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O Dia de Reis, celebrado neste sábado (6), marca o fim das celebrações de Natal. No Recife, um cortejo de pastoris realizou uma caminhada para a tradicional celebração da Queima da Lapinha, saindo do Pátio do Livramento até o Pátio de São Pedro, no bairro de Santo Antônio. 

A prefeitura realizou o evento, reunindo 15 grupos de pastoril, além de blocos líricos, levando a lapinha, feita de palha e folhas secas, para ser queimada ao final da passeata. A tradição reza que pedidos e desejos para o ano que começa devem ser jogados na fogueira, para que sejam realizados.  

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Visitantes se encantam 

Por fazer parte da cultura popular, muitas pessoas já conhecem e gostam de prestigiar o cortejo. É o caso de Fabio dos Santos Cardoso, 42 anos, historiador, professor e catequista, que vai todos os anos ver a queima. “É uma coisa cultural e é uma coisa muito boa também, a gente participa, a gente vê essa junção do final do ciclo natalino pro início do ciclo carnavalesco”, comentou. 

“Todos os anos a gente vê os pastoris, as meninas de azul, vermelho, a Diana que usa as duas cores. Isso tudo é muito bom e eu acho que isso é a cultura de Pernambuco falando para o mundo”, concluiu. 

Por outro lado, a tradição ainda é novidade para outra parcela da população, como é o caso de Regina Cabral, moradora do bairro de Casa Forte, que compareceu pela primeira vez ao evento, acompanhada de duas irmãs, marido e filha. 

“Eu quero realmente conhecer, porque eu não nunca vi. Pra saber como é que é, qual é o processo, como é que é feito, eu vi que vai ter pastorinho, vai ter bloco lírico. É assim né? Para ver como é que é. Pra conhecer realmente”, disse. 

Tradição para quem participa 

O evento, por mais especial que seja para todos, traz uma animação ainda maior para quem participa do desfile, como as integrantes dos pastoris. A emoção toma conta de Juliana Andrade, de 38 anos, que participa das festividades do Pastoril Menino Jesus de Vovó Bibia desde os dois anos de idade, e atualmente dirige as coreografias para as crianças. 

“É uma que veio da minha avó. Ela juntou as netas para dançar pastoril alegrar a entrega das cestas básicas no Natal, ela teve muita neta, e eu cresci todo final de ano estando num pastoril, costurando as roupas, ensaiando, indo dançar no Hospital do Câncer, em instituição de idosos. E me emociona. É só escutar qualquer música de pastoril que para mim bate lá dentro porque tá no sangue, tá enraizado”, compartilhou. 

O cortejo saiu do Pátio do Livramento às 18h em direção ao pátio de São Pedro, e foi recebido por uma multidão que aguardava sua chegada para os desfiles dos pastoris e dos blocos líricos, além do momento aguardado da queima da lapinha.

 

Nesta quinta-feira (20) os 20 grupos de pastoris se apresentaram pelas ruas do recife. O ponto de partida foi na Igreja da Boa Vista, localizada na rua imperatriz, centro do Recife, e o encerramento foi no Pátio de São Pedro, no bairro de Santo Antônio, área central do Recife. 

Alguns organizadores e as pessoas que se encontravam no local assistindo a apresentação afirmaram que a festividade já foi mais animada. “As tradições mais fortes dos pastoris foram perdidas assim como as quadrilhas juninas que também estão perdendo suas características originais comentou um admirador”, Humberto Peixoto.

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Anacele Mota possui um grupo de dança, mas disse que não participou da apresentação com sua equipe por falta de incentivo. “Não teve divulgação do poder público. Espero que a Secretaria de Cultura respeite mais um pouco essa manifestação cultural, vou fazer uma denúncia através das redes sociais. Não se tem ao menos uma iluminação devida”, afirmou.

A coordenadora da equipe estrela Dalva, Ivani Lopes, comentou que esse ano (2012) foram poucas as pessoas que prestigiaram a apresentação. A equipe do Portal LeiaJá tentou entrar em contato com a Secretaria de Cultura, mas no momento não havia ninguém que pudesse responder as críticas de quem foi prestigiar os grupos de pastoris.

 

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