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A pandemia de coronavírus (Covid-19) é a primeira enfrentada pela sociedade contemporânea e entra para a lista de outras crises que assolaram o mundo, como a peste negra, que matou cerca de 60% da população europeia, a  cólera e o HIV. "Elas surgem e retrocedem para refletir sobre causas e consequências, sobre hábitos e costumes, sobre higiene, purificação e, principalmente, sobre excessos e falta de atenção para com a sociedade humana e o meio ambiente", comenta o sociólogo César José, formado pela Universidade de Santos.

Conheça as pandemias anteriores:

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1 – Peste Bubônica

A Peste Bubônica ou Peste Negra é causada pela bactéria Yersinia pestis, transmitida através de pulgas de ratos. O mundo enfrentou essa pandemia no final do século XIV, que matou cerca de 200 milhões de pessoas, segundo publicação da revista Galileu. Entre os sintomas da doença estão inchaço dos gânglios, dores de cabeça, fadiga e dores musculares.

2 – Varíola

A doença atormentou a humanidade por mais de 3 mil anos. O vírus Orthopoxvírus variolae era transmitido por meio das vias respiratórias. Tinha como sintomas febre alta, erupções na garganta, na boca e no rosto. Foi erradicada na década de 1980, após campanha de vacinação em massa.  

3 – Cólera

A doença surgiu em 1817 e matou milhares por meio de sua transmissão, que acontece a partir de alimentos e água contaminados. "Há uma tendência em vários lugares a não se observar regras de saneamento, desinfecção e medidas preventivas, não por maldade ou desinteresse, e sim por falta de informação. O cólera ainda é uma doença global que mata milhares", diz o sociólogo José. Um dos países mais atingidos pela cólera foi o Haiti, em 2010. O Brasil já teve vários surtos da doença, principalmente em áreas mais pobres do Nordeste.

4 – Gripe Espanhola

Estima-se que cerca de 50 milhões de pessoas tenham morrido na pandemia que procedeu a Primeira Guerra Mundial (1914-1918). Mais de um quarto da população mundial na época foi infectada e até o presidente do Brasil na época, Rodrigues Alves, morreu da doença, em 1919. O vírus veio da Europa, a bordo do navio Demerara. O transatlântico desembarcou passageiros infectados no Recife, em Salvador e no Rio de Janeiro. Os sintomas eram parecidos com o do atual coronavírus e não possuia cura.

5 – HIV

O vírus da imunodeficiência humana é considerado por alguns autores uma pandemia global. No entanto, a OMS atualmente usa o termo epidemia. Dados de 2018, apontam que 37,9 milhões de pessoas estão infectadas com o HIV em todo o mundo.

 

Conhecida por provocar a peste negra, que dizimou quase metade da população da Europa no século 14, a bactéria Yersina pestis já infectava humanos desde a Idade do Bronze, há 4.800 anos, de acordo com um novo estudo publicado nessa quinta-feira (22) na revista Cell. A data é cerca de 3.300 anos anterior ao registro mais antigo confirmado de infecção pela bactéria.

Cientistas já haviam confirmado anteriormente que, além da peste negra, a bactéria também foi responsável pela praga de Justiniano, que devastou todo o mundo conhecido durante o Império Bizantino, há cerca de 1.500 anos, matando 50 milhões de pessoas. Mas até agora não haviam sido registradas infecções anteriores.

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No novo estudo, os pesquisadores sequenciaram o DNA de amostras de dentes de 101 indivíduos que viveram na Idade do Bronze - de 3.000 a.C. a 1.500 a.C. - na Europa e na Ásia. Sete deles foram infectados pela Yersina pestis, por volta do ano 2.800 a.C. Segundo os autores do estudo, isso significa que a mesma bactéria pode ter sido responsável pela famosa peste de Atenas, que matou 25% da população ateniense durante a Guerra do Peloponeso, a partir de 430 a.C., quando a cidade-Estado se encontrava sitiada pelos espartanos.

"Descobrimos que a linhagem da Yersina pestis se originou e se espalhou muito antes do que pensávamos e agora temos uma ideia bem mais precisa de quando ela se desenvolveu. Esse estudo muda nossa visão sobre como a peste influenciou as populações humanas e abre novas vias para o estudo da evolução das doenças", disse um dos autores, Eske Willerslev, da Universidade de Copenhague, na Dinamarca.

