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O telescópio espacial Planck, da Agência Espacial Europeia (ESA), uma máquina capaz de capturar a essência do início do Universo, foi desativado nesta quarta-feira, após quatro anos e meio de serviço, anunciou a ESA.

Os controladores da missão do Centro de operações da ESA, com sede em Darmstad (Alemanha), transmitiram na tarde desta quarta sua última ordem ao satélite, apagando seus emissores.

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"Nos causou muita pena direcionar as últimas operações ao satélite Planck, mas também tem sido um motivo para comemorar o extraordinário sucesso desta missão", explicou em um comunicado Steve Foley, responsável pela gestão das operações do satélite a nível europeu do Centro Europeu de Operações Espaciais (ESOC) da ESA.

Planck, que iniciou sua missão em 2009, era capaz de detectar com uma sensibilidade sem precedentes, a radiação de fundo de micro-ondas (CMB, por sua sigla em inglês), ou seja, a radiação fóssil do Big Bang.

Seus dados permitiram elaborar a mais precisa imagem disponível do Universo em sua infância.

O primeiro mapa detalhado da radiação CMB capturada por Planck foi revelado no início deste ano, e os próximos dados cosmológicos obtidos serão divulgados em 2014.

Novos resultados de observações de uma fração de segundo após o Big Bang indicam que o universo é 80 milhões de anos mais velho do que se pensava e fornecem novas evidências que sustentam teorias básicas sobre o cosmos, mais especificamente como ele começou, do que é composto e para onde se expande.

As novas observações do projeto Planck, da Agência Espacial Europeia, conhecida pelas iniciais ESA, parecem sustentar previsões feitas décadas atrás baseadas exclusivamente em modelos matemáticos.

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As descobertas divulgadas nesta quinta-feira em Paris reforçam uma teoria segundo a qual o universo passou de um tamanho subatômico para sua hoje observável expansão constante em uma fração de segundo.

"Nós descobrimos uma verdade fundamental do universo", celebrou George Efstathiou, diretor do Instituto Kavli de Cosmologia da Universidade de Cambridge, ao anunciar na capital francesa o resultado da análise dos dados colhidos pelo satélite Planck. "Agora há menos coisas que não entendemos um pouco menos", comentou.

"Em termos de explicações sobre o universo de hoje, acho que podemos dizer que estamos no caminho certo", opinou Sean Carroll, físico do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech).

O Big Bang - mais abrangente teoria sobre o início do universo - sugere que a porção visível do universo era menor do que um átomo quando, numa fração de segundo, ele explodiu, resfriou-se e expandiu-se numa velocidade superior à da luz.

O projeto Planck analisou uma fração de segundo que se seguiu ao Big Bang e permitiu aos cientistas concluírem que o universo tem 80 milhões de anos a mais do que se pensava. Com isso, a idade do universo passa a ser de pelo menos 13,81 bilhões de anos.

A pesquisa, batizada em homenagem ao físico alemão Max Planck, considerado o pai da física quântica, também permitiu concluir que o universo se expande a uma velocidade um pouco menor do que se imaginava anteriormente e tem um pouco menos de matéria escura do que os astrônomos imaginavam, assim como um pouco mais de matéria normal.

Diante de números tão grandiosos quanto os que envolvem a existência do universo, os cientistas observam que as mudanças são relativamente pequenas, mas ajudam a compreender um pouco melhor a intrincada história do universo e sua complexa composição. As informações são da Associated Press.

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