Tópicos | Edifício Leme

O Documenta UFPE deste mês entrevistou professores da Universidade, que são especialistas nas áreas de construção e na temática da habitação e moradia, para falarem sobre os prédios tipo caixão que, ultimamente, vêm sendo noticiados com frequência devido aos inúmeros problemas em suas estruturas.

Somente no primeiro semestre deste ano, foram registrados dois desabamentos de prédios-caixão na Região Metropolitana do Recife. O primeiro acidente ocorreu no dia 27 de abril no bairro de Jardim Atlântico, em Olinda, onde 6 moradores morreram nos escombros. Já o segundo, aconteceu em um dos blocos do Conjunto Beira-Mar, em Paulista, no dia 7 de julho. Ao todo, 14 pessoas morreram no desabamento.

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Através de seu site, a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) afirmou que "eventos como este revelam um problema social duradouro" pois o relaxamento das normas de construção é um "descaso do poder público com a questão da habitação". Além disso, pontuou que a falta de políticas públicas afeta a "população que passa a buscar moradias inadequadas nos morros, em áreas alagadas e em ocupações de prédios condenados".

Para falar do assunto foram convidadas as professoras Iana Bernardino e Danielle Rocha, ambas do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da UFPE; e Romilde Almeida e José Inácio de Souza Leão, docentes do Departamento de Engenharia Civil da Universidade. Veja o vídeo:

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Recebeu alta médica do Hospital da Restauração, no Recife, José Ebenezer, de 53 anos, vítima do desabamento do Edifício Leme, que ocorreu na noite do dia 27 de abril, no bairro de Jardim Atlântico, em Olinda.

Ebenezer estava internado desde o dia 28 de abril e era o único dos sobreviventes que ainda continuava hospitalizado. A equipe do Corpo de Bombeiros localizou o homem no meio dos escombros por volta da meia-noite, e percebeu que ele tinha um desconforto respiratório. Ele foi monitorado a cada 30 minutos até ser resgatado e levado para o HR, aonde chegou com trauma na perna esquerda e passou por procedimento cirúrgico.

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O homem era casado com Maria José Barbosa da Silva, de 52 anos, uma das vítimas fatais do desabamento do Edifício Leme, que deixou seis pessoas mortas e cinco feridas.

Após o acidente, a Caixa Seguradora, empresa responsável pela obra, iniciou o processo de demolição com apoio da Prefeitura de Olinda e com condução técnica da Defesa Civil.

Pouco mais de uma semana após seis pessoas morrerem no desabamento do Edifício Leme, em Olinda, a prefeitura informou que monitora 110 edificações desocupadas no município. Com maioria de “prédios-caixão”, todas as construções foram oficialmente condenadas por risco de desabamento. 

A gestão pontuou que, desde 2017, mantém um grupo de trabalho responsável por entrar com ações judiciais para pedir a demolição dos prédios irrecuperáveis, conforme vistoria da Defesa Civil. 

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A maior parte das construções com alto risco de queda são as do tipo caixão, assim como era o Edifício Leme. De acordo com a prefeitura, há casos de necessidade imediata de demolição. O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) também foi procurado para indicar como acompanha a situação da moradia em Olinda, mas não se pronunciou até a publicação.

Culpa das seguradoras

O município culpa as seguradoras por permitir que famílias voltem a morar em prédios condenados. O entendimento é de que a única solução para evitar novos desabamentos é as seguradoras, como Caixa e Sulamerica, facilitarem a demolição dos prédios inservíveis. Após a saída dos proprietários, as empresas também devem pagar as indenizações pelos imóveis adquiridos. 

A prefeitura  informou que paga o auxílio-moradia de R$ 260 para 1.027 famílias e reforçou presta assistência social e jurídica aos moradores em condições de ocupação irregular. O município conta com três locais de acolhimento de pessoas em situação de vulnerabilidade.

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Demolição

Nessa quinta-feira (4), foi dado início ao processo de demolição do Edifício Marquês de Felipe, localizado na Rua Professor Olímpio Magalhães, em Jardim Atlântico. 

