A Polícia Civil do Estado apresentou o balanço da Operação Matrix, deflagrada na manhã da última sexta-feira (18), quando foram presos suspeitos envolvidos em homicídios, narcotráfico, comércio de armas, roubo e receptação nas cidades de Carpina, Recife e Lagoa do Carro, na Mata Norte de Pernambuco. Com mais de 40 policiais civis e militares envolvidos na ação, foram expedidos 17 mandados de prisão e quatro de apreensão. Ao todo, foram apreendidas cinco armas de fogo, 28 munições, 98 pedras de crack, 43kg de maconha e a quantia de R$ 23,234 mil em dinheiro.

Com as investigações iniciadas em dezembro de 2015, a ação conjunta da Matrix foi realizada como uma continuação e desdobramento da Operação Fênix, de 22 de agosto de 2015, que também tinha o mesmo enfoque de apreender homicidas interceptando o tráfico de drogas na mesma região. Na Operação Matrix estavam envolvidas 21 pessoas de dois grupos rivais. Um liderado pelo detento do Presídio de Igarassu Ezequias Almeida da Silva, conhecido como "Kia". O outro por Marcelo Alves da Silva Junior, que também estava preso e comandava o tráfico na região pelo celular. 

Dos 21 mandados de prisão expedidos pela operação, oito pessoas já estavam presas nos presídios de Igarassu, Carpina e Limoeiro. Em um comparativo realizado pela Secretaria de Defesa Social do Estado, o crime na cidade de Carpina foi reduzido em até 60%. No período de janeiro a março em 2015 foram registrados 17 homicídios, nesse mesmo período em 2016 foram registradas seis mortes. "Estava começando a haver guerra de quadrilha e a situação estava ficando complicada na região. Atacamos o tráfico de drogas, que é a principal causa dos homicídios e conseguimos diminuir esse número", explicou o delegado à frente do caso, Antonio Resende, delegado titular da Delegacia de Carpina.

De acordo com informações da Polícia Civil, entre os presos, estava um filho de um vereador conhecido no município de Carpina. Marcos Fernando Santos Barreto, o Marquinhos, havia sido solto há duas semanas quando foi preso novamente pela Operação Matrix. Ele era rival de Kia e os dois tinham um histórico de agressão mútua. "Ele facilitava a vida de um dos traficantes e foi pego com armas de fogo e munições", afirmou o delegado.

A ação operacional durou cerca de 15 horas e, de acordo com a polícia, foram cinco mandados de prisão contra menores, quatro cumpridos, um deles conseguiu fugir. Segundo o delegado, os menores eram os mais agressivos, conhecidos como os que cometiam mais homicídios na região pela facilidade de serem soltos após 45 dias. Nas prisões efetuadas, duas mulheres dos traficantes também foram detidas por envolvimento nas quadrilhas.