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O Ministério Público Estadual (MPE) abriu um inquérito civil para investigar o prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), por suposta promoção pessoal com o uso da marca Cidade Linda, programa de zeladoria criado em janeiro deste ano pelo tucano. A prática configuraria improbidade administrativa, o que pode resultar em multa ou até inegibilidade do prefeito em caso de condenação.

Segundo o promotor Wilson Tafner, da Promotoria do Patrimônio Público, "o uso constante da frase e logomarca 'CIDADE LINDA', acompanhada por um coração vermelho com as letras 'SP', não possuem qualquer caráter educativo, informativo ou de educação social, mas, ao reverso, fica patente tratar-se de imagem/símbolo com o papel de fixar a marca registrada do atual prefeito enquanto tal, vinculando os feitos administrativos divulgados no material publicitário a seus nome e imagem".

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Em nota, a gestão Doria informou que "o slogan Cidade Linda não guarda qualquer relação pessoal com o prefeito" e que "essa equivocada interpretação será prontamente esclarecida" assim que a Prefeitura for notificada.

Na portaria de instauração do inquérito, o promotor relata que há uma série de reportagens e vídeos publicados pelo próprio prefeito em sua página no Facebook nos quais se constatam várias ações de Doria com cartazes, camisetas, bonés, anúncios, placas, etc. com a logomarga do "Cidade Linda", com símbolo "SP" dentro de um coração vermelho.

Tafner destaca que o artigo 37 da Constituição Federal diz que a administração pública deve obedecer aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade e que a publicidade dos atos, programas, obras e serviços dos órgãos públicos devem ter caráter educativo, informativo ou de orientação social e não podem constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.

Ele menciona ainda que a lei orgânica do Município define que os símbolos municipais da cidade são a bandeira, o brasão e o hino. O promotor solicita que a gestão Doria discrimine todos os gastos que contenham o símbolo Cidade Linda, inclusive em bonés, camisetas, placas em caminhões de lixo, jornais de bairro, rodovias e até em canecas.

O Ministério Público Estadual, em conjunto com a Polícia Civil, deflagrou na manhã desta terça-feira em Macapá a "Operação Eclésia", visando desmontar um esquema de fraudes, desvio de verbas públicas, favorecimento de empresas e nepotismo na Assembleia Legislativa do Amapá. Dezenove mandados de busca e apreensão foram cumpridos em empresas que tem ligações com a Assembleia. Há indícios de que essas empresas pertençam a deputados.

O MP suspeita também que houve irregularidades na locação de um prédio para a Assembleia. O prédio pertence ao deputado Eider Pena. Há indícios de irregularidade também na locação de veículos. Com o apoio da Polícia Civil, o MP fez a busca e apreensão de computadores e documentos em 19 endereços nesta terça, entre eles a própria Assembleia Legislativa e a casa do presidente Moisés Souza.

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O Ministério Público já havia pedido à Assembleia Legislativa uma série de documentos, como prestação de contas da verba indenizatória dos deputados - que era de R$ 100 mil e mês passado foi reduzida para R$ 50 mil - comprovantes de pagamentos de diárias, cópias de contratos entre a Assembleia e empresas prestadoras de serviços, entre outros. Como a Assembleia recusou-se a fornecer os documentos, o Ministério Público recorreu ao Poder Judiciário.

Nas investigações, o MP encontrou indícios de irregularidade em vários contratos, como o de uma cooperativa de transportes que no passado teria recebido da Assembleia mais de R$ 3 milhões referentes a aluguel de veículos. De acordo com o MP, o pagamento era feito a um funcionário da Assembleia que sacava o dinheiro no caixa. Há suspeita que a empresa pertença a um deputado e que o servidor era um testa de ferro.

O imbróglio entre Assembleia Legislativa e Ministério Público já dura cerca de três meses e começou quando o promotor Adauto Barbosa disse em uma entrevista que a verba indenizatória de R$ 100 mil era "um escárnio" e que o objetivo não era outro "senão àquele de atender aos interesses eleitoreiros e pessoais dos parlamentares".

Os deputados entenderam as declarações do promotor como calúnia, injúria e difamação. Cada parlamentar ofertou uma queixa crime no TJAP, com exceção de Cristina Almeida, Aguinaldo Balieiro e Isaac Alcolumbre. Semana passada, o pleno do Tribunal de Justiça votou pela admissibilidade das queixas contra o promotor.

A Assembleia acusa o Ministério Público Estadual de realizar TACs (Termo de Ajustamento de Conduta) que favorecem a empresa do marido da procuradora geral Ivana Cei. O marido da procuradora possui uma empresa que presta serviços a mineradoras no município de Pedra Branca.

Moisés Souza (PSC) disse que a operação de hoje é uma represália do Ministério Público e do governo do Estado por causa das CPIs da Saúde e da Previdência que estão em andamento na Casa e das investigações que a Assembleia está fazendo referentes aos TACs. Nesta terça, a Assembleia Legislativa aprovou a criação da "CPI do MP", mas Souza nega que seja retaliação.

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