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Com a prisão determinada nesta quinta-feira (27), o empresário Eike Batista figura como um grande doador de campanhas eleitorais. Suas contribuições somam R$ 12,6 milhões e foram distribuídas para 13 diferentes partidos entre 2006 e 2012. A lista inclui candidatos a prefeito, deputado, senador e presidente. Em 2014 e em 2016 não foram identificados repasses eleitorais.

As maiores doações irrigaram candidatos em Estados em que Eike possui negócios, como Rio, região petrolífera e sede de suas empresas, Minas e Mato Grosso do Sul, onde investe na exploração de minério, e no Amapá, em que além de negócios de mineração, o empresário também possuía licença de operação de linhas ferroviárias.

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Em 2010, Eike doou R$ 1 milhão para o comitê de campanha de Dilma Rousseff (PT) e a mesma quantia para o de José Serra (PSDB), além de R$ 500 mil para Marina Silva, na época no PV.

Em 2006, a campanha de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também recebeu R$ 1 milhão em doações, enquanto R$ 100 mil foram doados para Cristovam Buarque, que disputava a Presidência pelo PDT.

Em depoimento ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no ano passado, o empresário afirmou que foi educado "com o conceito de comunidade", fazendo doações "voluntárias" a diferentes partidos e candidatos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O professor de direito penal internacional da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e procurador regional da República Artur Gueiros considera que será "muito difícil" trazer Eike Batista, que tem dupla nacionalidade brasileira e alemã, de volta para o Brasil, caso ele vá para a Alemanha, país que não extradita seus nacionais.

O fato de Eike estar no exterior, neste momento, possibilita que ele não seja preso?

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Sim. Dentro deste quadro, há o risco da não aplicação da lei penal brasileira pelo fato de ele estar fora do Brasil e ter nacionalidade alemã. Se ele realmente estiver nos Estados Unidos, a Interpol, que o incluiu na lista vermelha, pode prendê-lo e extraditá-lo. Agora, é uma corrida contra o tempo. É fundamental que evitem que ele vá para Alemanha.

E se ele for para a Alemanha?

Neste caso, vai ser muito difícil trazê-lo, porque a Alemanha não extradita nacionais. O governo brasileiro até poderia tentar uma extradição por vias diplomáticas. Mas a repercussão negativa da situação carcerária no Brasil, com as rebeliões, pode ser um elemento contra.

Como fica a situação com ele nos EUA?

Se ele for capturado, pode ser deflagrado um processo de extradição dele para o Brasil. Fora da Alemanha, ele não tem nenhuma proteção. Também há a possibilidade de a promotoria americana resolver instaurar uma investigação sobre os fatos da Lava Jato e abrir um processo criminal contra ele. É possível que haja esse interesse devido à dimensão dos seus negócios, inclusive internacionais. O pior lugar do mundo fora do Brasil para ele estar, neste momento, é os EUA, porque eles têm essa permissão de perseguir criminalmente práticas corruptas no mundo inteiro.

A decisão de prendê-lo foi do dia 13 de janeiro, mas a PF só deflagrou a operação ontem. Houve erro neste tempo?

Devido a profundidade desta operação, que é complexa porque envolve muitos mandados de prisão e de apreensão. Mas já acompanhei casos em que houve monitoramento em tempo real do acusado. Não sei o que aconteceu, se esta pessoa é difícil de fazer esse monitoramento em tempo real, se ela não usa o telefone. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Símbolo da ascensão da economia brasileira à época em que figurou entre os dez homens mais ricos do mundo, Eike Fuhrken Batista materializava, em 2009, a euforia internacional com o Brasil expressa na capa de The Economist intitulada "O Brasil decola" e ilustrada com um Cristo Redentor disparando como um foguete.

Cortejado por governantes, o empresário, 60 anos completados em novembro, era invejado por seus negócios e contatos de sucesso no poder. Tinha acesso direto aos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, do PT, e a líderes e governadores de partidos como o PMDB e o PSDB.

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Um dos amigos era o então governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), a quem Eike costumava emprestar seus jatos particulares. Essas relações garantiram acesso a financiamentos oficiais que ajudaram a turbinar sua fama de gênio dos negócios e que depois implodiria.

