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A Coreia do Norte disparou nesta sexta-feira (18) um míssil balístico intercontinental (ICBM), segundo as Forças Armadas da Coreia do Sul, o segundo lançamento em dois dias, um projétil que teria caído em águas da zona econômica exclusiva japonesa.

O Estado-Maior conjunto sul-coreano afirmou que "detectou um suposto míssil balístico de longo alcance às 10h15 (22h15 de Brasília, quinta-feira) disparado a partir da área de Sunan, em Pyongyang", em direção ao Mar do Japão.

O míssil percorreu quase 1.000 quilômetros a uma altitude máxima de 6.100 quilômetros e velocidade de Mach 22, segundo o exército sul-coreano, que considerou o lançamento uma "ameaça à paz e estabilidade na península coreana".

O primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, em visita à Tailândia, afirmou que o míssil teria caído em águas da zona econômica exclusiva (ZEE) de seu país, perto da região de Hokkaido (norte).

"O míssil balístico lançado pela Coreia do Norte teria caído em nossa ZEE, ao oeste de Hokkaido", declarou Kishida em Bangcoc, antes de classificar o lançamento como algo "absolutamente inaceitável".

Ele afirmou que não há relatos de danos a navios ou aviões.

Também em Bangcoc, onde acontece a reunião de cúpula da APEC (Fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico), a vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, teria uma reunião de emergência com líderes do Japão, Coreia do Sul, Austrália, Nova Zelândia e Canadá para abordar o tema.

Washington condenou com "veemência" o lançamento, que considerou uma "flagrante violação de múltiplas resoluções do Conselho de Segurança da ONU", de acordo com um comunicado assinado por Adrienne Watson, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional.

- Gestões diplomáticas -

O ministro japonês da Defesa, Yasukazu Hamada, afirmou que o projétil tinha capacidade para atingir o território americano.

"Com base em cálculos que consideram a trajetória, o míssil balístico desta vez poderia ter um alcance de 15.000 km, dependendo do peso da ogiva e, se assim fosse, poderia atingir os Estados Unidos", disse Hamada.

O disparo aconteceu um um dia depois de a Coreia do Norte lançar um míssil balístico de curto alcance e seu ministro das Relações Exteriores, Choe Son Hui, alertar para ações militares "mais ferozes" caso os Estados Unidos fortaleçam sua presença na região da península coreana.

Washington tenta aumentar a cooperação de segurança regional com exercícios militares em resposta às crescentes provocações da Coreia do Norte, que considera as manobra uma evidência da agressão dos Estados Unidos.

O presidente americano, Joe Biden, discutiu ações para controlar o armamento norte-coreano com o colega chinês, Xi Jinping, e o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, em meio a temores de que Pyongyang execute um teste nuclear.

A Coreia do Norte foi um tema central na reunião entre Xi e Kishida na quinta-feira durante o encontro da APEC em Bangcoc.

Analistas afirmam que o lançamento do ICBM, uma das armas mais potentes da Coreia do Norte, é um indício claro de que o líder Kim Jong Un está irritado com as discussões.

- Recorde de lançamentos -

Há algumas semanas, a Coreia do Norte executou uma série de lançamentos, incluindo um míssil balístico intercontinental que, segundo Seul, teria falhado.

Também disparou um míssil balístico de curto alcance que teria cruzado a fronteira marítima entre os dois países e caiu próximo às águas territoriais da Coreia do Sul.

O presidente sul-coreano Yoon disse na ocasião que esta foi "uma invasão territorial de fato".

Os dois lançamentos foram parte de uma onda de disparos em 2 de novembro, quando Pyongyang lançou 23 mísseis, mais do que em todo 2017, o ano do "fogo e fúria", quando o dirigente norte-coreano Kim Jong Un trocou ofensas pelo Twitter com o então presidente americano Donald Trump.

Analistas destacam que a Coreia do Norte aproveita a oportunidade para testar mísseis proibidos porque espera acredita que evitará novas sanções da ONU devido ao impasse na organização pela guerra da Rússia na Ucrânia.

A China, principal aliada diplomática de Pyongyang, se uniu à Rússia em maio para vetar uma tentativa dos Estados Unidos de reforçar as sanções contra a Coreia do Norte no Conselho de Segurança da ONU.

Nesta sexta-feira, a Rússia acusou o governo dos Estados Unidos de "testar a paciência" da Coreia do Norte.

Moscou afirma que permanece "fiel" a uma solução "diplomática" para a península coreana, mas que "os Estados Unidos e os seus aliados na região (...) preferem um caminho diferente (...) como se estivessem testando a paciência de Pyongyang", disse o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Riabkov.

Washington respondeu aos testes norte-coreanos com uma ampliação dos exercícios militares com Seul, incluindo o envio de um bombardeiro estratégico.

A Coreia do Norte testou um suposto míssil intercontinental em uma série de três disparos nesta quarta-feira (25), informou o exército da Coreia do Sul, após o encerramento da viagem a Coreia do Sul e Japão do presidente americano, Joe Biden.

O Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul informou que foram lançados pelo menos três mísseis a partir da região de Sunan, na capital norte-coreana Pyongyang, de onde foi executada grande parte dos últimos testes armamentistas do país comunista.

O teste militar aconteceu pouco depois do fim da visita do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, ao Japão e Coreia do Sul, uma viagem ofuscada pela ameaça de um teste nuclear do regime de Pyongyang.

