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O presidente egípcio Abdel Fatah Al-Sissi prometeu, nesta terça-feira (30), que seu país vai obter equipamentos adequados para evitar outro bloqueio como o que paralisou o Canal de Suez durante uma semana.

"Vamos adquirir todo o equipamento necessário para o canal" para evitar incidentes semelhantes, afirmou Sissi durante sua visita a Ismailia, onde está localizada a sede da Autoridade do Canal de Suez (SCA).

"A crise mostrou como o canal é importante para o mundo", acrescentou o presidente.

A declaração ocorre um dia após o desencalhe do "Ever Given", um enorme porta-contêineres que ficou paralisado no canal em 23 de março e bloqueou o tráfego marítimo por quase uma semana.

Depois de sete dias de bloqueio, as equipes técnicas do canal conseguiram finalmente desencalhar o navio, e as primeiras embarcações retomaram seu trajeto pelo canal por volta das 13h00 de segunda-feira (horário de Brasília).

Nesta terça-feira pela manhã, segundo os sites de monitoramento do tráfego marítimo, algumas embarcações no canal eram de um tamanho semelhante ao do "Ever Given", de mais de 200.000 toneladas e 400 metros de comprimento.

No entanto, centenas de navios permanecem à espera nos dois extremos do canal de 190 quilômetros, que une o Mediterrâneo com o Mar Vermelho e concentra cerca de 10% do comércio mundial.

No total, 422 embarcações carregadas com mercadorias, petróleo e gado ficaram bloqueadas. Delas, 113 cruzaram o canal durante a noite entre as 13h00 de segunda e as 03h00 desta terça-feira, disse o almirante Osama Rabie, presidente da SCA.

O congestionamento deve levar entre três e quatro dias para ser solucionado, segundo as autoridades.

- "Prudência" -

"Para as passagens noturnas, devem ser muito prudentes e autorizadas apenas para as embarcações pequenas e médias, não para os grandes petroleiros, nem para os porta-contêineres gigantescos", estima Jean-Marie Miossec, professor da Universidade Paul-Valéry de Montpellier (sudeste da França) e especialista em transporte marítimo.

Na segunda-feira à tarde, o almirante Osama Rabie anunciou "a retomada do tráfego", aliviando a preocupação que pesava sobre o comércio marítimo internacional.

O gigantesco navio de bandeira panamenha, operado pela empresa taiwanesa Evergreen Marine Corporation, ficou preso após colidir com a margem leste do canal.

As operações para removê-lo exigiram mais de uma dúzia de rebocadores e dragas para escavar o canal embaixo do navio.

"Entre 180 e 200 pessoas trabalharam incansavelmente as 24 horas do dia", disse à AFP um funcionário da SCA que não quis se identificar.

Cada dia de paralisação representou perdas de entre US$ 6 bilhões e US$ 10 bilhões, segundo a seguradora Allianz.

O valor total das mercadorias bloqueadas ou que precisaram tomar outra rota varia de acordo com as estimativas, entre US$ 3 bilhões e mais de US$ 9 bilhões.

Segundo a SCA, o Egito perdeu entre US$ 12 milhões e US$ 15 milhões por dia de fechamento do canal, usado por quase 19.000 embarcações em 2020.

Em um impasse que se arrasta desde a manhã de terça-feira (23) o Canal de Suez, uma das principais rotas marítimas do mundo, segue bloqueado pelo porta-contêineres Ever Given e pode levar vários dias para ser liberado. Autoridades locais enfrentam dificuldades para desencalhar a embarcação de 400 metros de comprimento e assistem à formação de uma extensa fila de navios que desejam utilizar a passagem que liga Ásia e Europa. De olho nas dificuldades de logística, os contratos futuros de petróleo voltam a subir nesta sexta-feira (26).

Às 8h20 de Brasília, o barril de petróleo WTI para maio subia 2,10% a US$ 59,79, enquanto o de Brent para junho avançava 1,97%, a US$ 63,02. A commodity já havia se fortalecido na terça-feira com a notícia sobre o bloqueio em Suez, mas ontem teve forte correção negativa por preocupações sobre o avanço da pandemia.

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"Podemos ficar aqui por dias. Nada está se movendo, e a conversa no rádio é que ficaremos aqui até o fim de semana.", disse ao Wall Street Journal Manolis Kritikos, mecânico de um navio-tanque operado pela Grécia preso na hidrovia.

De acordo com o site Marine Traffic, que acompanha o trânsito marítimo mundial, mais de 100 navios estão parados nas proximidades de Suez e aguardam o desbloqueio do canal para seguir viagem. Para além de atrasos nas entregas, circula no mercado o temor de encarecimento de fretes, caso o impasse com o Ever Given não seja resolvido rapidamente.

As transportadoras Maersk e Hapag-Lloyd AG já consideram desviar seus navios pela África, evitando o engarrafamento na hidrovia. "Estamos considerando todas as opções de entrega de carga para nossos clientes, incluindo transporte aéreo, ferroviário e envio de navios pela África do Sul, mas nenhuma decisão foi tomada", disse um porta-voz da Maersk ao Wall Street Journal. A dinamarquesa Torm AS informa que seus clientes já perguntam quanto custaria para tornar o desvio possível. (Com agências internacionais).

Um navio porta-contêiner de 400 metros de comprimento e 59 metros de altura - quase tão longo quanto o Empire State Building - encalhou nesta quarta-feira (24) no Canal de Suez, bloqueando a navegação em uma das principais rotas de abastecimento do mundo. Os contratos futuros de petróleo são alguns dos ativos que respondem com ganhos ao bloqueio, diante de preocupações sobre atrasos na oferta.

Às 8h57 de Brasília, o barril de petróleo WTI para maio subia 2,12%, a US$ 58,98, enquanto o de Brent para junho avançava 1,97%, a US$ 62,05. Os contratos já vinham em alta desde cedo, após uma série de índices de atividade (PMIs) europeus vir bem acima das expectativas.

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A embarcação, da japonesa Shoei Kisen e operada pelo conglomerado taiwanês Evergreen Group, viajava da China para o porto de Rotterdam, na Holanda. Autoridades egípcias já estão no local e esperam desencalhar o navio em poucas horas, mas analistas temem que o procedimento possa levar mais tempo. "O incidente cria distorção nos fluxos de petróleo e produtos que são transportados através do canal. Existem rotas alternativas, mas se o bloqueio durar mais, pode impactar os preços por alguns dias, diz Bjornar Tonhaugen da consultoria norueguesa Rystad Energy.

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