Figuram entre os ícones desta época "feliz" as fotos de Eike em solenidades oficiais, ao lado de poderosos. Em um evento da Petrobras, o empresário, trajando o uniforme laranja da estatal, posou fazendo o V da vitória, com Lula e Dilma. Em 2008, elogiado publicamente pelo ex-ministro Raphael de Almeida Magalhães durante uma solenidade - que virou ato em seu desagravo porque era investigado pela Polícia Federal por supostas irregularidades no processo de concessão de uma ferrovia no Amapá -, Eike chorou.

'Filho adotivo'

Em 2012, Eike foi chamado de "orgulho do Brasil" pela então presidente Dilma Rousseff durante visita a uma de suas obras, o Porto do Açu, em São João da Barra, no norte fluminense. Considerado um megaempresário, ele foi personagem em abril daquele ano de um artigo assinado pelo então prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), na revista americana "Time". No texto, Paes chama Eike de "filho adotivo" do Rio e o classifica como um dos responsáveis pelo renascimento da capital fluminense.

Forbes

Quando apareceu no ranking da Forbes como o sétimo homem mais rico do mundo, em 2012, com fortuna estimada em US$ 30 bilhões, Eike chegou a prometer que lideraria a lista. O filho de Eliezer Batista, ex-ministro e ex-presidente da Vale, apelidou sua mineradora MMX de "miniVale".

A Lula, em 2009, apresentou detalhes do Porto do Açu, que deveria ser um dos maiores complexos portuários da América Latina. Eike obteve financiamento de R$ 10,4 bilhões no BNDES, mas nem tudo foi liberado porque muitos projetos foram interrompidos.

A derrocada começou quando as promessas sobre o desempenho das empresas do grupo EBX feitas a investidores não foram cumpridas. As ações das companhias do grupo derreteram e chegaram a ser negociadas por centavos. Quatro das seis empresas fundadas por Eike com ações na Bolsa entraram em recuperação judicial.

'X'

Nas negociações com credores, ele entregou participações nas companhias e viu três serem rebatizadas sem o "X" que carregavam como marca do supersticioso empresário, por simbolizar multiplicação.

Os problemas de Eike chegaram à esfera criminal em 2014. O ex-bilionário tem pendências na Justiça, entre elas por uso de informação privilegiada e manipulação de mercado. Ainda em 2014, Eike convocou a imprensa para um "desabafo" após um ano e meio calado. Disse ter patrimônio negativo de US$ 1 bilhão.

Pelo menos até o fim do ano passado, Eike dava expediente num prédio comercial na Praia do Flamengo, zona sul do Rio. No ápice, a holding EBX chegou a abrigar 400 funcionários. Hoje, se resume a cerca de 20 pessoas, incluindo o filho Thor, de 25 anos.

Atualmente, uma de suas apostas é o lançamento de um creme dental. Mas a que mais se aproxima de seus antigos projetos é um corredor logístico que prevê o transporte de cargas da Argentina ao Chile, transpondo os Andes. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O nome do empresário Eike Batista foi incluído na difusão vermelha da Interpol (Polícia Internacional) - índex dos mais procurados em todo o mundo. A Polícia Federal não encontrou Eike na manhã desta quinta-feira, 26, em sua residência, no Rio. O empresário é formalmente declarado foragido.

A Interpol funciona, na prática, como uma rede que mantém conexão com as polícias de quase 200 países. Os nomes dos procurados abastecem o cadastro da Interpol.

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A ordem de prisão contra Eike foi decretada pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal do Rio, no âmbito da Operação Eficiência - desdobramento da Calicute e da Lava Jato que mira o ex-governador Sérgio Cabral (PMDB).

Com base nas delações premiadas de dois operadores do mercado financeiro, Renato e Marcelo Chebar, a Polícia Federal e a Procuradoria da República descobriram remessas de US$ 100 milhões para o exterior em favor do peemedebista. Eike foi o 'autor intelectual' da transferência de US$ 16,5 milhões, transação que envolveu conta do empresário no Panamá e remessa final para o Uruguai.

A prisão de Eike foi decretada no dia 13. A PF acredita que o empresário pode ter saído do País usando passaporte alemão. O delegado Tacio Muzzi, da PF, disse que não trabalha com a hipótese de que houve vazamento da Operação Eficiência, abrindo caminho para a fuga de Eike.

A defesa do empresário informou que ele ficou 'surpreso' com a ordem de prisão. O advogado disse que Eike vai se apresentar, mas não disse quando isso vai ocorrer.

