Tópicos | MÁ-FORMAÇÃO

Nascido sem focinho, com duas línguas e apenas um olho, um filhote de cachorro surpreendeu a tutora e foi batizado como Ciclope. Sua ninhada nasceu no último dia 6, nas Filipinas, com outros filhotes que também sofreram uma má-formação ao longo da gestação.

A dona dos cachorros Amie de Martin teria tentado alimentá-lo com um conta-gotas e leite em pó, segundo o Metro World News. No entanto, o filhote morreu cerca de duas semanas, pois não conseguia comer, nem respirar direito.

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Ele foi batizado como Ciclope, em referência ao ser da mitologia grega retratado na Odisseia de Homero. Uma das passagens da narrativa retrata a existência de gigantes imortais com apenas um olho no meio da testa.

A má-formação de ciclopia pode ocorrer em todos os seres vertebrados, inclusive em humanos. “Apesar da baixa incidência de ciclopia na população, fetos humanos com esta má-formação não são viáveis e morrem durante o desenvolvimento ou logo após o nascimento”, esclareceu o pesquisador Sinc Paul Palmquist-Gomes, da Universidade de Málaga, na Espanha.

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Os quadros de crianças com microcefalia têm se multiplicado no Brasil, principalmente em Pernambuco. A má-formação congênita deixa os bebês e crianças em elevados níveis de fragilidade e ainda sucederam casos abomináveis e lamentáveis de abandono paternal. Solidário a isso, o Sport Club do Recife, em conjunto com a ONG Amar, reúne doações para as mães e filhos que enfrentam o problema.

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A ação iniciou já no último domingo (28), no Clássico dos Clássicos. Foram instalados dois pontos de recebimento de doações na Ilha do Retiro: na sede social e na entrada da arquibancada frontal. Uma das mães beneficiadas na campanha, Gleyse Kelly agradeceu o apoio do Sport.

Mãe de Giovanna, que nasceu com a má-formação há 4 meses, Gleyse Kelly é uma das organizadoras do grupo UMA (União de Mães de Anjos), que reúne matriarcas de bebês com microcefalia. "Criamos o grupo para ajudar mais umas às outras. É muito interessante porque nós conversamos e descobrimos problemas e soluções comuns. Muitas mães estão isoladas e nem interagiam muito, mas já se mostram bem mais confortáveis", disse.

Pai de Giovanna, Fillipe Marques é torcedor do Santa Cruz, mas não deixou de ir ao jogo entre Sport e Náutico, na Ilha do Retiro, e agradecer ao clube arquirrival pela iniciativa e solidariedade. "Para a gente, em um momento como esse, toda ajuda é bem-vinda. Não vemos a rivalidade, vemos a generosidade em ajudar bebês que sofrem com microcefalia", declarou.

Filipe Marques é uma exceção, já que das cerca de 150 mães de bebês com microcefalia que fazem parte do grupo UMA, 35 foram abandonadas pelos maridos durante a gestação ao descobrir que o filho tinha má-formação. "É uma situação muito complicada ver mulheres abandonadas nos momentos de maiores necessidades. A nossa área tem sido muito atuante e entendemos que para esse jogo seria importante reforçar a ajuda a esse grupo", conta o vice-presidente de Responsabilidade Social do Sport, Fábio Silva (foto à esq.).

O Sport recebeu as doações no jogo contra o Náutico, além de reunir uma camisa rubro-negra autografada pelo elenco, que deve ser utilizada como fonte de renda para ajudar as famílias - seja através de rifa ou leilão. "Também vamos aceitar as doações e divulgaremos as próximas oportunidades", falou Fábio Silva.

Torcedora símbolo do Sport, dona Maria José (foto à dir.), de 91 anos, levou fraldas para doar às famílias. "Foi o que deu para trazer, mas sei que já vai ser de grande ajuda. Sei que todo mundo precisa doar porque essas mães e crianças precisam e merecem muito", declarou. E completou: "Sabe, eu fico atacada só de ver a quantidade de crianças que sofrem com essa doença. Quando vejo aquele monte de crianças doentes me dá uma angustia...".

Em suas nove décadas de vermelho-e-preto, dona Maria José colocou a bandeira do clube de lado para ressaltar a necessidade de empunhar a generosidade. Mesmo sabendo que algumas famílias, como o caso de Fillipe Marques, não torcem para o Sport, a rubro-negra disse: "É muito importante doar, não importa o time. Porque existe a brincadeira pelo que acontece dentro de campo, mas fora nós somos todos cidadãos, meu filho. Temos é que ajudar como pudermos mesmo".

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