Tópicos | Operação Durkheim

A Polícia Federal suspeita que os arapongas presos pela Operação Durkheim estavam a serviço de um grupo criminoso com duas frentes de ação, uma voltada para a prática de extorsões e estelionato, outra dedicada à venda de dossiês para campanhas eleitorais. Na segunda-feira (26), a PF desmontou a máquina de grampos telefônicos e telemáticos e coleta ilegal de dados protegidos pelo sigilo - bancários, tributários e patrimoniais. Cerca de 180 políticos e empresários são vítimas da rede de espionagem.

"Espero que a Polícia Federal identifique os mandantes. Esses caras que estão presos não são os mandantes, são meros executores", avalia o senador Eduardo Braga (PMDB), líder do governo no Senado, alvo dos arapongas.

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Um indício de que o aparato de grampos tem mandante é o e-mail enviado em 27 de fevereiro por Maikel Jorge a Aldo Barretis. Eles tratam do rastreamento do ex-ministro e atual secretário executivo da Previdência Social, Carlos Gabas. "Falei com o cliente agora sobre o min. Ele disse que estão interessados em coisas envolvendo ele e o caso Bancoop. Pelo que vi no Google faz quase 20 anos. Bem, vamos ver."

Bancoop é a Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo, fundada por um núcleo do PT. O prefeito de São Paulo Gilberto Kassab (PSD) foi monitorado. O juiz Márcio Ferro Catapani, da 2.ª Vara Criminal Federal, decretou a prisão de 33 investigados, entre eles Itamar Damião, veterano araponga.

"O vasto material probatório colhido ao longo das interceptações aponta o investigado Itamar Damião como líder dessa organização criminosa", assevera Catapani. "Descortinou-se grande esquema criminoso de venda de informações sigilosas. As investigações desvelaram complexa rede composta de outros intermediadores e por um grande número de agentes fornecedores de informações sigilosas."

"Eu não tenho a menor ideia de quem está querendo me espionar", disse o senador Braga. "É atitude deplorável, mas tenho a consciência tranquila. Quem pagar por informações sobre meu imposto de renda é um idiota porque os dados são públicos. O pior é pagarem por meus extratos telefônicos. Ali está o histórico de todas as minhas ligações. É arapongagem. São ratos."

Kassab disse não ter sofrido chantagem e elogiou a PF. "Não tenho preocupação porque não faço nada de errado. Quero dar parabéns à Polícia Federal."

Em nota, a advogada Priscila Fonseca destaca que foi alvo da operação "exclusivamente porque duas profissionais autônomas, investigadas, no passado prestaram serviços para esse escritório voltados à obtenção de informações registrarias públicas". "A operação não investiga as atividades desta banca de advocacia." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

O senador Eduardo Braga (PMDB-AM), líder do Governo no Senado; o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PSD); e o ex-ministro da Previdência Social Carlos Eduardo Gabas estão entre os alvos de arapongas presos nesta segunda-feira (26) pela Operação Durkheim, missão da Polícia Federal que mobilizou 400 agentes e delegados para cumprimento de 27 prisões e 87 mandados de buscas. Relatório de 2.194 páginas da Inteligência da PF mostra o alcance da rede de espionagem analisando e-mails da organização criminosa que contêm cópias de declarações de Braga, exercício 2012, e de Gabas (2011), além de extratos telefônicos com histórico de chamadas de Kassab nos meses de maio e junho.

A PF identificou 180 vítimas dos arapongas que adquiriam informações protegidas pelo sigilo em órgãos públicos e operadoras de telefonia e revendiam a empresários e escritórios de advocacia. Também foram alvo da arapongagem os desembargadores Luiz Fernando Salles Rossi, do Tribunal de Justiça de São Paulo, e Júlio Roberto Siqueira Cardoso (TJ-MS) - em poder da quadrilha, a PF achou cópias da declaração de IR de Rossi e de contas telefônicas de Cardoso.

