Tópicos | Menina Sem Nome

Além de enaltecer a recordação de familiares e amigos falecidos, muitos visitantes durante este Dia de Finados demonstraram que a fé e o respeito por figuras ilustres fazem parte do luto coletivo. Nesta segunda-feira (2), das milhares de pessoas que visitaram o cemitério de Santo Amaro, muitas reservaram um tempo para visitar o famoso túmulo da Menina Sem Nome. 

Em 1970, o corpo da criança foi encontrado na praia do Pina, no Recife, com uma corda no pescoço e as mãos amarradas. O mistério cercou o caso e nunca se soube, ao certo, o motivo da morte. Suspeitou-se de violência sexual, até mesmo afogamento. Os exames periciais excluíram ambas as hipóteses.

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Desde a notoriedade do caso, uma aura de santidade envolveu a criança; segundo devotos, graças são alcançadas a quem deposita oferendas e tem fé na menina enterrada em Santo Amaro. É o caso de Japiaci Maciel de Oliveira. Há algum tempo, ele visitava todo ano o jazigo da menina-santa. Levava uma boneca. Em agosto deste ano, sofreu um grave acidente de moto com o filho. Saíram ilesos. 

“Pedi a Deus e à Menina Sem Nome e ela me disse que, se eu tivesse fé e trouxesse bonecas para ela, eu e meu filho seríamos abençoados. É um milagre eu estar aqui, andando. Chego a me arrepiar ao dizer isso”, disse Japiaci ao apontar para o braço. Como em todos os anos, inúmeros fiéis levavam doces, objetos infantis e flores como forma simbólica de agradecer à pequena. 

Túmulo de Eduardo Campos também é prestigiado

Outro local em evidência nesta segunda-feira (2) foi o jazigo da família Arraes, onde está sepultado o ex-governador Eduardo Campos, morto há mais de um ano em acidente aéreo. Bandeiras de Pernambuco e do Brasil identificavam um dos túmulos mais visitados durante o feriado. 

Admiradores do político depositaram velas e também prestaram homenagem ao ex-candidato à presidência do Brasil. “A gente está carente de políticos honestos. Foi uma perda muito brusca que até hoje não houve esclarecimento. Sou do Rio Grande do Norte, mas moro no Recife e aprendi a gostar tanto do avô (Miguel Arraes) como de Eduardo”, disse Maria de Antônia Oliveira. Como ela, inúmeros frequentadores passaram alguns minutos em frente ao jazigo e exaltaram a imagem do ex-governador.

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No Dia de Finados, feriado nacional comemorado no dia 2 de Novembro, as pessoas foram ao cemitério de Santo Amaro, na área central do Recife, para homenagear a memória dos familiares e amigos que já morreram.

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No local, houve a cerimônia de abertura da programação religiosa, com uma missa celebrada pelo arcebispo de Recife e Olinda, Dom Fernando Saburido. O encerramento da cerimônia foi marcado por uma bela chuva de pétalas de rosas.

No cemitério de Santo Amaro, há dois túmulos que se destacam pelo número de visitas. Um deles é o túmulo da "Menina sem nome", que recebe muitas visitas de pessoas que acreditam ser ela, uma santa.

Outro é o do cantor e compositor pernambucano, Chico Science, que foi líder da banda Nação Zumbi e um dos principais colaboradores do movimento Manguebeat, na década de 90.

Com o aumento da procura, o feriado também é uma oportunidade de negócio, para os comerciantes de flores e velas.

 

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Mesmo com a forte chuva no início da manhã deste sábado de Finados (2), os fieis não deixaram de homenagear os entes queridos e compareceram aos cemitérios da Região Metropolitana do Recife com capas e guarda-chuvas. Com muita comoção, o arcebispo de Olinda e Recife, Dom Fernando Saburido, ministrou a primeira missa em celebração a fé cristã no cemitério de Santo Amaro, na área central do Recife.

“Precisamos plantar algo em vida para os nossos semelhantes e rezar para os já se encontram com Deus, para que eles possam interceder por nós”, disse o representante da igreja católica - que celebrará a última missa do dia no Parque das Flores. O público pôde acompanhar a missa que teve início às 8h, já as pessoas que não presenciaram a solenidade, o cemitério está oferecendo uma missa a cada duas horas.

Além dos familiares, muitas pessoas aproveitam a visita para prestar homenagem aos mortos, como o cantor e compositor Pernambucano Chico Science. Já outras aproveitam o dia para ir até o túmulo da Menina Sem Nome com o intuito de agradecer as graças alcançadas. “Há doze anos eu não tinha uma casa, e graças a ela e a Deus, consegui ter isso e muito mais, como o meu emprego, por exemplo”, contou, emocionada, Maria Nevolanda Ramos, de 34 anos.

A devoção a Menina Sem Nome é cultivada por muitos pernambucanos. Marisa da Silva, de 44 anos, é exemplo, vai ao cemitério todo domingo para cuidar do túmulo da garota. Ela mantém essa rotina há oito anos e afirma que é algo inexplicável. “Tudo de bom que eu tenho na minha casa é graças a ela. Eu tenho por ela o mesmo amor que eu tenho pelas minhas filhas”, disse. “Eu me sinto  mãe dessa menina”, comentou.

O local também realizou um mutirão de serviços para proporcionar mais comodidade aos visitantes. Já no decorrer do dia, o público ainda vai poder contar com apresentação da orquestra de Duda Valença, e chuva de pétalas de rosas.


 

 

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Para muitas famílias o Dia de Finados, celebrado neste sábado (2), é um momento de relembrar os entes queridos que já partiram, agradecer  pelos objetivos alcançados e renovar a fé. Entretanto, para o vendedor de flores, Valter Moura, de 39 anos, esta data é mais um dia de trabalho. Ele mantém o quiosque há 25 anos em frente ao Cemitério de Santo Amaro, situado na área central do Recife e presume que por conta da chuva, as vendas deste ano serão fracas.

“Ano passado eu faturei em torno de R$ 3 mil, se não fosse a chuva eu teria um acréscimo de 20%”, contou o vendedor. Segundo ele, as rosas vermelhas e as flores dos campos são os artigos mais vendidos nesta data. Os visitantes do cemitério que forem comprar flores irão desembolsar de R$ 1 até R$ 100.

A aposentada, Maria Lúcia dos Santos, 63, costuma comprar flores duas vezes por mês quando vai ao cemitério. Para ela, o dia de finados só relembra a tristeza da perda de um familiar e levar flores ajudar a atenuar a dor. “Eu tenho um laço muito forte com a minha família, e hoje o ‘aperto’ no coração foi maior”, desabafou. “Para diminuir a tristeza, eu levo flores porque pra mim, esse gesto que significa paz e traz uma alegria ao local”, concluiu.

A vendedora de velas, Keytty Alves, de 27 anos, afirma que esse ano a procura foi maior, e prevê um aumento de 10% nas vendas. “Por mais que seja um dia de tristeza para todos, a data tem um significado muito importante para o comércio”, disse. Em sua banca, o consumidor pode encontrar velas que variam de R$ 2 a R$ 5. 

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