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Em depoimento à Polícia Federal, o hacker Walter Delgatti Netto disse que a deputada Carla Zambelli (PL-SP) lhe pediu para invadir as urnas eletrônicas ou, caso não fosse possível, a conta de e-mail e o telefone de Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e ex-presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Segundo Delgatti Netto, a parlamentar fez a solicitação em setembro de 2022, durante um encontro dos dois na Rodovia dos Bandeirantes, em São Paulo.

Naquele mês, o atual presidente Lula (PT) aparecia à frente de Jair Bolsonaro (PL), aliado de Zambelli, nas pesquisas eleitorais. O ex-presidente e seus apoiadores atacavam o sistema eleitoral, sem provas ou evidências de irregularidades.

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À PF, Delgatti também afirmou que conseguiu acessar o sistema da urna eletrônica nem o celular de Moraes. Ele ainda disse que conseguiu entrar no e-mail do ministro, onde não encontrou nada comprometedor.

O depoimento aconteceu no âmbito de um inquérito que investiga a invasão do sistema de mandados de prisão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e a inclusão de uma falsa ordem de detenção de Moraes. O hacker chegou a ser preso em 2019, em razão dos acessos indevidos, foi posto em liberdade e voltou a ser detido em junho, por descumpimento de determinação judicial de não acessar a internet. Ele afirmou ao G1 que administra as redes sociais e o site de Zambelli.

O presidente Jair Bolsonaro pediu que o próprio filho Carlos Bolsonaro fosse processado por Gustavo Bebbiano. É o que diz o ex-ministro, em vídeo revelado por André Marinho, filho do empresário Paulo Marinho, que articulou a campanha presidencial de Bolsonaro. O material- gravado seis dias antes da morte de Bebbiano, em março do ano passado- foi ao ar no último sábado (13), no Flow Podcast.

Na gravação, Bebbiano menciona uma conversa, no ano de 2018, com Bolsonaro e o deputado Julian Lemos (PSL-PB). "Num dia anterior, o Carlos [Bolsonaro] tinha irritado muito a todos nós por conta de ataques infundados, gratuitos, que ele tinha feito nas redes sociais em relação a uma série de pessoas, inclusive da equipe de comunicação, que trabalhava muito aqui para que o projeto fosse bem sucedido" [...] "E o Carlos disparou a metralhadora giratória por conta de ciumeira. Nesse dia, o Jair virou pra mim e falou assim: 'Gustavo, processa ele! Processa ele!' E eu disse: 'Capitão, os seus filhos, não'. E ele disse: "Mas o moleque tem que aprender. Tá na hora de ele aprender'”, conta o ex-ministro.

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Bebbiano chega a ponderar que teria sido “um acerto” seguir a orientação. “Talvez, se ele tivesse tomado um susto, amadurecesse um pouco, porque ele não tem a mínima ideia do mal que ele faz às pessoas", completa.

O ex-ministro conta ainda que, em outro diálogo, o então presidenciável Jair Bolsonaro chegou a lhe prometer o comando do Ministério da Justiça. "Ele virou e falou: ‘Gustavo, você está nisso aqui pra se tornar o próximo ministro da Justiça. Só que você precisa alongar o seu pavio. Você tem um pavio muito curto, e no mundo político tem que ter muita tolerância. Não pode pisar no calo de um deputado federal, senador, porque um movimento errado desses pode abrir uma crise com final imprevisível para o governo. Eu confio em você'", narra Bebbiano.

O material foi registrado para integrar um documentário dirigido por Bruno Barreto, sobre os bastidores da eleição de Bolsonaro à presidência. O vídeo é exibido aos 58 minutos do podcast. O trecho do vídeo que foi exibido no programa está aos 58 minutos do programa.

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