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Moradores que ainda permaneciam em 23 imóveis em área de risco em Maceió (AL) deixaram suas casas, segundo a Braskem. Eles foram realocados pela Defesa Civil, por determinação judicial. Agora, 100% da região vulnerável ao eventual colapso de mina da empresa está desocupada.

"Importante lembrar que a área de resguardo no bairro do Mutange, onde fica a mina 18, cuja realocação preventiva foi iniciada pela Braskem em dezembro de 2019, está desocupada, sem nenhuma pessoa residindo na região desde abril de 2020", informou a Braskem, por meio de nota.

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A empresa ressaltou ainda que os dados atuais de monitoramento demonstram que a acomodação do solo segue concentrada na área dessa mina.

"Essa acomodação poderá se desenvolver de duas maneiras: um cenário é o de acomodação gradual até a estabilização; o segundo é o de uma possível acomodação abrupta. Todos os dados colhidos estão sendo compartilhados em tempo real com as autoridades, com quem a Braskem vem trabalhando em estreita colaboração", disse a empresa.

Já são dez anos longe de casa para 224 famílias que moravam no residencial Eldorado, no bairro do Arruda, Zona Norte do Recife. Na manhã de 24 de maio de 2013, o sonho conquistado ao longo de uma vida de trabalho rapidamente se transformou em um adeus abafado por um estalo. O som que assustou os moradores do bloco A1 foi causado por uma rachadura, que rasgou o prédio-caixão de cima a baixo.

O conjunto residencial de 14 blocos foi erguido na Rua da Regeneração em 1996, apenas 17 anos antes da sua desocupação. Naquela manhã, os moradores carregaram apenas os documentos na mão para deixar os apartamentos às pressas. Em minutos, o bloco A1 estava vazio e a rua repleta de pessoas que, agora, não tinham mais onde morar.

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A rachadura que cortava a laje e chegava ao térreo dava indícios de falhas graves na construção. Na mesma semana, uma inspeção feita por representantes da Secretaria Executiva de Defesa Civil concluiu que o colapso na estrutura foi causado pelo uso de materiais de baixa qualidade.

Na época, a gerência de risco da pasta informou que um laudo publicado em 2007 já havia alertado que os tijolos da base do prédio não suportariam o peso da construção. Os moradores alegam que não foram informados.

Uma análise feita pelo Instituto Tecnológico de Pernambuco (Itep) apontou que todos os blocos tinham risco de desabar. A ordem de desocupação de todos os pavimentos foi expedida e selou o fim do que era o Conjunto Residencial Eldorado. Atualmente, só vigilantes e animais se revezam entre as ruínas do conjunto.

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Uma década se passou e as famílias ainda brigam na Justiça pelo direito à indenização e por danos morais. Elas processam as seguradoras Caixa e SulAmérica e já tiveram sentenças favoráveis no Tribunal de Justiça de Pernambuco. Contudo, desde 2019, os processos no Brasil referentes a apólices securitárias foram suspensos e encaminhados para julgamento no Superior Tribunal de Justiça (STJ). 

Sem perder a esperança

Ainda sem definição sobre a restituição do patrimônio, os antigos moradores do Eldorado recebem das empresas um auxílio-aluguel, que não é reajustado há dois anos.

Hélio Venceslau morava com a esposa e os dois filhos no bloco C2. Sem indenização e sem seu apartamento, ele acompanha diariamente o imóvel deteriorar da sua varanda alugada em frente ao que restou do Eldorado. 

Hélio encara todos os dias o que um dia já foi o lar da sua família.  Júlio Gomes/LeiaJá

"A gente tem um sacrifício porque todo mês é aquele lenga-lenga, as vezes [o auxílio] não é depositado na data e a gente fica nervoso porque a gente depende desse dinheiro. A gente tem esperança que finalize com esse sofrimento que a gente tanto espera", afirmou.

Como resposta ao esquecimento do caso no Judiciário e cobrar celeridade, um ato marcado às 9h desta sexta-feira (26) vai reunir os proprietários em frente ao condomínio.

A justiça da Bahia determinou a reintegração de posse de uma fazenda da Suzano ocupada, na segunda-feira (27), por integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra em Mucuri. Na primeira onda de invasões deflagrada no novo governo Lula, o MST ocupou três áreas da empresa e uma quarta fazenda de outro proprietário no sul do Estado. O juiz Renan Souza Moreira fixou multa de R$ 5 mil por dia aos sem-terra em caso de descumprimento e autoriza o uso de força policial para a desocupação, se necessário.

A decisão vale para a fazenda de cultivo de eucalipto localizada no município de Mucuri. As ações de reintegração de posse relativas às outras áreas da Suzano ocupadas nos municípios de Caravelas e Teixeira de Freitas ainda eram analisadas pela justiça estadual na manhã desta quinta-feira (2).

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Foram mobilizados 1.700 militantes para invadir as três áreas da empresa e uma quarta fazenda no município baiano de Jacobina. O proprietário da Fazenda Limoeiro entrou com ação de reintegração de posse, ainda não julgada. As invasões geraram forte reação de repúdio de entidades do agronegócio. A Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura divulgou uma nota condenando a ofensiva dos sem-terra e argumentando que as invasões podem alimentar a polarização ideológica. A entidade reúne centenas de representantes do setor, incluindo a Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG), a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (ABIEC), além do Carrefour, banco Bradesco, BTG Pactual, entre outras empresas.

Em entrevista ao Estadão, o presidente da Indústria Brasileira de Árvores e ex-governador Paulo Hartung afirmou que as invasões promovem "insegurança jurídica e afastam investidores". Ele também criticou o silêncio do atual governo, que ainda não se manifestou sobre as ações.

Pressão

Segundo o MST, a decisão judicial referente à fazenda da Suzano em Mucuri será cumprida. De acordo com o dirigente nacional do movimento na Bahia, Evanildo Costa, as ações contra as fazendas da Suzano tiveram como objetivo obrigar a empresa a cumprir um acordo feito em 2011, com a participação de interlocutores dos governos estadual e federal. "A Veracel e a Fibria (outras empresas do setor de celulose) cumpriram o acordo. A Suzano deveria ter destinado área para assentar 650 famílias, mas só destinou para 250. Estamos negociando desde 2015 e a empresa vem enrolando, enquanto as famílias estão espremidas em acampamentos. Fizemos as ocupações como pressão para o cumprimento do acordo."

Segundo o líder sem terra, os acordos resultaram de negociações iniciadas em 2007, quando a chegada das empresas de celulose na região gerou conflitos com os pequenos produtores que já atuavam na região. "Esse discurso de que houve trégua no governo Bolsonaro não é real. Só aqui na Bahia fizemos mais de 30 ocupações durante o governo dele. Não foram divulgadas porque ele queria manter o discurso de que domesticou o MST. As ocupações nunca pararam", afirmou Costa.