A Polícia Federal investiga se houve vazamento da operação Eficiência. O empresário Eike Batista comprou na terça-feira (24) passagem para Nova York e embarcou naquela mesma noite, com passaporte alemão. A Polícia Federal quer confirmar agora se Eike de fato desembarcou nos Estados Unidos ou se interrompeu a viagem em alguma conexão e mudou seu destino.

O delegado Tácio Muzzi, titular da delegacia de Combate à Corrupção (Delecor), explicou que a demora entre o mandado de prisão, concedido pelo juiz Marcelo Brêtas em 13 de janeiro, e a deflagração da operação ocorreu porque ainda havia procedimentos a serem realizados, como o repatriamento de US$ 85 milhões.

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"É prematuro falar em vazamento, mas a Polícia Federal está apurando. E caso não haja o retorno espontâneo (de Eike Batista), serão tomadas as medidas cabíveis com apoio da Interpol", afirmou Muzzi.

Ainda de acordo com o delegado, no cumprimento do mandado de buscas, foram apreendidos carros de Eike Batista, inclusive o Lamborghini Aventador, avaliado em R$ 2,5 milhões, que ornamenta a sala do empresário, na mansão do Jardim Botânico, zona sul do Rio. Os veículos, no entanto, ficarão na casa do empresário, nomeado fiel depositário dos bens. Eles não podem ser vendidos.

Cabral

O Ministério Público Federal (MPF) identificou desde o início da Operação Calicute, desdobramento da Lava Jato no Rio, indícios de que parentes do ex-governador Sérgio Cabral (PMDB) seriam destinatários de valores em espécie recebidos da suposta organização criminosa liderada pelo político.

Isso justificaria a condução coercitiva da ex-mulher de Cabral Suzana Neves Cabral e do irmão do ex-governador, Maurício de Oliveira Cabral Santo. De acordo com o procurador da República Eduardo El Hage, foram encontrados na casa de Maurício na manhã desta quinta-feira, 26, R$ 30 mil, milhares de dólares e euros em espécie.

A ex-mulher do ex-governador do Rio Sérgio Cabral, Susana Neves Cabral, deixou no início da tarde desta quinta-feira (26) a sede da Polícia Federal, na capital fluminense, onde foi levada por condução coercitiva para prestar depoimento. Ela é suspeita de ser beneficiária do esquema de corrupção comandado pelo ex-marido e investigado na Operação Eficiência, deflagrada nesta quinta como um dos desdobramentos da Lava Jato no Rio.

Susana passou cerca de duas horas na sede da Polícia Federal, onde chegou logo depois das 10h da manhã e saiu pouco antes do meio-dia. Mais cedo, o advogado de Susana, Sérgio Riera, disse que sua cliente não tem qualquer envolvimento com o esquema de corrupção que seria capitaneado por Cabral. E que o filho dela com o ex-governador, Marco Antônio Cabral, também não está envolvido.

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Segundo Riera, ela recebia pagamentos do ex-marido como uma espécie de pensão, mas não tinha ideia da origem desses recursos. O advogado afirmou que sua cliente estava tranquila e que responderia a todas as perguntas dos policiais. "Ela se surpreendeu, porque não recebeu em nenhum momento intimação para prestar depoimento. Curiosamente optaram pelo instrumento da condução coercitiva. Acho isso uma violência", declarou o advogado.

A operação deflagrada nesta quinta apura a ocultação de mais de US$ 100 milhões no exterior por Sérgio Cabral, detido no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, zona oeste da capital fluminense. A ex-mulher e Maurício Cabral, irmão do ex-governador, estão entre os alvos das investigações na condição de beneficiários dos recursos ilícitos.

Suas contas e de suas empresas receberam altas quantias ocultadas pela organização, segundo o Ministério Público Federal no Rio de Janeiro.

Endereços comerciais de Susana também foram alvo de mandados de busca e apreensão. Tanto ela quanto Maurício tiveram mandados de condução coercitiva decretados para que prestassem depoimento à Justiça.

Susana é assessora do presidente da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), Jorge Picciani (PMDB), contratada em agosto do ano passado, conforme revelou o jornal O Estado de S. Paulo em dezembro. A ex-mulher de Cabral é de família tradicional na política - é prima do senador Aécio Neves (PSDB-MG) e do vice-governador do Rio, Francisco Dornelles (PP).

Na operação Calicute, a ex-mulher de Cabral não foi alvo, mas a denúncia apresentada pela força-tarefa da Lava Jato do Rio informa que ela recebeu R$ 883.045 oriundos do esquema que teria sido montado pelo ex-governador. Segundo o documento, Susana recebeu ao menos 13 vezes dinheiro de recursos ilícitos da organização criminosa, entre 2014 e 2016.

