Tópicos | Malhação de Judas

A procuradora do Maranhão, Renata Bessa, deu uma "facada" em um boneco representando o presidente Jair Bolsonaro (PL) na tradicional "malhação de Judas". No vídeo, gravado no último sábado (16), a advogada aparece em dois momentos diferentes: quando dá uma facada no boneco, e também compara Bolsonaro a Judas. 

Questionada sobre o motivo da facada, Bessa contou à CNN que a malhação de Judas é uma tradição do Maranhão em referência à traição do apóstolo a Jesus Cristo. "Meu pai fez o Judas e a gente pregou em uma coluna de madeira que fica na frente da minha casa. É o costume daqui. Ele fica lá um tempo, as pessoas passam, olham, mexem, botam dinheiro, enforcam, tiram a cabeça, esfregam no chão, tocam fogo. É assim mesmo". 

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Ela reforçou que a facada não tem relação com o chefe do Executivo. "Eu estava com a faca na mão para tirar a corda que ele estava preso para colocar no poste. Quando fui tirar o Judas para botar em outro lugar, eu não disse que era Bolsonaro", afirmou. 

O vídeo foi publicado pelo filho do presidente, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL), que informou que iria fazer uma denúncia ao Ministério Público e ao Conselho Nacional do Ministério Público contra a advogada que, por sua vez, está sofrendo ameaças na internet. 

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O deputado federal Marco Feliciano (PSC-SP), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, e os "mensaleiros" foram alguns dos personagens mais lembrados na malhação de Judas, tradição comum entre a comunidade católica. Realizado ao meio-dia nas diversas partes do País, o evento acontece no sábado de Aleluia e lembra a morte de Judas Iscariotes, o traidor de Jesus Cristo.

Em Franca, no interior paulista, houve malhação de Judas em vários bairros. Na rua General Carneiro, área central da cidade, a atividade ocorre há 58 anos. Tomás Tardivo, de 85 anos, criou a brincadeira no local e desde então muita gente se aglomera para malhar o boneco que depois explode. No tradicional "testamento", o Judas deixou este ano os seus restos para políticos famosos, como Feliciano, os petistas José Dirceu e José Genoino - condenados no processo do "mensalão" - e até a presidente Dilma Rousseff. "A gente sempre cita os políticos porque são eles que fazem o povo passar muita raiva", explica Tardivo.

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Segundo ele, os mensaleiros deixaram o povo indignado e a polêmica envolvendo Feliciano voltou a mexer com a paciência das pessoas. O presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara tem sido alvo de protestos por ter feito declarações consideradas por muitas pessoas racistas e homofóbicas. "Não poderíamos deixar passar despercebidos esses figurões", afirmou Tardivo. Ele confeccionou o boneco com roupas e artefatos doados por moradores da cidade, que aplaudiram a destruição do Judas.

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