O que diz a Suzano

A Suzano disse, em nota, que não houve descumprimento, e que a invasão das propriedades com essa justificativa é ilegal, como já foi reconhecido pela justiça: "Este acordo assinado com a Suzano é um acordo entre Suzano, MST e Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - Incra, e não foi violado pela Suzano. A completa entrega das áreas pela Suzano depende de processos públicos que ainda não ocorreram ou foram implementados pelo Incra".

Em meio à crise humanitária instalada na região do litoral norte de São Paulo por causa das chuvas, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse ter identificado cerca de 14 mil pontos de risco de deslizamento espalhados pelo País, onde viveriam mais de 4 milhões de pessoas.

"Esses pontos todos, no Brasil inteiro, já identificados com situação de alto risco de deslizamento serão prioridade", afirmou o ministro da Integração e Desenvolvimento Regional, Waldez Góes.

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Segundo Waldez, que coordena o grupo de resposta à crise no litoral norte, o governo estuda medidas como a "desapropriação necessária" de pessoas em locais identificados como passíveis de deslizamento "para diminuir a quantidade de áreas de risco no País".

"A orientação dele (Lula) é para que se procure priorizar habitações de demandas dirigida para diminuir os riscos à vida das pessoas", afirmou o ministro.

Lula se reuniu nesta quarta, 22, com seis ministros de Estado e o secretário executivo do Ministro da Fazenda, Gabriel Galipolo, para definir as medidas de apoio do governo federal à cidade de São Sebastião e a outros locais afetados no litoral norte de São Paulo. O município enfrenta uma crise humanitária provocada pelas fortes chuvas, que já geraram deslizamentos de terra. Há previsão de mais chuvas até sexta-feira, 24, e o total de mortos já está em 48 e há 36 desaparecidos.

O governo federal repassou nesta quarta-feira R$ 7 milhões ao município litorâneo para a compra de cestas básicas; combustível; kits de limpeza e higiene pessoal; e itens de dormitório, como colchões. Os recursos foram liberados pelo Ministério da Integração.

Ainda segundo a pasta, mais recursos de proteção e defesa civil deverão ser liberados nos próximos dias. No encontro com Lula nesta quarta estão presentes os titulares da Casa Civil, Rui Costa (PT); dos Transportes, Renan Filho (MDB); da Integração, Waldez Góes; das Cidades, Jader Filho (MDB); das Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT); e da Secretaria de Comunicação Social, Paulo Pimenta (PT).

Lula vai conduzir mais reuniões no Alvorada com ministros de áreas focais para lidar com a crise em São Sebastião. Na segunda agenda prevista para hoje, o petista vai se encontrar com os responsáveis Agricultura, Carlos Favaro (PSD), Assistência Social, Wellington Dias (PT), e Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira (PT).

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, afirmou nesta quarta-feira que a questão dos acampamentos de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deve ser resolvida até o fim desta semana. Dino disse não esperar que haja resistência dos acampados, que não aceitam o resultado das eleições de 2022.

"A condução que eu tenho com o (ministro da Defesa, José) Múcio é de que estará resolvido até sexta", disse ele na saída da cerimônia de transmissão de cargo ao ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB). "Não vai haver resistência", disse, emendando que a questão será resolvida mesmo se houver.

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Dino afirmou ainda que a Justiça fará reuniões com Estados da Regional Amazônica para tratar do policiamento à região, já a partir deste mês. "Vamos fazer projetos para a ação da Polícia Federal em conjunto com as polícias estaduais", comentou.

Na sexta-feira (18) o Espaço Ciência, museu interativo de ciências em Pernambuco, divulgou nota sobre a lei que autoriza a doação de 8.200 m² da área do museu para uma iniciativa privada. O Espaço diz ter recebido uma intimação para remover vários equipamentos de uma de suas áreas com urgência.

A lei estadual nº 17.940, sancionada no dia 21 de outubro, doou parte do terreno construído para instalação de um data center e a construção de um "landing station” para receber cabos submarinos. A legislação também consta da revogação da  Lei nº 17.613, de 27 de dezembro de 2021, que cedia o Espaço Ciência como patrimônio do município do Recife pelo prazo de 10 anos.

“A doação é para a Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco – ADEPE, sociedade de economia mista da administração indireta do Estado. Mas o empreendimento será realizado pela iniciativa privada: um Data Center, conectado ao chamado cabo submarino SeaBras-1. A partir de um ramal com 500km de extensão, será feita uma ligação com a já existente estrutura de 10,5 mil Km do SeaBras-1, que parte de Nova Iorque e vai até Praia Grande (SP), pelo fundo do mar”, diz a organização do Espaço Ciência em nota.

O diretor do museu, Antonio Carlos Pavão, afirma que eles não autorizaram e nem foram consultados sobre este empreendimento no território museológico.

O espaço doado conta com equipamentos de confecção e lançamento de foguetes, oficinas, observação do sol, pista de aviação, atividades de Arvorismo, minifoguete, busto de Santos Dumont, edifício de Apoio, ponte sobre o Canal, maquete do VLS-Veículo Lançador de Satélite, Giroscópio Humano e um Avião Xavante.

A Academia Pernambucana de Ciências (APC) se pronunciou sobre a situação. Em nota, a APC diz estar indignada com a notícia da Lei Estadual 17.940/2022 e afirma ser uma “mutilação inaceitável” ao Espaço Ciência, um dos maiores museus a céu aberto do Brasil. A Academia também defendeu o papel do museu na educação científica dos jovens do ensino básico ao superior.

“A APC se coloca ao lado da sociedade para defender este patrimônio educacional, científico e tecnológico que tanto representa para nosso Estado”, afirma em nota Anísio Brasileiro, presidente da APC.

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O Centro de Referência Soledad Barrett, que funcionava na Zona Norte do Recife, foi desocupado na manhã desta terça-feira (21), após uma operação de reintegração de posse realizada pela Polícia Militar, a pedido da Prefeitura do Recife. Antes sem utilização, o terreno foi ocupado em março deste ano pelo Movimento de Mulheres Olga Benário (MMOB) e transformado em um local de acolhimento para mulheres vítimas de violência e em situação de vulnerabilidade. O centro fazia o procedimento de triagem e encaminhava as acolhidas para receber atendimento psicológico, jurídico e social. 

