Crianças desnutridas no Malauí estão em grave risco devido ao pior pico de cólera no país africano, alertou a ONU nesta terça-feira (7), pedindo mais de US$ 50 milhões (cerca de R$ 259 milhões) para combater a doença.
Cerca de 4,8 milhões de crianças - uma em cada duas - precisam de ajuda alimentar, alertou o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).
Entre agora e o final de março, o estado de desnutrição de mais de 213.000 crianças menores de cinco anos vai piorar, e mais de 62.000 delas sofrerá de desnutrição aguda, disse Rudolf Schwenk, representante do Unicef no Malawi.
"Uma criança gravemente desnutrida corre 11 vezes mais risco de morrer de cólera do que uma criança bem alimentada. Um surto de cólera pode resultar em sentença de morte para milhares de crianças no Malauí", disse ele a repórteres em Genebra, em coletiva de imprensa online.
O Malauí vive a epidemia de cólera mais mortal de sua história, com 1.500 mortes, 197 delas de crianças, desde março de 2022. Mais de 50.000 pessoas, incluindo mais de 12.000 crianças, foram afetadas, segundo os últimos dados disponíveis.
Mas o Unicef, que forneceu remédios, água potável e informações sobre prevenção e tratamento do cólera, está ficando sem recursos e, por isso, pede doações no valor de 52,4 milhões de dólares.
"Para prevenir novas epidemias de cólera, temos que apoiar o país com investimentos significativos em infraestruturas sanitária, de água e saneamento", acrescentou Schwenk.