Tópicos | Prédio-caixão

O Documenta UFPE deste mês entrevistou professores da Universidade, que são especialistas nas áreas de construção e na temática da habitação e moradia, para falarem sobre os prédios tipo caixão que, ultimamente, vêm sendo noticiados com frequência devido aos inúmeros problemas em suas estruturas.

Somente no primeiro semestre deste ano, foram registrados dois desabamentos de prédios-caixão na Região Metropolitana do Recife. O primeiro acidente ocorreu no dia 27 de abril no bairro de Jardim Atlântico, em Olinda, onde 6 moradores morreram nos escombros. Já o segundo, aconteceu em um dos blocos do Conjunto Beira-Mar, em Paulista, no dia 7 de julho. Ao todo, 14 pessoas morreram no desabamento.

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Através de seu site, a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) afirmou que "eventos como este revelam um problema social duradouro" pois o relaxamento das normas de construção é um "descaso do poder público com a questão da habitação". Além disso, pontuou que a falta de políticas públicas afeta a "população que passa a buscar moradias inadequadas nos morros, em áreas alagadas e em ocupações de prédios condenados".

Para falar do assunto foram convidadas as professoras Iana Bernardino e Danielle Rocha, ambas do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da UFPE; e Romilde Almeida e José Inácio de Souza Leão, docentes do Departamento de Engenharia Civil da Universidade. Veja o vídeo:

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Amanheceu desocupado, nesta quinta-feira (06), o Edifício Monza, no bairro de Piedade, em Jaboatão dos Guararapes, cujos moradores foram orientados a deixar o local pela Defesa Civil nessa quarta-feira (5). Segundo o engenheiro André de Castro, que acompanhou toda a movimentação, as equipes deixaram o local às 22h, quando as últimas famílias retiravam seus pertences.

“Foi um dia bem movimentado, passou muita gente por aqui, mas ainda tem muitas famílias que faltam retirar sua mobília. Elas têm oito dias pra agendarem essa saída, que só poderá feita juntamente com nossas equipes”, informou o engenheiro.

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Para alguns moradores, o susto foi grande. “Ninguém espera que aconteça assim, de uma hora pra outra, a gente nunca está pronto, mas temos que sair daqui por causa da nossa segurança”, disse Ana Lúcia Medeiros, moradora mais antiga do prédio. “Comprei o apartamento na planta, quando ainda estava construindo, assim que me casei”, explica. Quando soube que teria que deixar o local, ela contactou a família. “Durmi na casa de parentes, que vieram na quarta-feira pra me ajudar a encaixotar as coisas. A mudança será feita outro dia, vou atrás de alguém com caminhão pra levar as coisas”, comentou. Em seu apartamento, caixas e eletrodomésticos estavam no local.

“Por enquanto a família vai ajudando, a gente se aperta, mas eu quero por na justiça esse caso porque havia um engenheiro que faria obras de restauro assim que identificaram os problemas”, completou ela, dizendo que se juntaria com os demais moradores para mover a ação. Alguns moradores preferiram não falar com a equipe, e pediram para que não fossem perturbados neste momento delicado.

 

A Defesa Civil orientou a contratação de uma empresa para fazer as obras de recuperação da estrutura do prédio. Após isso, o órgão vai voltar a fiscalizar a construção e emitir novo laudo para saber se a interdição continua.

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Os moradores do Bloco A2, do edifício Eldourado, no Arruda, que está arriscado de desabar, retiram neste sábado (25) móveis e outros pertences dos apartamentos. Três caminhões da Defesa Civil do Recife auxiliam na remoção.

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Já os que residem no A1 não tiveram a mesma oportunidade. O bloco está interditado e apresenta maiores fissuras e moradores não puderam recolher os objetos de dentro das casas. De acordo com a Defesa Civil, as rachaduras aconteceram de forma repentina, sem que tivesse ao menos um chamado para vistorias.

“O laudo que indica a demolição do A1 deve estar pronto em 15 dias, mas ainda não sabemos a forma que isso vai ser feito”, explicou a assistente social, Gisele Vieira. A Defesa Civil ainda vai avaliar se há necessidade de demolição do bloco A2.

O estatístico, Davi Clemente Batista, de 53 anos, era morador do bloco interditado e desde ontem (sexta-feira 24), está em uma casa da igreja com a mulher e os dois filhos. “O pessoal nos cedeu a casa por tempo indeterminado. Nós temos que organizar nossa vida lá pra poder ir pro nosso lugar”, relatou. O morador afirma que vai pedir o seguro do imóvel, já que o apartamento foi financiado pela Caixa Econômica Federal.

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