Segundo os pesquisadores, o estudo indica também que, embora a peste já existisse há 4.800 anos, foi preciso pelo menos mais um milênio até que a bactéria adquirisse um gene que permitisse sua sobrevivência no interior do organismo das pulgas, tornando-a capaz de se espalhar entre humanos usando o inseto. "O gene, no entanto, estava presente no genoma da bactéria em um indivíduo da Idade do Ferro. Isso sugere que a peste se tornou transmissível por pulgas em um período entre 3.700 e 3 mil anos atrás", disse Willerslev.

Trabalhos recentes coordenados por Willerslev e por Kristian Kristiansen, da Universidade de Gotemburgo, na Suécia, levantaram a hipótese de que a peste pode ter dado forma às populações humanas ao longo dos milênios. Há alguns meses, eles publicaram um estudo genômico de indivíduos da Idade do Bronze e mostraram que o período foi altamente dinâmico, envolvendo migrações de grande escala, que deram forma à maior parte da estrutura demográfica atual de Europa e Ásia.

 

A razão dessas migrações, no entanto, não estava clara. "Um dos cenários que discutimos foi a ideia de que grandes epidemias pudessem ter impulsionado essa dinâmica", disse outro dos autores do novo estudo, Morten Allentoft, da Universidade de Copenhague. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A peste, que castiga duramente a ilha de Madagascar, onde matou 39 pessoas, segundo o ministério da Saúde malgache, é uma doença conhecida desde a Antiguidade, provocada por uma bactéria que jamais desapareceu da face da Terra.

O agente da "peste negra" foi descoberto em 1894 pelo francês de origem suíça Alexandre Yersin, do Instituto Pasteur. Por este motivo, seu nome científico é "Yersinia pestis". A peste provocou três ondas de pandemia (epidemia mundial), responsáveis pela morte de 200 milhões de pessoas. No século XIV (entre 1347 e 1350), a doença matou um terço da população europeia.

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Associada a condições de vida insalubres, a peste é uma zoonose (doença animal transmitida ao homem) que costuma se propagar do rato para o ser humano por intermédio da picada da pulga do roedor. A peste bubônica se manifesta por febre alta e um inchaço dos gânglios linfáticos na região da picada, que supuram e ficam enegrecidos. Ela pode evoluir para uma septicemia (infecção generalizada), que mata em 36 horas ou, quando a bactéria atinge os pulmões, se transformar em peste pulmonar, mortal em três dias na falta de tratamento apropriado.

Forma mais perigosa da doença, a peste pulmonar, muito contagiosa, se transmite por via aérea de pessoa a pessoa, pela inalação de gotículas expelidas pelos doentes ou, em um cenário de bioterrorismo, por aerossóis infectados dispersos por helicóptero ou um sistema de ventilação.

Antibióticos são usados para tratar a infecção. Em pleno século XXI, a peste ainda causa estragos no mundo, como demonstra o caso mais recente de Madagascar, mas também da África (onde uma epidemia no Congo afetou os funcionários das minas de ouro e diamantes), além de registros na Ásia - especialmente na China e no Afeganistão -, segundo um estudo recente.

Um aparente surto de peste bubônica provocou a morte de pelo menos 20 pessoas em Madagáscar no decorrer da última semana, informaram autoridades locais nesta quinta-feira.

A polícia de Mandritsara, no noroeste do país, informou ontem que os mortos não puderam ser socorridos há tempo. Além disso, mais de 20 pessoas na mesma região apresentam sintomas da doença e estão sendo tratadas.

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O Ministério da Saúde de Madagáscar informou que, apesar das suspeitas, ainda não há confirmação de que se trata de um surto de peste bubônica. Os casos suspeitos estão sendo analisados pelo Instituto Pasteur Malgaxe.

A peste bubônica, também conhecida como peste negra provocou a morte de milhões de pessoas na Europa durante a Idade Média. Atualmente, surtos da doença são extremamente raros e são tratáveis. Fonte: Associated Press.

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