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Segundo a PCR, desde a ocupação, a gestão municipal tenta dialogar com o movimento para que o prédio fosse esvaziado de forma voluntária. A prefeitura revelou que tem planos de construir um centro de acolhimento para pessoas idosas, também em situação de violência e reintegração social, ideia que já está no papel há alguns anos. Em nota, o município também informou que ofereceu transporte para levar os ocupantes do imóvel para um endereço indicado pelo MMOB. A versão do movimento diverge da fornecida pela PCR. 

"A negociação só foi para a gente sair. Não tinha nenhuma outra proposta de acolhimento dessas mulheres e de encaminhamento para outro espaço. A conversa da Prefeitura era só a gente se retirar", informou Natália Lúcia, coordenadora estadual do Movimento Olga Benário, ao LeiaJá. A líder da ocupação declarou também que chegou a propor a divisão do imóvel para atender ao plano da prefeitura de fazer da casa o centro de atendimento ao idoso. 

Quando a Polícia Militar, com o apoio do Batalhão de Choque, chegou ao local na manhã desta terça-feira (21), 14 pessoas estavam na casa. No total, o centro, criado em 8 de março deste ano, já atendeu a 90 mulheres do Grande Recife, entre mulheres solteiras e mães solo, gestantes, e mulheres em processo de aborto após violência sexual. 

"A polícia chegou às 6h já quebrando o cadeado e entrando. Então a gente correu para poder se proteger dentro da casa. Se eles já chegaram dessa forma, a gente não sabia o que eles iam fazer depois. Em 10 minutos, acabaram com tudo. Derrubaram porta, derrubaram mesa e fizeram todo um trabalho de destruição para tirar a gente", continuou Natália, que também relata ter sido agredida pelos policiais. 

*Com informações de Victor Gouveia 

A Polícia Militar realiza, na manhã desta terça-feira (21), uma operação de reintegração de posse de um imóvel na Zona Norte do Recife. A propriedade, que pertence ao município, estava desocupada e sem utilização há cerca de três anos, até ser novamente ocupada, em 8 de março deste ano, pelo Movimento Olga Benário. 

A casa, que funciona na Avenida Conselheiro Rosa e Silva, se tornou o Centro de Referência Soledad Barett, em homenagem à guerrilheira paraguaia, que foi parte da Vanguarda Popular Revolucionária contra a ditadura militar no Brasil. No Centro, eram acolhidas mulheres vítimas de violência doméstica e em situação de vulnerabilidade. 

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Por meio de nota (confira na íntegra abaixo), a Prefeitura do Recife informou que, desde a reocupação em março, tenta dialogar com o movimento sobre a desocupação do imóvel. No local, de acordo com a gestão, deve ser construído um centro de acolhimento à pessoa idosa.

Até o momento desta publicação, a operação de reintegração seguia em andamento, com apoio, inclusive, do Batalhão de Choque da PM. 

Posicionamento da PCR:

A Prefeitura do Recife esclarece que, desde o mês de março deste ano, vem mantendo o diálogo aberto o Movimento de Mulheres Olga Benário (MMOB), no sentido de sensibilizar o grupo e desocupar imóvel situado na Avenida Conselheiro Rosa e Silva, no bairro dos Aflitos, doado ao município e cuja posse foi recebida em novembro de 2021. 

Representantes das secretarias de Governo e Participação Social (SEGOV), de Desenvolvimento Social, Direitos Humanos, Juventude e Política sobre Drogas (SDSDHJPD) e da Mulher reuniram-se diversas vezes com lideranças do MMOB, onde foi apresentado o projeto de construção de um complexo de convivência, lazer e moradia para a pessoa idosa no local, equipamento destinado à prevenção da violência contra a pessoa idosa, com atividades de cidadania, cultura e lazer. A iniciativa foi pactuada com diversos segmentos da sociedade civil e que tem o aval do Conselho Municipal da Pessoa Idosa (COMDIR). 

Desde o início dos diálogos, a gestão municipal vem reiterando que a desocupação do terreno é crucial para que sejam feitos os levantamentos técnicos do terreno para estruturação do projeto-executivo e posteriormente assinatura da ordem de serviço. Além disso, a edificação é, desde 1997, classificada como Imóvel Especial de Preservação (IEP). A medida visa preservar as características físicas do imóvel e o que ele representa na história da cidade.  

Sensibilizada com movimentos de luta pelo enfrentamento de violência contra a mulher, a Prefeitura do Recife desde o início disponibilizou transporte para levar as ocupantes do imóvel para um endereço indicado pelo MMOB, além de garantir a segurança alimentar, inclusão no cadastro social e demais programas sociais ofertados pelo município, com o foco na assistência social, acolhimento e combate à violência doméstica e empregabilidade das mulheres vítimas de violência. Contudo, até o momento a gestão municipal não recebeu sinalização positiva a respeito dos pleitos apresentados. 

Além disso, em diálogo que envolveu a Secretaria da Mulher, a Prefeitura do Recife externou ao movimento a união dos esforços para assegurar às mulheres o atendimento na rede municipal dos serviços vinculados às políticas para mulheres, da qual vários equipamentos foram redimensionadas e ampliadas para atender mulheres vítimas de violência. Entre as medidas estão a ampliação da Brigada Maria da Penha, a ampliação da oferta dos serviços no Centro Clarice Lispector para 24h, a abertura de unidades nas dependências do Compaz, bem como a abertura do Serviço Especializado e Regionalizado - SER Clarice Lispector, localizado no Ipsep. 

Por fim, a Prefeitura externou apoio à luta do movimento pelo enfrentamento de violência contra a mulher e propôs a união de esforços na busca por fortalecer uma rede de apoio na cidade, visando atender mulheres vítimas de violência. 

Confira imagens do momento da ocupação:

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Após acumular picos de desemprego durante o ano de 2021, em comparação à média nacional, o estado de Pernambuco fechou o ano passado com o maior índice de desocupação em todo o país, de acordo com a nova Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada nesta quinta-feira (24) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A taxa foi de 19,9% para a população em idade de trabalhar. 

Este foi o maior percentual já atingido pelo Estado desde o início do levantamento, em 2012. Em 2020, a taxa de desocupação em Pernambuco havia sido de 17,2%. Por outro lado, o desemprego no Brasil caiu de 13,8% em 2020 para 13,2% no ano passado. Assim, o estado se vê 6,7% acima da média do país. Os estados no pódio da lista de desemprego são todos da região Nordeste: Bahia, Sergipe e Alagoas surgem após Pernambuco, respectivamente. 

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Em números absolutos, a população desocupada, ou seja, que procurou emprego e não encontrou, foi de 831 mil pessoas em 2021, 25,5% a mais do que no ano anterior. O avanço da vacinação contra a Covid-19 e a flexibilização do distanciamento social ocasionado pela pandemia foram alguns dos motivos pelos quais mais pessoas voltaram a procurar trabalho no ano passado após ficarem inativas em 2020. 