Um porta-voz da diplomacia americana condenou "os múltiplos lançamentos" e pediu que a Coreia do Norte "abstenha-se de novas provocações e assuma o compromisso com um diálogo sustentado e profundo.

Após os novos lançamentos, Coreia do Sul e Estados Unidos dispararam "mísseis terra-terra" em resposta ao "suposto ICBM (míssil balístico intercontinental) e às provocações de mísseis" da Coreia do Norte, informou o exército de Seul.

O governo sul-coreano, após uma reunião do Conselho de Segurança Nacional, afirmou que o lançamento "bem-sucedido" dos projéteis foi "um ato ilegal em violação direta das resoluções do Conselho de Segurança da ONU".

O novo presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk-yeol, disse que os disparos de Pyongyang, que se aproximam de 20 desde o início do ano, são "uma grave provocação que ameaça a paz na península coreana e na comunidade internacional".

O Estado-maior Conjunto da Coreia do Sul informou em um comunicado que "havia detectado por volta das 6h00 (locais, 18h00 de Brasília na terça-feira), 6h37 e 6h42 os disparos de mísseis balísticos da região de Sunan" em direção ao Mar do Japão, na costa leste.

"O primeiro míssil balístico (um suposto ICBM) teve alcance de 360 quilômetros e uma altitude de 540 quilômetros", afirma a nota.

O segundo projétil "desapareceu a uma altitude de 20 km" e o terceiro viajou 760 km a uma altitud de quase 60 km, acrecenta o comunicado.

- Estados Unidos "preparados" -

Os disparos se somam a uma série recorde de testes militares de Pyongyang este ano, que inclui o lançamento de um míssil balístico intercontinental de pleno alcance pela primeira vez desde 2017.

Yoon, que assumiu a presidência este mês, defendeu endurecer a política de Seul para o vizinho comunista do Norte após cinco anos de diplomacia sem resultados de seu antecessor, Moon Jae-in.

Os testes desta quarta-feira "claramente foram programados para acontecer no retorno de Biden, depois de sua visita a Coreia do Sul e Japão", comentou Park Won-gon, professor da Universidade Ewha.

Durante sua estadia em Seul, Biden e Yoon Suk-yeol concordaram em "estabelecer conversações para ampliar o alcance e a escala dos exercícios e treinamentos militares conjuntos diante da ameaça que representa a Coreia do Norte.

"As objeções da Coreia do Norte aos anúncios foram expressadas com os lançamentos de mísseis", acrescentou o professor Park.

Antes de se despedir no domingo da capital sul-coreana com destino ao Japão, de onde retornou na terça-feira a Washington, Biden afirmou que os Estados Unidos estavam "preparados para qualquer coisa que a Coreia do Norte fizer".

Pyongyang considera os exercícios militares conjuntos de Washington e Seul como preparativos para uma invasão.

Nos últimos meses, o líder norte-coreano Kim Jong Un defendeu em várias ocasiões acelerar o programa para modernizar seu exército e seu arsenal, dotado de armas nucleares.

Apesar do forte surto de covid registrado recentemente no país empobrecido e isolado, novas imagens de satélite mostraram que a Coreia do Norte havia reativado a construção de um reator nuclear.

Tanto a Coreia do Sul quanto os Estados Unidos alertaram recentemente que o país comunista, submetido a sanções internacionais por seu programa de armas e nuclear, preparava um novo teste atômico.

Antes da visita de Biden, a Coreia do Sul afirmou que os preparativos tinham sido concluídos e que Pyongyang só estava esperando o momento adequado para realizá-lo.

O ministro sul-coreano das Relações Exteriores, Park Jin, e o secretário de Estado americano, Antony Blinken, afirmaram que é "lamentável" que Pyongyang utilize seus recursos para o desenvolvimento armamentista, e não para tratar a pandemia e melhorar a vida da população.

De acordo com a imprensa estatal norte-coreana, o país registrou mais de três milhões de pessoas com "febre" e 68 mortes desde a explosão do surto de covid no fim de abril.

A Coreia do Norte apresentou novas armas neste sábado, incluindo a nova geração do seu míssil balístico intercontinental (ICBM) capaz de carregar ogivas nucleares, durante o desfile militar que comemorou os 75 anos da fundação do Partido dos Trabalhadores da Coreia, que comanda o país. Em discurso, o líder norte-coreano Kim Jong Un disse que pode mobilizar seu exército e aparato nuclear em caso de ameaças ao país.

Kim evitou criticar os Estados Unidos diretamente, focando em questões internas, agradecendo os esforços que a população do país vem fazendo para superar os desafios enormes causados pela pandemia do novo coronavírus e as sanções norte-americanas que virtualmente bloqueiam a economia local para o resto do mundo.

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O líder norte-coreano também fez um aceno à vizinha Coreia do Sul, dizendo que tem esperança que os dois países retomem as negociações bilaterais após o fim da pandemia. As conversas estão suspensas desde o impasse com os EUA sobre o projeto nuclear de Pyongyang.

A agência de notícias estatal KCNA informou que o presidente da China, Xi Jinping, enviou uma carta à Kim parabenizando o aniversário do partido e também se comprometendo a continuar a "defender, consolidar e desenvolver" as relações bilaterais entre os dois países.

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