A destruição do prédio ficou a cargo da Caixa Seguradora, responsável pelo imóvel, em cumprimento a uma ordem judicial para que assuma a responsabilidade sobre a construção.

Fotos: Júlio Gomes/LeiaJá Imagens

Equipes do Corpo de Bombeiros Militares de Pernambuco (CBMPE) realizaram, neste domingo (30), o resgate de uma cadela, que estava presa pela coleira, na varanda do terceiro andar do edifício Leme, onde houve um desabamento na última quinta-feira (27), no bairro de Jardim Atlântico, em Olinda, na Região Metropolitana do Recife.

Identificada pelo nome de Bela, a cadela foi resgatada pelos Bombeiros. Um vídeo foi feito do momento em que ela é colocada em contato com seus tutores.

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A Operação de Resgate foi realizada em conjunto com a Neoenergia, Defesa Civil de Olinda, Guarda Municipal de Olinda e Polícia Militar. Os moradores haviam alertado que um gato também estava em um dos apartamentos da parte que não desabou, mas os bombeiros relataram que nenhum outro animal foi encontrado durante a ação. As atividades de resgate no local foram encerradas pelos bombeiros.

Além das cinco pessoas retiradas com vida, outros animais foram resgatados nos últimos dias. Um cão e um pássaro foram retirados no último sábado.

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Equipes do Corpo de Bombeiros realizaram, na tarde deste sábado (29), o resgate de um cachorro e de um pássaro, presos no primeiro andar do edifício Leme, em Jardim Atlântico, bairro de Olinda. O prédio, interditado desde os anos 2000, desabou na noite da última quinta-feira (27). Marley, cão do ex-morador Marcelo, estava assustado, mas conseguiu ser retirado dos escombros sem resistência e passa bem.

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A equipe de imagens do LeiaJá conseguiu registrar, em vídeo, os animais presos em uma varanda. Até o momento desta publicação, além de Marley, uma outra cachorrinha, de nome Bela, aguardava resgate no terceiro andar do edifício. O segundo caso foi considerado mais delicado e exigiu das equipes de salvamento um reforço de equipamento.

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Vídeo mostra cachorro e pássaro presos na varanda de um apartamento do edifício Leme, que desabou na última semana. Imagens: Júlio Gomes/LeiaJá

Um gato chamado "Menininho" também estaria perdido na estrutura desmoronada, mas ainda não foi localizado pela corporação e nem pelos donos. Os bombeiros foram acionados pela Defesa Civil de Olinda, que permanece no local para avaliação técnica da edificação.

“Recebemos um chamado através do 193, com a informação de que havia um cachorro ainda no local. Verificamos a segurança da estrutura, que ainda está colapsada, com eminência de colapso. Vimos uma forma de retirar o animal e que não colocasse em risco nenhum bombeiro ou o restante da estrutura. Conseguimos colocar a escada em um local seguro e retiramos o cão com um desencarcerador elétrico, uma ferramenta especializada para cortes de metal. O animal estava assustado, acuado, e na tentativa de aproximação ele se assustou, então utilizamos um "laça-cão" para conseguir prendê-lo e fazer a retirada”, informou o capitão Taquaracy, oficial de salvamento. 

O segundo resgate

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Bela, cachorrinha aguardando resgate no terceiro andar do edifício Leme, em Olinda. Imagens: Júlio Gomes/LeiaJá

A cachorrinha Bela foi adotada aos três meses de idade e tem cerca de um ano. A dona, Maria Monique, que sobreviveu ao desmoronamento, lamenta não ter conseguido resgatar o animal de estimação e diz que o instinto de sobrevivência falou mais alto na ocasião. "Foi triste, mas eu tive que salvar a minha vida primeiro. Eu sei que é uma vida, mas na hora do desespero, a vi presa lá no terraço e não tive como chegar lá, porque fiquei com medo de desabar o resto. Eu desci pela lateral do terceiro andar, de grade em grade. Só consegui sair por isso. Eu já ia me deitar, a gente enrolou os lençóis e eu desci sem roupa", relatou a ex-moradora. 

