Um ex-policial de Wisconsin foi absolvido nesta quarta-feira (21) da acusação de homicídio de um homem negro, morte que provocou duas noites de protestos em Milwaukee.
Dominique Heaggan-Brown, que também é negro, foi declarado inocente do homicídio doloso de Sylville Smith, que tinha uma arma semiautomática, durante uma breve perseguição a pé que acabou em um tiroteio em 13 de agosto de 2016.
##RECOMENDA##A leitura do veredito foi interrompida pelo choro angustiado de algumas pessoas que estavam presentes no julgamento.
Embora neste caso o policial e a vítima sejam negros, este foi mais um episódio de uma série de tiroteios fatais nos quais morreram afro-americanos ao longo do país.
O incidente chamou a atenção sobre como a raça pode influenciar na decisão de um policial de usar a força letal.
Os promotores se concentraram no fato de Smith ter levado dois tiros e insistiram que naquele momento específico já não estava mais armado, e o oficial não deveria ter disparado uma segunda vez.
Os advogados de Heaggan-Brown argumentaram que ele agiu em legítima defesa e tinha que tomar uma decisão muito rápida sobre se deveria atirar.
O promotor do condado de Milwaukee, John Crisholm, pediu calma às pessoas que ficaram desapontadas com o veredicto, assegurando que o caso era difícil para a parte acusadora.
"Qualquer promotor dirá que os casos de legítima defesa são muito difíceis", disse Crisholm em coletiva após a sentença.
Baseando-se na câmera levada por Heaggan-Brown e por outro oficial, as autoridades estabeleceram que o primeiro disparo foi no braço de Smith, quando ele estava levantando a mão direita, com a qual segurava a arma.
Smith caiu no chão e já estava desarmado, mas Heaggan-Brown disparou pela segunda vez, 1.69 segundo depois, e este segundo tiro foi em seu tórax. O jovem de 23 anos morreu no local.
O oficial foi demitido do Departamento de Polícia de Milwaukee por acusações de agressão sexual que datavam de outubro e não tinham a ver com este caso.
Este incidente provocou dois dias de turbulentos protestos em Milwaukee, onde lojas e veículos foram incendiados e a polícia foi atacada com pedras e garrafas.
Esta absolvição segue a do oficial da polícia de Minnesota Jeronimo Yanez na última sexta-feira, que matou o afro-americano Philando Castilo quando ele estava em seu carro com a sua esposa e filha, e cuja ação foi acompanhada ao vivo pelo Facebook.