Pouco mais de três anos após o fechamento do Playcenter, o conjunto de terrenos que abrigava o tradicional parque na Barra Funda, zona oeste de São Paulo, começa a ganhar novos contornos. Duas torres residenciais já foram entregues, há o projeto de construção de outros dois prédios comerciais e, em breve, serão iniciadas as obras da nova sede do Colégio Renascença.
Como lembra o empresário Marcelo Gutglas, criador do parque, quando o Playcenter abriu, em 1973, ocupava uma área de 30 mil metros quadrados. "Com o tempo, fomos crescendo e adicionando outros lotes", diz. "No auge, nos anos 1990, chegamos a 200 mil metros quadrados. Mas todos os lotes sempre foram alugados. Se somarmos os proprietários, devia ser algo em torno de 25 pessoas." No fechamento do parque, em 2012, a área total ocupada era de 85 mil m².
##RECOMENDA##A valorização da Barra Funda fez com que empreendedores imobiliários fossem rápidos em negociar o destino do endereço marcado pelas atrações do parque. Os dois primeiros prédios, residenciais, acabam de ser entregues - com preço de R$ 8 mil o m². Da incorporadora PDG, eles têm apartamentos de três e quatro dormitórios, respectivamente com 93 e 112 m² cada unidade.
O diretor de incorporação da empresa, Mauricio Salles, conta que o terreno foi adquirido ainda em 2010 - dois anos antes do fechamento do parque, portanto. Ele diz que a Barra Funda tem "localização estratégica".
"O bairro reúne diversos fatores que justificam uma tendência a médio e longo prazo de elevação dos preços. É uma região com grande potencial de adensamento e verticalização na cidade, tem localização privilegiada no contexto urbano e está em processo de qualificação dos padrões de ocupação", diz Salles. "A região ainda é beneficiada pela Operação Urbana Água Branca. Boa parte da cidade atualmente tem mais restrições para construção."
Mudança. Com expectativa de iniciar as obras ainda neste ano, o Colégio Renascença vai transferir sua sede, hoje no bairro de Santa Cecília, região central de São Paulo, para o lote de 20 mil m² onde antes ficava o estacionamento do parque. Pelo cronograma, a construção do prédio para a escola judaica deve levar 18 meses. Concluída, a escola deverá ter capacidade para 1,2 mil alunos, ante os 800 da unidade atual.
"Procuramos um espaço que se adequasse à proposta pedagógica da escola, em um projeto de modernização e próximo da comunidade", afirma o professor João Carlos Martins, diretor do colégio. "O prédio atual é bom, mas precisa de adequações frente às demandas cotidianas."
O educador mostra empolgação com as possibilidades do amplo lote. "A excelência do terreno possibilitou um projeto arquitetônico ousado, discutido em detalhes com especialistas, para atender às necessidades e aos desafios de educar a geração atual", diz.
Comercial. Também estão previstas para o terreno duas torres comerciais, com 27 andares cada, do Brasília Square Offices, consórcio formado pelas empresas EBI, Vivere Incorporações Imobiliárias, Alimonti Comercial e Construtora e MC Construtora. Os responsáveis pelo empreendimento não quiseram falar sobre o projeto para o terreno da Barra Funda. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.