Tópicos | manutenção do carro

A bancária Lais Jorge, 32 anos, de Osasco (SP), estava no banco do passageiro de um veículo, na Rodovia Presidente Castelo Branco (SP), a mais ou menos 70km por hora, quando foi surpreendida por um motorista que dirigia embriagado. A colisão foi inevitável. "Bati a cabeça no vidro, mas como eu estava de cinto [de segurança] não aconteceu nada. Os airbags não chegaram a acionar. A traseira do carro ficou destruída. A única dor de cabeça foi encontrar o responsável que fugiu", relata.

O ator e professor de teatro Eduardo Bastos, do Rio de Janeiro, lembra que, em agosto de 1990, na Ilha do Governador (RJ), foi atropelado, após se distrair ao atravessar uma avenida de mão dupla. O impacto fez com que o jovem fosse arremessado para longe. "De maneira incrível, eu não quebrei nada. O fato ocorreu um ano após a morte do meu pai. Minha mãe estava no trabalho e ficou desesperada", comenta Bastos.

##RECOMENDA##

Lais e Eduardo, felizmente, não entraram para estatísticas alarmantes. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), em pesquisa realizada em 2019, o Brasil é o quarto colocado entre os países com mais mortes por acidente no mundo, e é superado apenas por China, Índia e Nigéria. Dados divulgados em 2020 pelo Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DataSUS) indicam que o Brasil registrou queda de 7% nas mortes por acidentes de trânsito entre 2015 e 2019.

O Observatório de Segurança Viária (ONSV) aponta que 90% dos acidentes são decorrentes de falha humana, que podem variar de desatenção do condutor ou desrespeito da legislação. Já a OMS indica como principais causas o excesso de velocidade, o não uso de capacete e cintos de segurança, além da locomoção em estado de embriaguez e da longa jornada de trabalho de motoristas profissionais.

Além desses fatores, o motorista precisa estar atento a manutenção do carro, que representa 10% das causas de acidentes. "Realize sempre a manutenção preventiva e corretiva no veículo, evitando que uma falha mecânica comprometa a tranquilidade da viagem. Evite também trechos sabidamente perigosos, cuja sinalização horizontal e vertical seja deficiente", orienta a advogada especializada em Direito de Trânsito Rochane Ponzi.

Outra maneira de diminuir a curva de acidentes seria por auxílio do governo, que poderia criar maneiras de compensar a falha do condutor. "A contribuição seria a construção de defensas metálicas, que evitam que um motorista caia em um barranco porque ingressou em excesso de velocidade numa curva mais fechada. O acidente ocorrerá, porém o resultado morte não", afirma Rochane. A advogada também acredita que implementar o uso obrigatório de dispositivos de segurança, que são utilizados em veículos montados nos países europeus, pode contribuir com a segurança do trânsito.

Por conta da crise do novo coronavírus (Covid-19) e as medidas de isolamento social estabelecidas em abril de 2020, o número de acidentes fatais em trânsito caíram 28%, quando comparado aos meses que antecederam a pandemia. O levantamento foi feito pela Central de Operações da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). Mas a baixa não ocorreu por conta da conscientização. "A queda nos números de acidentes e mortes não se sustentou, pois tão logo as medidas de isolamento foram afrouxadas, os números voltaram a crescer", finaliza Rochane.

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando