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O presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Murilo Portugal, preferiu não comentar a situação do câmbio no País. Questionado pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, sobre a estratégia do Banco Central anunciada ontem para tentar conter a crescente escalada do dólar, Portugal disse que não falaria sobre esse assunto. Ele participa, em Brasília, do evento "Intercâmbio de experiência entre a iniciativa privada e o poder público", organizado pelo Ministério da Justiça.

Após discursar na abertura do seminário, Portugal se reuniu com o presidente da Confederação Nacional das Instituições Financeiras, Luiz Carlos Trabuco Cappi, além de representantes do Judiciário e de outras associações do setor financeiro. Essa reunião, privada, faz parte do evento, que ocorre na sede do Tribunal Superior do Trabalho (TST), em Brasília.

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O Banco Central informou ontem ao mercado que vai oferecer até o fim do ano cerca de US$ 60 bilhões em contratos de proteção contra a flutuação da moeda americana, chamados de "swap cambial", e linhas de crédito com compromisso de recompra.

O presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Murilo Portugal, avaliou hoje que a redução na taxa juros leva os investidores a assumirem mais riscos em aplicações. "Esse movimento deve prosseguir e os investidores externos vão buscar alternativas fora de seus países, já que as taxas de juros externas seguirão baixas", disse Portugal, numa referência à perspectiva de manutenção e de aumento dos recursos financeiros externos aplicados no País.

Portugal, que participa do Fórum Nacional de Agronegócios, em Campinas (SP), cobrou uma agenda de modernização do crédito rural no País e lembrou que as últimas medidas microeconômicas para o setor ocorreram no início do primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Desde então, o governo atendeu a demanda e a oferta, com várias medidas de redução de custos, nos setores tributário e na infraestrutura. Seria importante aproveitar o momento para novas medidas microeconômicas", disse. "É preciso ainda reduzir os custos burocráticos para o crédito rural", completou Portugal.

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No evento, o presidente da Febraban mostrou ainda dados que apontam para uma queda na inadimplência do setor rural desde 2009, para em torno de 2% da carteira de crédito, atualmente. O crédito agrícola atingiu 3,5% do Produto Interno Bruto (PIB) e, como o setor produtivo representa cerca de 5% do PIB, cerca de 75% da produção está atendida, na avaliação do executivo.

Ainda segundo os dados da Febraban, o spread (diferença dos juros pagos para a captação dos recursos e o empréstimo na ponta) médio do setor é o menor entre todos e está em torno de 5,8%. Para a pessoa física, o spread médio é o maior, em torno de 16,5%.

O presidente da Febraban, Murilo Portugal, disse que o crédito já está avançando de maneira rápida no Brasil. "O crescimento é muito forte, acima do produto (Produto Interno Bruto)", disse hoje à Agência Estado em Londres, onde participa do evento City Week 2012.

Pelas estimativas da Febraban, o crédito deve ter crescido 19% em 2011, uma leve desaceleração em relação ao ano anterior (+20,5%). Para 2012, a projeção para a Febraban aponta para uma alta de 16%, em linha com o número que o Banco Central apontou como confortável, lembrou Portugal. No ano passado, o presidente do BC, Alexandre Tombini, disse que o crescimento ideal do crédito para o País seria em torno de 15%.

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A avaliação do presidente da Febraban sinaliza que o governo não precisaria adotar medidas para estimular o setor. "O governo precisa continuar trabalhando para reduzir o custo do crédito", disse, citando como exemplo os impostos que incidem sobre a área.

Portugal acredita que a preocupação com a inadimplência hoje não é maior do que já foi no passado. Em 2011, o índice ficou em 5,4% e para este ano a Febraban estima pequena queda para 5,1%. Segundo ele, o aumento da inadimplência no ano passado ocorreu em parte como decorrência do aperto monetário realizado pelo Banco Central, com a introdução de medidas macroprudenciais, um cenário que já começou a ser revertido.

Portugal também destacou que, atualmente, os bancos têm provisões para inadimplência equivalentes a 159% dos empréstimos duvidosos.

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