As investigações da Calicute identificaram ainda que Susana e Carlos Bezerra, um dos operadores da propina de Cabral, se comunicaram em 221 ligações, nos últimos cinco anos.

Na função de chefe de gabinete parlamentar de Picciani na Alerj, Susana recebeu, em novembro, R$ 17.630,51: R$ 3.443,46 por cargo em comissão e R$ 14.187,05 em gratificação. Líquidos, os vencimentos ficaram em R$ 13.651,48.

Em dezembro, Picciani defendeu a nomeação em entrevista ao Estado. Segundo o presidente da Alerj, o trabalho de Susana é de assessoria "nitidamente parlamentar", atuando em sua base eleitoral, e a nomeação não teve relação com Cabral. "A Susana está separada do Cabral há 20 anos. Tenho uma relação com ela da campanha de 1996", disse Picciani.

Conforme o deputado, Susana trabalhou por oito anos como assessora do gabinete de Dornelles quando o vice-governador era senador. Nessa época, lembrou Picciani, Susana trabalhou na campanha "Aezão", a articulação da ala do PMDB do Rio que, na campanha eleitoral de 2014, apoiou a reeleição de Luiz Fernando Pezão (PMDB) como governador e a eleição de Aécio a presidente. Na entrevista de dezembro, Picciani ainda lembrou que Susana vem de "uma família com tradição política", pois é filha do "Dr. Gastão Neves".

Adriana Anselmo

Os procuradores da Lava Jato desconfiam que havia repasses mensais de R$ 1 milhão de Eike Batista ao escritório da ex-primeira dama Adriana Ancelmo. Foi encontrada transferência nesse valor, em 2013, para o escritório. De acordo com os procuradores, Eike foi chamado para esclarecer a operação, mas as investigações acabaram demonstrando que sua versão dos fatos era falsa.

Ao MPF, Eike afirmou que havia um contrato relativo a investimento em um fundo da Caixa Econômica Federal e o banco teria indicado o escritório de Adriana Ancelmo. Segundo o procurador-regional da República, José Vagos, Eike "tenta fazer com que contratos falsos deem tom de legalidade a operações que dizem respeito a lavagem de dinheiro".

Uma testemunha que trabalhou no escritório disse que jamais viu nenhum processo referente à EBX sendo tratado pelos advogados. A Caixa também desmentiu as declarações do empresário.

"Uma vez confrontada a Caixa, ficou claro que a versão não é verdadeira. Não houve qualquer contrato com a Caixa Econômica Federal. Esse R$ 1 milhão não teria sido sequer um pagamento pontual, mas um pagamento mensal. Como o escritório está sendo investigado como suposto local para vazamento de dinheiro, tudo leva a crer que esse R$ 1 milhão é fruto de ocultação de um dinheiro que não podia ser trazido à luz", afirmou o procurador, em entrevista concedida na sede da Polícia Federal, no Rio.

A Polícia Federal suspeita que o empresário Eike Batista, alvo da Operação Eficiência, pode ter saído do Brasil usando um passaporte alemão. A informação foi dada pelo delegado Tacio Muzzi, da Polícia Federal.

Alvo de mandado de prisão preventiva por suspeita de envolvimento com organização criminosa liderada pelo ex-governador do Rio Sérgio Cabral, o empresário está foragido.

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A PF foi à residência de Eike, no Rio, às seis horas da manhã desta quinta-feira, 26, mas ele não foi localizado. A defesa de Eike informou que ele está em viagem, fora do País. Ele estaria em Nova York.

O empresário pode ter viajado na noite de 24 de janeiro. A PF ainda não trabalha com a hipótese de vazamento da operação.

O delegado Tacio Muzzi informou que o nome de Eike poderá ser incluído na difusão vermelha da Interpol - índex dos mais procurados em todo o mundo. O delegado disse que "não se pode afirmar categoricamente que Eike teve intenção de fugir do País".

A ordem de prisão contra o empresário Eike Batista já tinha sido decretada no dia 13 de janeiro pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal do Rio de Janeiro. Eike é um dos alvos da Operação Eficiência, que apura a ocultação de mais de US$ 100 milhões no exterior pelo ex-governador Sérgio Cabral (PMDB), detido no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, zona oeste da capital fluminense.

