Tópicos | mulher empreendedora

Começar um negócio, passar por todas as etapas desde o planejamento até o desenvolvimento e, ainda se manter no mercado de forma competitiva é bem difícil. Para a mulher que decide empreender não é diferente. Ela enfrenta as mesmas adversidades de qualquer pessoa, somadas a jornada múltipla, preconceito, falta de incentivo, taxas de juros mais altas, entre outros fatores. Os desafios de uma mulher empreendedora, tão latentes nos dias de hoje, serão debatidos no Summit Êxito de Empreendedorismo, congresso online e gratuito realizado entre os dias 24 e 29 de novembro.

Uma das participantes do painel que abordará esse tema será a executiva de tecnologia, Lilian Primo Albuquerque, que falou sobre cenário atual da mulher empreendedora. “O mercado brasileiro possui uma presença muito pequena das mulheres em posições de liderança e empreendedorismo. Acredito que existam avanços, mas nós mulheres nos cobramos demais. Sempre em busca da perfeição, já que nem sempre a oportunidade aparece duas vezes. No entanto, é importante lembrar que o mundo dos negócios é feito de riscos e que podemos aprender com eles para continuar ainda mais focadas no objetivo”, relata, Lilian, que lembra. “Acho ainda que a mentalidade de todos precisam melhorar. Deve ser natural ter uma mulher na liderança de uma empresa, afinal se ele chegou até ali é porque sem dúvida tem competência”.

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O painel também terá a participação da doutora em psicanálise, oficial da força aérea brasileira, escritora e conferencista internacional, Érika Stancolovich, que falou sobre o que espera do evento. “A minha expectativa é a melhor possível porque eu tive a oportunidade de participar do primeiro Summit de Empreendedorismo para mais de três mil pessoas. Agora, a gente vai alcançar muito mais de três mil pessoas. Então será incrível, porque está todo mundo conectado num mesmo propósito e numa mesma plataforma”, finaliza.

O Summit Êxito de Empreendedorismo terá mais de 25 painéis e mais de 40 palestras realizados por cerca de 130 grandes nomes do empreendedorismo. Neste ano, o tema principal do evento será “Empreendedorismo, Tecnologia e Inovação em uma sociedade disruptiva”. As inscrições para a segunda edição do evento devem ser realizadas, gratuitamente, pelo site www.summitexito.com.br, onde também é possível conferir a lista completa de palestrantes do evento.

Por muito tempo, boa parte da população feminina ficou estacionada em apenas um estilo de vida: crescer, casar, ter filhos e ser dona de casa. Mesmo que de maneira lenta, esse cenário mudou e através da troca de informações e conhecimentos, as mulheres vêm conquistando independência em diversos âmbitos da vida, em especial a financeira. Mas isso não quer dizer que as responsabilidades com a casa e família ficaram para trás, e sim que cada vez mais mulheres buscam acrescentar, em sua rotina, negócios que resulte em uma grana extra e até em uma renda para se manter. 

As transformações sociais e econômicas têm provocado mudanças no perfil do empreendedor brasileiro que atualmente, além de homens adultos, engloba jovens e mulheres. Mônica Salgado, profissional da área de estética com especialização em depilação à cera, relata que empreende desde o ano de 2015 e essa carreira tem gerado mais que um lucro adicional.

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 “Tudo iniciou com um curso gratuito oferecido pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac). Atuo na área de depilação à cera com atendimento domiciliar por ainda não ter focado em abrir negócio físico, mas também pela flexibilidade de poder fazer meus próprios horários e não ficar presa ao trabalho, além de dar o mesmo nível de atenção aos meus familiares. O máximo que cheguei a lucrar foi em média R$ 1.500 e o mínimo R$ 500, a lucratividade é bem relativa, vai de acordo com a quantidade de clientes”, revela Mônica. A profissional ainda comenta que optou por empreender pelo fato de ter sido na mesma fase em que esteve grávida e não queria parar de trabalhar e nem ser ausente no crescimento do filho. 

Levantamento realizado pelo Instituto Rede Mulher Empreendedora, na pesquisa “Empreendedorismo no Brasil: Um recorte de gênero”, mostra que mulheres procuram predominantemente abrir um negócio pela flexibilidade de horário e por necessidades, enquanto homens são motivados por renda extra e vocação. Esta diferença entre necessidade e oportunidade tem grande influência sobre a estruturação do negócio e suas chances de sucesso.

O último levantamento nacional em relação ao quantitativo de mulheres empreendedoras, realizado pelo instituto, foi em agosto de 2019 e identificou que 59% das mulheres que empreendem são casadas e 52% têm filhos. A pesquisa ainda mostra que a maioria delas inicia um negócio depois dos 30 anos de idade.

Além de serviços com atendimento a domicílio e feitos por conta própria, existem diversos negócios em que mulheres se unem para iniciar um empreendimento, como é o caso do estúdio 'Medusa Body Art', localizado na Rua José de Alencar, Edifício Ambassador, nº 44, 8º andar, bairro da Boa Vista, área central do Recife. Composto por quatro mulheres e fundado pela Body Piercer Hadassa Quirino, o ambiente oferece serviços de aplicação de piercing e tatuagens.

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As tatuagens são feitas por Eduarda Oliveira, Bruna Nascimento e Sarah Bernardes. “Na maioria das vezes os estúdios que se aplicam tatuagens são compostos por homens, mas com o passar do tempo, mais mulheres começaram a se interessar por esse mundo e buscaram entender um pouco mais de como funciona essa arte. Já cheguei a ouvir ‘Nossa, eu não confiaria em uma mulher me tatuanto’. Mas hoje em dia percebo que a procura de homens pelo meu trabalho é bem razoável.” comenta Bruna Nascimento, uma das sócias do espaço.

Medusa Body Art foi inaugurado há cerca de três anos. A chave para o negócio iniciar foi pelo fato da co fundadora Hadassa Quirino sentir a necessidade de sair do ambiente em que trabalhava onde a maioria dos funcionários era de homens. “No meu antigo ambiente de trabalho não sentia que minha opinião valia alguma coisa, a minha voz não tinha vez. Muitas vezes, chegavam conversas um pouco chatas, não falavam diretamente para mim e essas pequenas coisas foram virando uma grande bolha, e foi aí que coloquei na minha cabeça que queria um estúdio formado apenas por mulheres”, relata a profissional. 

Esses e outros fatos ocorrem constantemente de diferentes formas na vida da mulher presente no mundo dos negócios. É uma luta diária e que a sociedade ainda busca se reeducar a entender que o sexo feminino é capaz de ter sucesso e conseguir o que realmente quer com as próprias ideias, esforços e conhecimentos. 

“Em comparação aos homens, as mulheres começam a empreender bem mais cedo, isso ocorre porque existe um empreendedorismo por necessidade, então acaba que elas iniciam um negócio mais jovens, muitas vezes atendem a domicílio e com carga horária de trabalho menor, por ter outras atividades para cumprir”, destaca a economista Sylvia Siqueira. 

O LeiaJá entrou em contato com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) para saber o quantitativo no Brasil e especificamente no Estado de Pernambuco de mulheres que empreendem. O último levantamento realizado pela instituição foi no ano de 2018.

De acordo com os dados informados, o país contou com 9,3 milhões de mulheres empreendedoras, em que 1.255,1 milhões trabalhavam empregadas e as outras 8,1 milhões por conta própria. Já para o Estado de Pernambuco, a pesquisa apontou 380,4 mil empreendedoras, em que 43,9 mil são empregadas e 336,5 mil trabalhavam por conta própria.  

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