A angústia, agora, fica no aguardo por um retorno positivo. Mesmo com a possível chegada do caminhão munk, o risco de retirada ainda será avaliado uma outra vez. "Eles disseram que, se não puderem tirar, vão ficar colocando água e ração para ela, até ser seguro", completou a dona. 

Ainda segundo o coronel Taquaracy, o caminhão munk permite que a remoção seja feita com uma plataforma externa, minimizando riscos. "A gente está avaliando todas as possibilidades de fazer o serviço com o máximo de segurança possível. Estudamos algumas possibilidades e a melhor, até agora, é um maquinário chamado 'munk', que vai conseguir fazer a elevação para que a gente não tenha acesso à edificação. Ele é como se fosse uma plataforma que permite aos bombeiros o acesso externo, sem precisar ficar tão próximo, como com a escada", informou. A operação foi decidida junto à Defesa Civil, comandada pelo coronel Waldyr. 

O Corpo de Bombeiros Militares de Pernambuco (CBMPE) encontrou, na noite desta sexta-feira (28), mais duas vítimas nos escombros do Edifício Leme, que desabou na noite da última quinta-feira (27), no bairro Jardim Atlântico, em Olinda. Elas já se encontravam sem vida no momento do resgate.

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Foto: Guilherme Gusmão/LeiaJáImagens

O Coronel do Corpo dos Bombeiros, Wagner Pereira, informou que a demora para encontrar os corpos se deu devido a uma grande laje, que estava por cima, dificultando o acesso ao restante dos escombros. “No local tinha uma laje muito grande, por cima, então a gente precisava romper essa laje de forma cautelosa para que o restante dos escombros ao redor não caíssem por cima”, explicou o coronel em coletiva.

De acordo com informações oficiais, as duas vítimas são do sexto feminino. O Coronel Wagner Pereira também afirmou que os corpos foram encaminhados para o Instituto Médico Legal (IML), que já se encontra no local, onde vão chamar familiares das vítimas para, junto à equipe de assistência social, identificá-las. Elas foram encontradas próximas uma da outra, como se estivessem no mesmo cômodo do apartamento.

As duas vítimas se somam as três http://leiaja.com/noticias/2023/04/28/sobe-para-tres-o-numero-de-mortos-...">que já foram encontradas sem vida nos escombros do edifício, totalizando cinco mortes até o momento. O CBMPE informa ainda que continua na busca da última pessoa desaparecida, uma idosa de 60 anos.

Sobreviventes

Até a tarde desta sexta-feira, os bombeiros resgataram cinco moradores com vida, sendo três mulheres e dois homens. Duas mulheres, ambda de 25 anos, estão sob cuidados na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Olinda, e outra, de 30 anos, foi encaminhada para o Hospital Miguel Arraes. Os dois homens, de 44 e 53 anos, foram para o Hospital da Restauração.

Com informações de Guilherme Gusmão

O Corpo de Bombeiros confirmou mais um óbito de uma vítima do desabamento do Edifício Leme, em Olinda, na Região Metropolitana do Recife (RMR), no início da tarde desta sexta-feira (28). O corpo já foi removido.

Até o momento, foram confirmadas três mortes em decorrência do desabamento. O terceiro óbito é de uma mulher identificada como Maria José Barbosa da Silva, de 52 anos. O Corpo de Bombeiros segue realizando buscas por mais três vítimas soterradas, todas do sexo feminino.

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A Prefeitura de Olinda informou que o Edifício Leme, localizado em Jardim Atlântico, foi interditado pela Defesa Civil em 2000, após uma vistoria conjunta entre Estado, Município e Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Na época, os órgãos exigiram à Caixa, que é a seguradora, que o imóvel fosse demolido. A gestão reforçou que ela é a responsável pela vigilância do prédio e deveria ter proibido sua ocupação.

As duas mortes confirmadas anteriormente são de um adolescente de 13 anos, identidficado como Heverton Benedito dos Santos, e de Rodolfo Henrique Pereira da Silva, 31.

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