O advogado de Eike, Fernando Martins, acompanha as buscas da Polícia federal na casa do empresário, que começaram no início da manhã desta quinta-feira (26) no Rio. De acordo com ele, o ex-bilionário está em viagem ao exterior, mas vai se entregar à polícia. O advogado, no entanto, não precisou o paradeiro de Eike nem a data em que ele se apresentaria à justiça.

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Uma fonte ligada ao empresário disse que Eike deixou o País há dois dias. Como não foi encontrado no endereço informado à Justiça, ele pode ser considerado foragido.

A Operação Eficiência, desdobramento da Calicute - fase da Lava Jato no Rio - descobriu que o empresário Eike Batista pagou propina de US$ 16,5 milhões para o ex-governador Sérgio Cabral (PMDB) por meio da conta Golden Rock no TAG Bank, no Panamá. Eike está sendo procurado pela Polícia Federal. Segundo a defesa do empresário ele está em viagem fora do País, mas vai se entregar.

A prisão preventiva de Eike foi decretada pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal do Rio. Cabral também teve prisão decretada, mas ele já está recolhido no presídio de Bangu 8 desde novembro, alvo da Calicute. Segundo o Ministério Público Federal e a Polícia Federal a propina milionária foi solicitada por Cabral em 2010.

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Para dar aparência de legalidade à operação foi realizado em 2011 um contrato de fachada entre a empresa Centennial Asset Mining Fuind Llc, holding de Batista, e a empresa Arcadia Associados, por uma falsa intermediação na compra e venda de uma mina de ouro. A Arcadia recebeu os valores ilícitos numa conta no Uruguai, em nome de terceiros mas à disposição do peemedebista. Da operação de repasse de US$ 16,5 milhões via conta no Panamá, teria participado Flávio Godinho, vice presidente de futebol do Flamengo e do Grupo EBX, também alvo de mandado de prisão na ação deflagrada nesta quinta-feira, 26.

Os investigadores apontam o envolvimento de Eike e Cabral em lavagem de US$ 100 milhões no exterior. A maior parte desse dinheiro - R$ 270 milhões - já foi repatriada, segundo os procuradores da República que investigam Eike e Cabral.

Na nova fase das investigações sobre a organização criminosa supostamente liderada pelo ex-governador do Rio, o Ministério Público Federal pediu à Justiça a decretação de dez prisões preventivas - por tempo indeterminado -, quatro conduções coercitivas e o cumprimento de buscas e apreensões em 27 endereços no Rio, Niterói, Miguel Pereira e Rio Bonito.

A pedido do MPF, foram ordenadas as prisões de Eike Batista e do advogado Flávio Godinho, investigados por corrupção ativa com o uso de contrato fictício, e quatro membros da organização: Álvaro Novis, Sérgio de Castro Oliveira, Thiago Aragão (Ancelmo Advogados) e Francisco Assis Neto. As conduções coercitivas se destinam à tomada dos depoimentos de Susana Neves e Maurício Cabral - ex-mulher e irmão de Cabral -, de Eduardo Plass (TAG Bank e gestora de recursos Opus) e de Luiz Arthur Andrade Correia, preso na 34.ª fase da Lava Jato, em setembro.

Com a Operação Eficiência, a Força-Tarefa Lava Jato no Rio de Janeiro aprofunda a apuração de um esquema usado por Cabral e pelos demais investigados para ocultar mais de US$ 100 milhões (valor superior a R$ 340 milhões) remetidos ao exterior. A investigação, concentrada nos crimes de corrupção (ativa e passiva), lavagem e evasão dos recursos, tem avançado com base em quebras de sigilo (bancário, fiscal, telefônico e telemático) e em acordos de colaboração premiada.

Segundo os procuradores, a organização criminosa movimentou, em dez meses - agosto de 2014 a junho de 2015 -, R$ 39,7 milhões, ou cerca de R$ 4 milhões por mês.

"A remessa de valores para o exterior foi contínua entre 2002 e 2007, quando Cabral acumulou US$ 6 milhões", afirmam os procuradores. "Mas esse alto valor em nada se compararia às surreais quantias amealhadas durante a gestão do governo do Estado do Rio de Janeiro, quando ele acumulou mais de US$ 100 milhões em propinas, distribuídas em diversas contas em paraísos fiscais no exterior", afirmam os procuradores Leonardo Cardoso de Freitas, José Augusto Vagos, Eduardo El Hage, Renato Silva de Oliveira, Rodrigo Timóteo da Costa e Silva, Jessé Ambrósio Junior, Rafael Antonio Barreto dos Santos, Sérgio Pinel e Lauro Coelho Junior, coautores da petição da Operação Eficiência.