A gerente de planejamento e gestão do IBGE em Pernambuco, Fernanda Estelita, também elenca mais hipóteses para o aumento da taxa de desocupação em 2021.

“Ao longo de 2020, uma parcela significativa da população recebeu o Auxílio Emergencial, que foi reduzido tanto em valores quanto em número de beneficiados no ano passado. Outro fator que pode ter contribuído foi o fechamento de escolas e a evasão escolar de jovens durante a pandemia. Sem acesso a estudo e com dificuldades financeiras, parte deles passou a buscar ocupação para auxiliar nas despesas domésticas”, declarou Estelita.

A pesquisa mostra ainda que a taxa de informalidade – trabalhadores sem carteira, trabalhadores domésticos sem carteira, empregador sem CNPJ, conta própria sem CNPJ e trabalhador familiar auxiliar – subiu de 48% em 2020 para 51,1% em 2021, o oitavo maior percentual do país, empatado com a Paraíba.

No total, um milhão e 737 mil pernambucanos trabalharam na informalidade em algum momento de 2021. O resultado pode ser explicado pela volta de vários dos trabalhadores informais aos postos que haviam deixado de ocupar em 2020 por conta da pandemia. 

Taxa de desocupação caiu no fim de 2021 

O IBGE também divulgou os resultados da PNAD Contínua para o quarto trimestre de 2021 e a taxa de desocupação recuou para 17,1% da população em idade de trabalhar em Pernambuco. A queda no desemprego foi de 2,2 pontos percentuais em relação ao terceiro trimestre do ano passado, quando a taxa chegou a 19,3%. Mesmo assim, o estado teve a terceira maior taxa de desocupação do país, atrás apenas do Amapá (17,5%) e da Bahia (17,3%). 

Em números absolutos, 723 mil pernambucanos procuraram emprego entre outubro, novembro e dezembro e não encontraram. Foram 83 mil pessoas desocupadas a menos em relação ao trimestre anterior. O número também é menor em comparação ao quarto trimestre de 2020, quando 775 mil pessoas, ou 19,4% da população em idade de trabalhar, procuraram trabalho, mas não encontraram. 

Enquanto isso, o número de pessoas ocupadas em Pernambuco subiu de três milhões e 374 mil pessoas no 3º trimestre deste ano para três milhões e 494 mil trabalhadores no 4º trimestre, o que equivale a um aumento de 3,6%, ou 120 mil pessoas a mais. 

--> LeiaJá também: O que levou Pernambuco a liderar o índice de desemprego? 

A Prefeitura do Recife realizou, nesta quinta-feira (17), a interdição e desocupação do prédio, localizado no bairro de Casa Amarela, Zona Norte do Recife, atingido por um incêndio na última segunda-feira (14). No local funcionava uma loja de instrumentos e abrigava também a associação de marceneiros, costureiras e outros negócios populares.

De acordo com Erivelton Paulino, representante da Associação dos Marceneiros, houve uma reunião com representantes da gestão municipal e, na ocasião, foi informado que o local deveria ser esvaziado.

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"O prédio será interditado pela Codecir. Mas, não deram um escape para a gente, não deram situação de relocar, de ir para algum lugar, não deram opção para a gente. Neste exato momento, a Guarda Municipal, o pessoal da Codecir, Defesa Civil estão aqui na frente e notificaram, interditaram o prédio e disseram que "agora é com vocês e o pessoal da prefeitura", afirma.

Erivelton relata que, durante a campanha eleitoral, o prefeito João Campos (PSB) esteve no local e prometeu melhorias no espaço. “O prefeito esteve aqui na campanha e disse que traria melhorias, inovação. Ele viu que o prédio precisava de melhorias. Agora, a gente está nessa situação”, conta à reportagem.

Auxílio

Além da incerteza de não ter para onde ir, nem todos os ocupantes do prédio receberão o auxílio, no valor de R$ 1.500, anunciado, por meio de nota, pela prefeitura na terça-feira (15).

"A Prefeitura do Recife informa ainda que os trabalhadores cooperados afetados receberão um benefício especial de R$ 1500. A gestão reforça que está trabalhando para dar suporte às pessoas afetadas e uma reunião será marcada para identificar as necessidades dos trabalhadores e oferecer condições para que eles continuem as produções o quanto antes", diz trecho do comunicado.

Sobre o benefício, o representante da Associação dos marceneiros expõe que na reunião foi dito que o auxílio seria pago em parcela única e será direcionado aos cooperados do galpão incendiado. “Todos os demais, que ocupam o espaço, não terão direito a nada”.

Protesto

Em resposta a decisão da Prefeitura do Recife, os trabalhadores do local realizaram um protesto na Avenida Norte. Interditando, nos dois sentidos, a via com pneus em chamas, eles tentam chamar atenção e conseguir uma nova instalação. “Fechamos a Avenida Norte nos dois sentidos para mostrar que estamos cobrando os nossos direitos”, explica Erivelton.

O que diz a Prefeitura

Procurada pelo LeiaJá, a Prefeitura do Recife afirma que, após vistoria da Defesa Civil, foi constatado um rico alto muito alto no imóvel e, por isso, foi necessário a interdição completa do local. "Os trabalhadores e comerciantes que utilizam o espaço foram notificados da necessidade de interdição completa, na tarde desta quinta-feira (17)", aponta trecho da nota.

Ademais, afirma-se que a "Secretaria de Governo e Participação Social (Segov) e Secretaria de Trabalho e Qualificação Profissional estão em diálogo com os ocupantes do imóvel para ouvir as necessidade e demandas, além de prestar todo o apoio para a necessária desocupação". 

A gestão explica que o imóvel é objeto de estudo para melhorias estruturais e que uma licitação para contratação de projeto, que já estava em curso, foi finalizada nesta quinta. "O contrato com a empresa vencedora será assinado na próxima terça-feira (22) e o prazo de entrega do projeto é de 120 dias", finaliza. 

Mais uma vez, Pernambuco lidera o ranking de desemprego do Brasil, tendo taxa de 19,3% de desocupação, de acordo com os novos resultados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada nesta terça-feira (30) pelo IBGE. Apesar do recuo de 2,5% em comparação ao último trimestre monitorado pela mesma pesquisa, quando o desemprego marcou 21,8%, o estado segue em primeiro lugar da lista pelo segundo trimestre consecutivo. A média do Brasil é de 12,6%, 6,7 pontos percentuais a menos do que o registrado na localidade. Foram 806 mil pernambucanos em busca de emprego entre os meses de julho, agosto e setembro. 