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O líder da trama da espionagem, informa a PF no inquérito 004/2011, chama-se Itamar Ferreira Damião, de 54 anos, mineiro de Canaã, eleito em outubro vice-prefeito de Nazaré Paulista (SP) pelo PSC. Veterano araponga de São Paulo, especialista em bisbilhotagem, ele atende pelo apelido de Pequeno. Tem patrimônio declarado de R$ 3,35 milhões. Foi preso. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

O presidente da Federação Paulista de Futebol, Marco Polo Del Nero, indiciado nesta segunda-feira (26) pela Polícia Federal por suposto envolvimento com integrantes de organizações criminosas, disse que contratou empresa "prestadora de serviços" para obter informações "mais detalhadas acerca da vida pretérita" de uma pessoa - da qual não revela o nome - "em face da necessidade de formalizar situação jurídica de caráter eminentemente pessoal com terceira pessoa".

Del Nero afirma que essa pessoa "nada tem a ver com suas atividades de direção da Federação Paulista de Futebol" e que tudo foi feito "dentro da mais estrita legalidade, inclusive apresentando certidões e informes a todos disponíveis nos registros públicos". Ele sustenta que localizou a empresa na internet, "em publicidade comercial".

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O dirigente afirma que posteriormente dispensou um serviço oferecido pela empresa que lhe causou "estranheza" - um relatório sobre "mensagens escritas enviadas a terceiros" pela pessoa que não nomina.

"Diante de um relatório de investigação que estaria a conter alusão a supostos diálogos captados, dispensei tais serviços".

Del Nero afirma que os fatos citados na Operação Durkheim "nenhuma ligação têm com o futebol, paulista ou nacional, com qualquer delito financeiro a mim imputável ou com minhas atividades de advogado".

Ele diz ter comparecido à PF "espontânea e imediatamente". Na nota enviada à imprensa, Del Nero afirma que esclareceu as suspeitas que pesam contra ele. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

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A Polícia Federal deflagrou nesta segunda-feira (26) a Operação Durkheim, com o objetivo de desarticular duas organizações criminosas, uma especializada na venda de informações sigilosas e outra voltada à prática de crimes contra o sistema financeiro nacional. Trinta e três pessoas foram presas e 87 mandados de busca e apreensão foram cumpridos nos estados de São Paulo, Goiás, Distrito Federal, Pará, Pernambuco e Rio de Janeiro.

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O inquérito policial teve início em setembro de 2011 para investigar os desdobramentos da investigação do suicídio de um policial federal na cidade de Campinas, em dezembro de 2010. O fato apontou a possível utilização de informações sigilosas, obtidas em operações policiais, para extorquir políticos, suspeitos de envolvimento em fraudes em licitações.

As evidências apontam a descoberta de uma grande rede de espionagem ilegal, composta por vendedores de informações sigilosas que se apresentam ao mercado como detetives particulares, e por seus fornecedores, pessoas com acesso aos bancos de dados sigilosos, como funcionários de empresas de telefonia, bancos e servidores públicos. Dentre as vítimas há políticos, desembargadores, uma emissora de televisão e um banco.

A outra organização tinha como atividade principal a remessa de dinheiro ao exterior por meio de atividades de câmbio sem autorização do Banco Central.

Os investigados responderão pelos crimes de divulgação de segredo, corrupção ativa, corrupção passiva, violação de sigilo funcional, realizar interceptação telefônica clandestina, quebra de sigilo bancário, formação de quadrilha, realização de atividade de câmbio sem autorização do Banco Central do Brasil, evasão de divisa e lavagem de dinheiro, com penas de 1 a 12 anos de prisão.

No Recife, foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão, três no bairro de Santo Amaro e um uma empresa de telefonia, localizada no bairro de Jaboatão dos Guararapes. Cinco pessoas foram indiciadas pela prática dos crimes de formação de quadrilha, corrupção passiva, violação de sigilo funcional. Foram apreendidos computadores e diversos documentos. 

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