"Sua organização criminosa foi extremamente bem sucedida em seus objetivos, amealhou imensa fortuna distribuída a seus membros. E parte desses valores se descortina com esta medida cautelar". Dizem.

Eike Batista, Godinho e Cabral também são suspeitos de terem cometido atos de obstrução da investigação, porque numa busca e apreensão em endereço vinculado ao empresário em 2015 foram apreendidos extratos que comprovavam a transferência dos valores ilícitos da conta Golden Rock para a empresa Arcádia.

Naquela ocasião, os três investigados "orientaram os donos da Arcadia a manterem perante as autoridades a versão de que o contrato de intermediação seria verdadeiro". "De maneira sofisticada e reiterada, Eike Batista utiliza a simulação de negócios jurídicos para o pagamento e posterior ocultação de valores ilícitos, o que comprova a necessidade da sua prisão para a garantia da ordem pública", afirmam os nove procuradores corresponsáveis pela Operação Eficiência.

Estão sendo cumpridas pela Polícia Federal na manhã desta quinta-feira (26) mandados de prisão preventiva, conduções coercitivas e buscas e apreensões no Rio de Janeiro. As diligências são parte da Operação Eficiência, segunda fase da Calicute, desdobramento da Lava Jato em solo carioca.

Entre os alvos de prisão preventiva estão o empresário Eike Batista e o vice-presidente de futebol do Flamengo Flávio Godinho, ex-braço direito de Eike.

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A investigação mira pagamentos de propina envolvendo o ex-governador Sergio Cabral, que também é alvo de um mandado de prisão preventiva - o peemedebista já está preso em Bangu. Os outros alvos da operação são Sergio Castro, apontado como operador do esquema, Francisco Assis, o doleiro Álvaro Galliez, Thiago Aragão, ex-sócio da esposa de Cabral, e três pessoas ligadas a Cabral que também já estão presas - Wilson Carlos, Carlos Emanuel Miranda e Luiz Carlos Bezerra.

Além deles, o irmão de Cabral, Maurício de Oliveira Cabral Santos e Suzana Neves Cabral, sua ex-mulher, são alvos de condução coercitiva.

Todas as diligências tiveram origem nos desdobramentos da investigação sob tutela do juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal do Rio de Janeiro. Na fase desta quinta-feira, as informações foram coletadas em dois acordos de colaboração que abordaram os detalhes do esquema de lavagem de dinheiro por trás dos desvios praticados pelo grupo do ex-governador Sergio Cabral.

A Polícia Federal (PF) divulgou nota na manhã desta quinta-feira (26) informando a deflagração da Operação Eficiência, desdobramento da Operação Calicute no âmbito da Lava Jato no Rio de Janeiro. A PF informou que investiga crimes de lavagem de dinheiro consistente na ocultação no exterior de aproximadamente US$ 100 milhões.

"Boa parte dos valores já foi repatriada. Também são investigados os crimes de corrupção ativa e corrupção passiva, além de organização criminosa", informa a nota da Polícia Federal.

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O Ministério Público Federal participa da operação e há apoio da Receita Federal. Cerca de 80 policiais federais cumprem nove mandados de prisão preventiva, quatro de condução coercitiva e 22 mandados de busca e apreensão no Rio de Janeiro, informou a Polícia.

Todas as diligências tiveram origem nos desdobramentos da investigação sob tutela do juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal do Rio de Janeiro. Na fase desta quinta-feira, as informações foram coletadas em dois acordos de colaboração que abordaram os detalhes do esquema de lavagem de dinheiro por trás dos desvios praticados pelo grupo do ex-governador Sergio Cabral. A investigação mira pagamentos de propina envolvendo o ex-governador.

Entre os alvos da ação desta quinta-feira está o empresário Eike Batista, que teve mandado de prisão preventiva expedido contra ele. A defesa de Eike informou que ele está fora do Rio, mas irá se apresentar.

Outros grandes empresários estão entre os investigados que tiveram a prisão preventiva decretada, acrescentou a PF. Os policiais agendaram uma coletiva de imprensa às 10h30, na sede da Polícia Federal no Rio de Janeiro, para detalhar a operação.

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