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Um grupo de ONGs apresentou, nesta quinta-feira (22), uma denúncia coletiva contra o Estado francês por discriminação étnica nos controles aleatórios de identidade, assunto que degrada as relações entre a polícia e os jovens das minorias negra e árabe.

Em janeiro, seis ONGs, entre elas a Human Rights Watch e a ramificação francesa da Anistia Internacional, alertaram que recorreriam a ações judiciais, se o governo não tomasse medidas para encerrar o que elas chamam de "controles de identidade discriminatórios" em um prazo de quatro meses.

Nesta quinta-feira, afirmaram que levarão sua denúncia ao Conselho de Estado, o mais alto tribunal administrativo da França, depois de não receberem resposta das autoridades.

Issa Coulibaly, presidente da ONG Pazapas Belleville, uma das seis que impulsionam a ação francesa, afirmou que a abordagem constante de jovens de minorias para que mostrem sua identidade tem um impacto profundo.

"É algo que aparece muito frequentemente nas histórias pessoais dos jovens", disse, explicando que cria "um sentimento de exclusão e a impressão de não ser completamente francês, porque é tratado de forma diferente".

Os jovens franceses de origem africana, ou árabe, reclamam há muito tempo que são abordados pela polícia para controles de identidade na rua e no transporte público.

Vários casos de jovens de bairros predominantemente imigrantes - que foram feridos, ou mortos, pela polícia - também revelam o que os ativistas chamam de "padrão de racismo sistêmico" nas forças de ordem.

As imagens de policiais brancos agredindo um produtor musical negro desarmado em seu estúdio de Paris, em novembro de 2020, desencadearam protestos dos ativistas franceses do Black Lives Matter.

Um estudo realizado em 2009 pela ONG Iniciativa pela Justiça e pelo estatal Centro Nacional de Pesquisas Científicas (CNRS) mostrou que, em Paris, os negros têm seis vezes mais probabilidades do que os brancos de serem abordados para mostrarem sua identidade.

As pessoas com características consideradas "árabes" têm oito vezes mais probabilidades de serem abordadas para esse tipo de averiguação.

As ONGs pedem uma modificação no Código Penal francês para proibir explicitamente a discriminação nos controles de identidade.

O presidente Emmanuel Macron reconheceu esses problemas em dezembro passado, afirmando que, "quando você tem uma cor de pele que não é branca, você é muito mais abordado. Identificam você como um fator problemático. E isso não é justificável".

Depois de protestos dos sindicatos policiais, pareceu, no entanto, recuar em suas declarações, afirmando em abril que "não existe racismo sistêmico" no corpo da polícia.

A polícia francesa está investigando a misteriosa descoberta feita por uma mulher que encontrou mais de meio milhão de euros em dinheiro em uma mala no porão de seu apartamento em Paris.

"Não terminamos de contar. Mas tem entre 500.000 e 600.000 euros (585.000 e 702.000 dólares)" em notas de 50, 100 e 500 euros, disse à AFP uma fonte próxima à investigação.

A mulher, de cerca de cinquenta anos, herdou o apartamento de sua mãe em um luxuoso bairro de Paris, perto da Torre Eiffel, segundo o jornal Le Parisien. Pouco depois, entrou em contato com um corretor de imóveis para que avaliasse a propriedade, mas quando quiseram inspecionar o porão, o encontraram trancado.

Depois de tentar encontrar em vão a pessoa que havia fechado o porão, a dona do apartamento chamou um chaveiro. Quando o corretor de imóveis voltou para examinar o porão, encontraram a mala cheia de dinheiro.

A Promotoria de Paris abriu uma investigação para saber de onde veio o dinheiro.

A polícia francesa evacuou um acampamento de imigrantes improvisado no norte da França nesta terça-feira (23), com cerca de 1.800 pessoas.

Centenas de policiais foram ao acampamento de Grande-Synthe ao amanhecer para expulsar os imigrantes, a maioria deles iraquianos curdos, que serão abrigados em centros da região. Os imigrantes viviam no campo sem acesso a chuveiros ou banheiros.

"Nós não poderíamos continuar assim, todos pediram essa evacuação por semanas", disse o prefeito de Grande-Synthe, Damien Carême, à AFP. Uma evacuação do mesmo tipo já havia ocorrido em 28 de setembro.

Cerca de 400 a 500 pessoas foram transportadas de ônibus para vários centros de recepção na região. O recém-nomeado ministro do Interior, Christophe Castaner, que deve visitar o local na tarde desta terça-feira, prometeu assumir uma posição firme em relação à imigração ilegal.

A França recebeu um recorde de 100.000 pedidos de asilo em 2017, 17% a mais que no ano anterior.

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