A redução é de 11%, ou cem mil desempregados a menos em relação ao trimestre anterior. O estado ainda se recupera do impacto que a pandemia teve no mercado de trabalho ao longo de 2020 e de 2021. No terceiro trimestre do ano passado, a taxa de desocupação havia sido a mesma do terceiro trimestre deste ano: 19,3%. 

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Enquanto isso, o número de pessoas ocupadas em Pernambuco subiu de três milhões e 259 mil pessoas no segundo trimestre deste ano para três milhões e 374 mil trabalhadores no terceiro trimestre, o que equivale a um aumento de 3,6%, ou 116 mil pessoas a mais. Com relação ao mesmo período de 2020, o avanço na população ocupada, seja formalmente ou informalmente, foi de 13,6%. 

Mais da metade da população ocupada de Pernambuco está na informalidade, Pernambuco também observou um pequeno avanço na taxa de informalidade, que foi de 52,2% da população ocupada no 3º trimestre de 2021, frente a 51,2% no trimestre anterior. O percentual equivale a 1 milhão e 760 mil pessoas, deixando o estado em oitavo lugar nacional no ranking dos informais. O Brasil, por sua vez, tem uma taxa de informalidade mais de dez pontos percentuais mais baixa: 40,6%. 

O número de empregados do setor privado cresceu 7,3% no acumulado de julho, agosto e setembro frente ao trimestre anterior, chegando a 1,5 milhão de pessoas, um saldo de 103 mil pessoas a mais. O maior impacto no mercado de trabalho ficou com os trabalhadores sem carteira assinada, que aumentaram 11,3% entre o segundo e o terceiro trimestres de 2021, chegando a 546 mil pessoas. A atividade econômica que mais absorveu esses trabalhadores foi o comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas, cujo contingente de trabalhadores aumentou 11,6%, passando de 648 mil para 724 mil pessoas. Além disso, o rendimento médio real habitual de todos os trabalhos das pessoas ocupadas em Pernambuco foi de R$ 1.715, o menor desde 2018. 

Para o cálculo da proxy de taxa de informalidade da população ocupada são consideradas as seguintes populações: empregado no setor privado sem carteira de trabalho assinada; trabalhador doméstico sem carteira de trabalho assinada; empregador sem registro no CNPJ; trabalhador por conta própria sem registro no CNPJ; trabalhador familiar auxiliar. 

Está sob relatoria do ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), uma ação apresentada pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) para suspender todos os processos e todas as medidas de remoção, desocupação, reintegrações de posse ou despejos enquanto durar a pandemia da Covid-19.

No pedido, feito na Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF 828), o partido sustenta a necessidade de evitar que o poder público descumpra garantias básicas, como o direito social à saúde, à moradia e à dignidade da pessoa humana.

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Conforme destacou o PSOL, a ação foi elaborada com a contribuição de entidades de defesa da moradia e de direitos humanos, em especial o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), diante do “brutal estado de calamidade pública” provocado pelo coronavírus e do agravamento social e econômico das populações sujeitas a “condições de hipervulnerabilidade”.

O PSOL sustenta que têm ocorrido dezenas de operações em diversas cidades, com uso do poder de polícia, para promover a remoção forçada. Segundo os dados apresentados, pelo menos 9.156 famílias foram despejadas durante a pandemia e outros 64.546 núcleos familiares estão sob essa constante ameaça.

Na ação, o partido pede uma decisão liminar no sentido de suspender as ordens de remoção, uma vez que “expõe as famílias e todos os envolvidos, inclusive os agentes públicos, à maior contaminação pela Covid-19, ainda promovem a desintegração de famílias, violando especialmente direito de crianças e adolescentes de serem mantidos em seu seio familiar, uma vez que os abrigos são classificados por gênero e, em alguns casos, idade, além de estarem geograficamente dispersos”.

Nos casos de área de risco em que a intervenção do poder público seja inadiável, como as regiões suscetíveis a deslizamentos de grande impacto, inundações ou processos geológicos ou hidrológicos correlatos, o partido pede que sejam cumpridos os estritos limites da Lei Federal 12.340/2010 e observados os necessários cuidados inerentes à situação de contágio da Covid-19, com garantia de medidas alternativas de moradia.

O ministro Barroso solicitou informações aos estados da Federação, ao advogado-geral da União e ao procurador-geral da República, no prazo comum de cinco dias.

Da assessoria do STF

De acordo com a PNAD Covid, a taxa de desocupação em novembro em Pernambuco foi de 17,9%, contra 17,1% em outubro. É a sexta maior porcentagem do país, atrás do Maranhão, Amapá, Bahia, Sergipe e Amazonas. Isso significa também que 712 mil pessoas estavam desocupadas e buscaram ativamente um emprego no estado, mas não encontraram. Entre outubro e novembro, houve uma variação de 6,9% no número de pessoas desocupadas em Pernambuco, o que equivale a 46 mil pessoas a mais sem emprego.

O número de pessoas ocupadas, por sua vez, ficou estável entre outubro e novembro, com 3 milhões e 258 mil pessoas. Além disso, pelo quarto mês seguido, houve uma redução da população fora da força de trabalho (que não estavam trabalhando nem procuravam por trabalho) em Pernambuco que gostariam de trabalhar, mas não conseguiram procurar emprego por causa da pandemia de Covid-19 ou por falta de oportunidade na região em que vivem. Em novembro, eram 814 mil pessoas; no mês anterior, eram 885 mil pessoas.

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Já a quantidade de pessoas ocupadas e afastadas do trabalho que tinham devido ao distanciamento social não para de cair. Em outubro, eram 101 mil; em novembro, não passavam de 92 mil, uma queda de 8,9% entre um mês e outro. Os números também caíram sensivelmente em relação a maio, passando de 28,8% para 2,8% da população ocupada. Ainda segundo a pesquisa, 7,2% da população pernambucana ocupada e não afastada do trabalho tinha trabalhado de forma remota em novembro, frente a 7,6% no mês de outubro.

Entre as pessoas ocupadas e afastadas do trabalho que tinham, seja ou não por conta da pandemia, 44 mil pessoas (23,1%) deixaram de receber remuneração em novembro. Em maio, quando medidas de distanciamento social mais rígidas estavam em vigor, eram 620 mil. Entre os trabalhadores ocupados que ainda estavam recebendo vencimentos, 19,6% do total tiveram rendimentos menores do que o habitual em novembro, contra 20,5% em outubro.

A PNAD Covid detectou também uma pequena queda no número de domicílios pernambucanos em que ao menos um dos moradores recebeu o auxílio emergencial: foram 54,5% em novembro, frente a 55,4% em outubro. Isso significa que, em números absolutos, 1 milhão e 675 mil lares em Pernambuco receberam o benefício. Já no Brasil houve uma leve queda, de 42,2% para 41%. O valor médio do rendimento do auxílio em Pernambuco também apresentou diminuição, de R$ 636 em outubro para R$ 491 em novembro.

