaço no governo Paulo Câmara. Como o senhor avalia isso?

AC - Paulo Câmara reúne boas qualidades, teve uma boa escola e é um homem inteligente. As escolhas dele, certamente, possuem embasamentos e motivações.  

LJ - A liderança de Campos na atual conjuntura do país, faz falta? De que forma?

AC - Faz muita falta nesta hora, eu diria, quase agônica de incertezas, em que vemos o nosso país em um delicado momento de crise e insatisfação geral.

LJ - Sobre as investigações do acidente do ex-governador: após a divulgação do laudo da Anaac, a família se contentou com as justificativas ou vão querer apurar mais o caso?

AC - Continuamos acompanhando, de perto, o trâmite das investigações. Recentemente, estive em São Paulo, onde fui ao Ministério Público Federal localizado no município de Santos.

LJ - O senhor vai inaugurar uma instituição sem fins lucrativos na cidade, não é? Qual será o mote da instituição? Onde funcionará?

AC - Ali, outro assunto não se discutirá, senão o primado do saber, do aprendizado, do amor à leitura, da inteligência e da cultura voltada para a comunidade local e moradores dos arredores. Em funcionamento desde 2012, a Casa Clilo funciona no Largo do Amparo. Hoje (12), no aniversário de Olinda, daremos início às atividades da Casa em 2015.

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