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A Procuradoria Regional Eleitoral em São Paulo decidiu enviar ao Ministério Público Eleitoral do Estado (MPE-SP) uma notícia-crime para investigar se o ex-juiz Sérgio Moro e a mulher dele, a advogada Rosângela Moro, cometeram crime ao mudarem o domicílio eleitoral.

O procurador regional eleitoral Paulo Taubemblatt disse que o caso deve tramitar no âmbito estadual e despachou ao MPE-SP para a ‘adoção das providências reputadas pertinentes’. O pedido deve ser analisado agora pelo promotor que oficia junto à 1ª Zona Eleitoral.

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"Na esfera criminal, os feitos serão processados e julgados perante o juiz eleitoral de primeiro grau, exceto se o agente ostentar foro por prerrogativa de função, o que não se verifica no presente caso, afastando-se, assim, a atribuição da Procuradoria Regional Eleitoral para atuar no feito", escreveu.

Por lei, a mudança de domicílio eleitoral demanda comprovação de que o novo endereço venha sendo usado há pelo menos três meses. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) também já decidiu que a alteração exige ‘vínculos políticos, econômicos, sociais ou familiares’.

O pedido para investigar o casal foi feito pela empresária Roberta Luchsinger, filiada ao PSB, no início do mês. A advogada Maíra Recchia, que representa a autora, afirma que ‘moradias e vínculos de natureza transitória não são suficientes’ para permitir uma candidatura pelo Estado de São Paulo.

"Embora o domicílio na legislação eleitoral tenha um conceito mais amplo que o conceito civil, morar em um flat e fazer de São Paulo seu ‘hub’ não pode atrair sua inscrição para o Estado", defende. "A notícia crime narra indícios de fraude e de transferência fraudulenta de domicílio cujos fatos devem agora ser investigados pelo Ministério Público", acrescenta.

O Estadão entrou em contato com Moro para comentar a notícia-crime, mas não teve retorno até o fechamento do texto. Ao justificar a transferência, a defesa do ex-juiz da Lava Jato disse que São Paulo virou seu ‘hub’ para voos. Ele usou o endereço de um hotel na zona sul da capital paulista para mudar o cadastro na Justiça Eleitoral.

Recém-filiados ao União Brasil, Moro e Rosângela são paranaenses. Os dois transferiram os domicílios eleitorais com a intenção de lançarem candidaturas ao Legislativo.

O Ministério Público Eleitoral em São Paulo começou a notificar os diretórios municipais dos partidos sobre a proibição ao uso de pacotes de disparo em massa, via WhatsApp e SMS, de propaganda. A recomendação foi encaminhada nesta terça, 6, na esteira da investigação aberta para apurar a prática nas eleições deste ano.

No documento, os promotores Fábio Bechara e Walfredo Cunha Campos, da 1ª e 2ª Zona Eleitoral de São Paulo, reforçam que o disparo em massa ou uso de cadastro de contato de eleitores sem autorização por candidatos ou empresas é crime eleitoral e pode levar à cassação da chapa.

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"Em dezembro de 2019, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) editou a Resolução n.o 23.610/2019 proibindo todo e qualquer envio de mensagem em massa de conteúdo eleitoral", diz o ofício.

Os promotores reforçam ainda que o uso de dados de eleitores armazenados sem permissão viola a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), em vigor desde 18 de setembro.

"Mensagens políticas somente podem ser enviadas a endereços cadastrados gratuitamente pelo candidato, partido político ou coligação, observadas as disposições da Lei Geral de Proteção de Dados quanto ao consentimento do titular", alertam.

A investigação da Procuradoria Eleitoral mira empresas que oferecem serviços de 'material de campanha para as eleições 2020' e incluem a venda de bancos de dados de celulares com nome, endereço, bairro, renda e data de nascimento de eleitores.

"A intimidade, direito previsto constitucionalmente, é valor supremo do indivíduo. Trata-se de direito essencial e inalienável, garantido a todos", observam os promotores.

Um cartaz com dicas de segurança elaborado pela Polícia Militar e espalhado por ônibus de Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, virou alvo de uma ação civil pública. Procurados por oito entidades da sociedade civil, o Ministério Público Estadual (MPE) e a Defensoria Pública ingressaram com uma ação por danos morais contra o Estado e a Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto (Acirp), responsável pelo custeio do material.

A campanha foi considerada racista por órgãos como a Comissão do Negro e Assuntos Antidiscriminatórios da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e a União de Negros pela Igualdade (Unegro). O cartaz traz a imagem de uma mulher branca distraída sendo observada por um homem negro escondido atrás de um poste.

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Para a coordenadora regional da Unegro, Ana Almeida, a peça é preconceituosa porque a polícia teria reforçado o estereótipo de que negro é bandido.

O promotor de Justiça Sebastião Sérgio da Silveira e o defensor público Paulo Giostri, autores da ação civil pública, também disseram ter visto um ato racista no material divulgado no mês passado. Eles pedem indenização mínima de R$ 200 mil em razão da campanha. Para eles, "tal fato causou um sentimento de diminuição de toda a raça perante a sociedade, o que isso conduziu a um inegável sofrimento moral".

Na ação, eles argumentam também que, apesar das dicas importantes contidas, a imagem que está no cartaz é preconceituosa e demonstra "que o racismo é latente dentro da corporação da Polícia Militar".

O objetivo da indenização é desestimular práticas futuras e ressarcir "ainda que de forma parcial" a dor sofrida pelas pessoas da raça negra. O dinheiro arrecadado com a indenização seria voltado a campanhas de combate ao racismo. A ação civil foi ajuizada na sexta-feira passada e pede que todos os cartazes sejam recolhidos.

Exagero

A PM vê exagero na forma como as entidades de defesa da igualdade racial analisaram a imagem. Em nota, a corporação alegou que a "figura do 'criminoso' no referido material de prevenção em questão foi meramente representado pela caracterização de uma 'silhueta', para exemplificar o risco de uma pessoa andar desacompanhada em local ermo e escuro". A intenção do material, segundo a PM, seria mostrar a forma de agir de "quem pretende, de forma esquiva, surpreender uma potencial vítima nessas circunstâncias".

A Acirp afirmou ser contra qualquer manifestação racista e ter sido apenas parceira na campanha, não sendo responsável pela elaboração do material. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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