A pesquisa mostra ainda que a taxa de informalidade em Pernambuco chegou a 1 milhão e 411 mil trabalhadores em outubro. Os informais são os empregados do setor privado sem carteira; trabalhadores domésticos sem carteira; empregados que não contribuem para o INSS; trabalhadores por conta própria que não contribuem para o INSS; e trabalhadores não remunerados em ajuda a morador do domicílio ou parente.

*Do IBGE.

A taxa de desocupação em Pernambuco alcançou os 18,8% da população de 14 anos ou mais no terceiro trimestre de 2020, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Trimestral (PNAD Contínua), divulgada nesta sexta-feira (27) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado foi igual ao do segundo trimestre de 2017, registrado como o mais alto de toda a série histórica do levantamento.

Em relação ao trimestre anterior deste ano, houve um aumento de 3,8 pontos percentuais, quando a taxa foi de 15%. Entre as dez unidades da Federação que tiveram alta no desemprego, Pernambuco teve o segundo lugar maior percentual, empatado com o Amapá e atrás apenas da Paraíba, com uma diferença de quatro pontos percentuais.

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O resultado deste trimestre fez com que o estado pulasse da 9ª para a 5ª posição entre as unidades da federação com o maior índice de desemprego do Brasil, atrás da Bahia, Sergipe, Alagoas e Rio de Janeiro. O percentual também é superior à média nordestina, de 17,8% e à média nacional, que chegou a 14,6%.

A gerente de planejamento e gestão do IBGE em Pernambuco, Fernanda Estelita, cita a pandemia e a desestimulação do trabalhador na retomada das atividades como os fatores mais influentes para o novo resultado.

“O aumento na taxa de desocupação tem dois componentes que devem ser considerados. Um deles é o contingente da força de trabalho que estava ocupado no trimestre anterior e perdeu seu posto. O outro é a parcela da população que já estava desocupada, mas não buscou ocupação por conta da pandemia. Com a retomada das atividades econômicas, esses trabalhadores se sentiram estimulados a buscar novas oportunidades no mercado”, avalia a analista.

No estado, 684 mil pessoas de 14 anos ou mais procuraram emprego, mas não conseguiram encontrar no período de abrangência da pesquisa, entre julho, agosto e setembro, quando as medidas de distanciamento social no estado por conta da pandemia do novo coronavírus começaram a ser flexibilizadas.

No segundo trimestre de 2020, eram 533 mil pessoas na mesma situação, uma variação de 28,3%, o equivalente a 151 mil postos de trabalho que deixaram de ser ocupados.

Os números da PNAD em Pernambuco também mostram mais uma queda no nível da ocupação, indicador que mede o percentual da população ocupada em relação às pessoas em idade de trabalhar. O indicador chegou ao menor nível da série histórica, no terceiro trimestre, com 37,8%.

O gráfico de acompanhamento da informalidade também registra crescente no estado, com taxa que chega a 48% entre a população ocupada. O número soma 1,41 milhão de pessoas no agregado de julho, agosto e setembro, e  deixa o estado com a 8º proporção mais alta de informais no Brasil.

No 2º trimestre, os trabalhadores na informalidade eram 1,36 milhão de pessoas, ou 45,4% da população ocupada. O Brasil, por sua vez, tem uma taxa de informalidade quase dez pontos percentuais mais baixa: 38,4%.

De acordo com Fernanda Estelita, “as atividades informais têm sido uma alternativa à população, uma vez que a criação de vagas formais não consegue absorver todos os que buscam ocupação. Nesse contingente, estão também contabilizados os pequenos empreendedores que viram na crise oportunidades de geração de renda.”

No próximo sábado (23) completa 8 meses que o Edifício Holiday, localizado no Bairro de Boa Viagem, Zona Sul do Recife, foi totalmente desocupado. A determinação para a saída dos moradores do prédio tornou o espaço propício para o consumo e repasse de drogas. Além disso, os criminosos estão levando fios de cobre e tudo o que encontram que pode ser revendido com facilidade. A sensação de quem vive ao redor é de pouca esperança do retorno da 'onipresença' do Holiday. Rufino Neto, síndico do local, é quem está colocando o peito à prova na tentativa de não permitir a proliferação do crime no local. "Esse lugar tem donos", afirma.

Foram quase sete meses que Rufino acampou dentro do seu carro em frente ao edifício que proporcionou para ele acomodação durante 13 anos. O síndico revela que até mordidas já levou de criminosos que tentaram derrubar os tapumes que cercam o prédio para "fazer baderna".  

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“Eu estou presente aqui todos os dias, sempre fazendo rondas com moradores que me apoiam. Os vizinhos que veem alguma coisa errada me chamam. O problema são esses ‘noiados’ daqui da área que arrombam os tapumes para fumar ou roubar alumínio do edifício”, lamenta Neto. Ele revela que há, sim, uma ronda diária feita pela polícia, mas diz que essas rondas deveriam ser mais intensas, com mais horários. 

Como o Holiday está fincado num dos bairros que tem o metro quadrado mais caro de Pernambuco, o síndico acredita que as dificuldades encontradas para solucionar os problemas do edifício podem estar sendo causadas por conta da especulação imobiliária. “Apesar de não poder comprovar, eu acredito que esse espaço esteja sofrendo com a especulação imobiliária porque tudo é muito difícil para esse prédio”, salienta. 

No que depender do auxílio das pessoas que estão trabalhando para a recuperação do Holiday, a esperança para os moradores vai ser renovada. Isso porque os projetos de recuperação estrutural e instalação elétrica foram concluídos por professores e alunos de uma instituição de ensino particular do Recife.  

Stênio Cuentro, engenheiro civil responsável pela requalificação do Holiday, afirma que estão em fase de revisão final dos projetos para que consigam saber qual vai ser o impacto financeiro das obras no local. Ele explica que o projeto tem algumas etapas. 

A primeira é a inspeção visual de todos os elementos que constituem a estrutura do prédio como pilares, vigas, lajes e fundações. “Já que os projetos originais do edifício não foram encontrados, a gente partiu para uma etapa de ‘Review’. É como se fosse a recuperação da memória do projeto original”, diz Stênio. 

Rufino Neto e Stênio agora esperam que a população, que se disponibilizou para ajudar financeiramente no início da desocupação do Holiday, possa agora ajudar. Os moradores do Holiday são pobres e, segundo o engenheiro civil, será preciso um grande esforço para angariar os recursos necessários.  

Em dezembro deve acontecer uma assembleia com os condôminos do Holiday, onde tudo deve ser apresentado para eles - inclusive o impacto financeiro das obras. O Edifício Holiday foi erguido em 1957, possui 17 andares e 476 apartamentos.  

Interdição

A Prefeitura do Recife, que solicitou a interdição, diz ter baseado o pedido em laudo do Corpo de Bombeiros, que constatou risco quatro de incêndio em uma escala de um a quatro. Segundo a prefeitura, a condição estrutural do edifício é alvo de preocupação do Poder Público desde 1996. Desde então, o edifício foi alvo de vistorias, intervenções e recomendações de diversos órgãos públicos a exemplo do Corpo de Bombeiros, CREA, Procuradoria Regional do Trabalho, Ministério Público de Pernambuco, Dircon, Vigilância Sanitária e Defesa Civil do Recife.

A taxa de desocupação no Brasil fechou o trimestre móvel encerrado em setembro em 11,8%, uma leve queda em relação tanto ao trimestre anterior, finalizado em junho, quando 12% da população estavam sem trabalho, quanto ao trimestre que acabou em setembro do ano passado (11,9%).

Os dados foram apresentados hoje (31), no Rio de Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua).

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O contingente de desocupados soma 12,5 milhões de pessoas, uma diminuição de 251 mil pessoas. Já a população ocupada atingiu 93,8 milhões, um aumento de 459 mil pessoas.

A população fora da força de trabalho permaneceu estável, com 64,8 milhões de pessoas. Já a taxa de subutilização ficou em 24%, uma redução de 0,8 ponto percentual em relação ao trimestre anterior, somando 27,5 milhões de pessoas que gostariam de trabalhar mais horas do que atualmente.

A população desalentada, que são pessoas que desistiram de procurar trabalho, soma 4,7 milhões de pessoas, um recuo de 3,6%.

Um mandado de reintegração de posse está sendo cumprido por dezenas de policiais no Acampamento Margarida Alves, localizado na Zona Rural de Moreno, Grande Recife, na manhã desta quinta-feira (19). Segundo o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), 55 famílias residem no local.

As famílias ocupam os 120 hectares do antigo Engenho Xixaim há cerca de 16 anos. No assentamento, produtos e alimentos agropecuários são produzidos pelos próprios. O mandado de reintegração de posse foi expedido nessa segunda-feira (16). "As famílias vivem e produzem no local, que já tem uma estrutura construída", reafirmou o representante do MST Romildo Félix.

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Uma ação de desocupação causou tumulto na manhã desta terça-feira (14), na comunidade Vila Brasil, localizada próximo à Joana Bezerra, área central do Recife. De acordo com os moradores, equipes da Prefeitura do Recife (PCR) e da Polícia Militar (PM) demoliram as habitações sem qualquer aviso prévio ou documentação oficial.

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Os relatos também apontam que as equipes da PM agiram de forma truculenta, agredindo os habitantes da comunidade. Sem ordem judicial, um documento que alegava infração ambiental - devido à proximidade da comunidade ao mangue - foi entregue apenas para um morador. "Eu trabalho de manhã, quando cheguei tava tudo demolido", lamentou o carroceiro Luiz Lira.

Próximo à comunidade está um conjunto habitacional, que de acordo com os locais, seria destinado aos moradores, que inclusive já foram cadastrados. Com as obras paradas há cerca de 14 anos, a região tornou-se ponto de tráfico de drogas e prostituição. Os desabrigados articulam uma nova interdição no cruzamento entre o Ponte Joaquim Cardozo e a Avenida Agostinho Gomes às 18h.

Resposta da Secretaria de Mobilidade e Controle Urbano

A Diretoria Executiva de Controle Urbano do Recife (Dircon) informa que não foram retiradas casas da comunidade Vila Brasil e, sim, ocupações irregulares não habitadas, ainda em construção. A área alvo da ação desta terça-feira (14) é considerada de preservação ambiental. Pelos dois motivos citados acima, não são necessárias notificações aos invasores, mas, ainda assim, equipes da pasta foram ao local na segunda-feira e informaram à comunidade que seria feita a ação de retirada.

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Com informações de Francine Nascimento

“Me desculpa, Holiday”, pede Jeane da Silva, ex-moradora do edifício e a penúltima a deixar o prédio no dia 23 de março, quando o imóvel foi totalmente desocupado. Nesta terça-feira (23) completa um mês da data. Jeane está dormindo com três filhos no chão da cozinha de sua lanchonete na comunidade Entra Apulso, na Zona Sul do Recife. “Me desculpa, Holiday, por não ter olhado para você e ter já usufruído tanto de você’, ela continua, ‘porque cada um da gente usufruiu muito, minha gente. Cada um que trabalhou aqui, cada um que teve essa comodidade, de você fazer tudo, cada um teve seu fruto, cada um ganhou dinheiro, teve sossego, teve uma boa moradia, teve o prazer de abrir a janela todos os dias e ver o mar. Cada um teve o seu lucro dado pelo Holiday. Mas cada um de nós esqueceu um pouquinho de olhar pelo Holiday. Então não adianta culpar um. São todos culpados”.

Foi traumática a saída dos moradores do Edifício Holiday, construção modernista erguida no final da década de 50 quando o bairro de Boa Viagem era dominado por imóveis baixos, distante da área nobre a qual se tornou. O Corpo de Bombeiros e a Companhia Energética de Pernambuco (Celpe) identificaram no local um elevado risco de incêndio devido às más condições das instalações elétricas. Em março, houve uma queda de energia no local e a Celpe não promoveu a religação, amparada em uma determinação judicial da 2ª Vara Cível da Capital. “A decisão foi tomada em função das condições precárias das instalações elétricas do prédio, que apresentam risco iminente de incêndio e acidentes envolvendo energia elétrica”, respondeu a companhia na ocasião. Sem eletricidade e também sem água, os residentes receberam um terceiro baque: a Justiça determinou a interdição do Holiday em cinco dias úteis.

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"Imagine que você está com um filho na UTI e o médico fala assim 'eu vou desligar os aparelhos amanhã de cinco horas da tarde'. Eu olhava para aquilo ali e queria tanto mudar isso. 'Meu deus me dá mais um tempo, dá um tempo para eu correr, me dá um tempo para eu tentar corrigir todo o esquecimento que foi feito'”, recorda Jeane. Além de fazer almoço no local onde agora mora, Jeane vende empada na praia, a poucos metros do edifício onde era locatária e com o qual tanto se identificou.

A mulher é otimista e espera comemorar o próximo réveillon já na construção reformada. “Eu creio que agora vai ficar melhor do que nunca. Essa obra para mim é agradecer por todo bem que esse lugar me causou”. A obra que Jeane cita ainda está em planejamento. Engenheiros e técnicos solidários à causa ainda precisam conhecer melhor as condições do imóvel para iniciarem o projeto.  No dia 12 de abril, o síndico recebeu de volta a chave do local. O juiz determinou a apresentação de um documento listando todas as pessoas envolvidas na obra para haver a autorização de entrada no terreno. Enquanto a reforma não começa, o síndico aguarda bem próximo dali.

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É início da tarde e um Palio Fire preto está, como de costume, estacionado na Rua Salgueiro, a via do Edifício Holiday. Dentro do veículo, Rufino Neto dorme no banco reclinado do motorista. É no carro que o síndico mora agora.

Na importante posição de síndico do prédio, Rufino foi um dos mais envolvidos nas tentativas de reverter a decisão judicial de desocupação. Distanciou-se do trabalho informal que tinha em um escritório de advocacia e foi demitido - mas não pelo distanciamento, segundo ele. “Ela [chefe] me ajudou no primeiro, segundo, terceiro mês, depois falou 'olha, quando melhorar você retorna porque o escritório está em crise agora', foi isso que aconteceu”, ele resume.

Rufino tem dois filhos, uma menina de 12 anos e um garoto de 11. Separou-se da mãe deles na metade de 2018; deixou o apartamento 1601 e foi para o 12º andar. Atualmente, todo o dinheiro obtido é voltado para os filhos, que dividem um apartamento com a mãe, uma vizinha e duas cachorras. “É muito apertado. Até para uma cachorra passar a outra tem que subir no sofá. Eles não estão morando bem”, resume o síndico.

O homem explica sua nova rotina: “Eu fico me virando no meu carro. O pessoal da feira me ajuda muito. Eu vivo assim: durmo na casa de um amigo, de uma amiga, de pessoas que cedem”, explica. Mesmo recebendo convites, ele prefere não dar trabalho e continua passando os dias em seu automóvel. “Não gosto de extrapolar muito porque um dia a gente acaba sendo um abuso”, completa. O síndico diz estar enfrentando dificuldades para dormir.

Rufino também denuncia sumiço de pertences de moradores durante as mudanças - inclusive os dele. “O videogame do meu filho sumiu durante a mudança. Eu não estou generalizando toda a turma que veio fazer a mudança, mas ali tinham pessoas de má índole. Levaram notebook de pessoas, minhas lâmpadas foram saqueadas”, cita.

Por fim, o ex-morador do Holiday clama: “Eu peço a sociedade que nos ajude, com doação de materiais elétricos, de construção, o que puder. Alguém que queira patrocinar aqui, colocar sua marca, divulgar seu nome. Eu digo: a gente vai voltar. A gente está na mídia e seu nome aqui vai valer muito tanto para a gente quanto para vocês divulgarem aqui em Boa Viagem. Isso aqui é um outdoor imenso, um painel para vocês. E enquanto der para eu me virar, eu estou me virando. Eu peço ajuda para a minha família, um aluguel mais barato para que meus filhos possam morar bem. Peço isso, um aluguel que eu possa pagar”.

Apesar da sugestão, eles ainda não receberam uma proposta para usar o imóvel como outdoor. De fato, o prédio se destaca e é visível a uma boa distância. Uma idosa que conhece bem aqueles andares agora abandonados teria uma visão privilegiada desses tais anúncios esperados por Rufino.

*

Da janela da sua sala abafada, contemplando a fachada do Edifício Holiday logo à frente, Neide Santos, de 74 anos, conclui que precisa voltar a trabalhar. Ela é mãe de Fernando Santos, outro morador que assumiu um papel de liderança no período pré-desocupação e foi o último a se mudar. Ela teve outros sete filhos, dois já morreram. Chegou ao Holiday aos 14 anos.

Na época de sua chegada, os arredores do prédio de 17 andares eram mato e lama, ela lembra. Neide viu de perto Boa Viagem virar uma terra de espigões. Mesmo tendo uma família bem estruturada, formada por uma mãe funcionária pública e pai e avô oficiais do Exército, a mulher sempre fez o que dava na telha. Antes da maioridade, foi toda maquiada e bem vestida em busca de um emprego em uma fábrica de cigarros. Ao chegar lá se deparou com um aviso de que não havia mais vagas - saiu de lá empregada.

Neide confessa nunca ter precisado se preocupar financeiramente. “Eu não sabia o que era responsabilidade, nunca me preocupei com as coisas. Fui mimada”, admite. O marido que morreu em 1998 lhe dava dinheiro o tempo todo, entretanto, não permitia que trabalhasse.

Em determinada época de sua vida, Neide chegou a abrir uma sorveteria em Barreiros, Mata Sul de Pernambuco. Ouvia dos clientes que seu sorvete era melhor que o da própria cidade. Ela nunca contou para eles, porém, que comprava o sorvete de Barreiros e apenas os enfeitava. Uma cheia, certo dia, atingiu a sorveteria dela, destruindo seus freezers.

Na esperança de alguma doação, Neide mais de uma vez em uma conversa curta pede dois freezers para voltar a vender sorvete. No Edifício Holiday, ela era proprietária de apartamentos. Hoje volta a se preocupar com o pagamento de aluguel. Não consegue tirar da cabeça o prédio onde morou por tanto tempo. Até porque ele está logo ali. Virou a paisagem da sua janela, uma estrutura gigante de pedra a mirar suas costas com olhos vazios como em eterna vigilância.

Enquanto o prazo para a desocupação se esgotava, a idosa precisou correr. O residencial onde vive agora pediu adiantamento de três meses de aluguel. Foi preciso implorar para conseguir um empréstimo. Além da sua própria mudança, auxiliou na dos filhos, como Fernando, atualmente desempregado. Ela sustenta um neto criado desde recém-nascido e outro filho que não morava no Holiday. Neide está com pressão alta e não consegue mais fazer a tradicional feira, que repartia com os filhos. Ela pede mais uma vez freezers para voltar a trabalhar.

A aposentada não nega que não voltaria ao Holiday se tivesse condições de se mudar para um lugar melhor. Ela também sabe o lado positivo de viver no histórico prédio. “A gente mora em um ambiente que de pobre só tem a gente mesmo. Holiday é maravilhoso. Perto de Bompreço, tem de tudo que a gente procura, perto de comércio, praia… nós como pobres temos a mordomia que o rico tem”, avalia.

*

Em nota, a Defesa Civil informa que, entre os dias 14 e 30 de março, a prefeitura realizou 296 mudanças a pedido dos moradores. No último dia 12, após a Defesa Civil finalizar a remoção de entulhos ordenada pela Justiça, a chave do prédio foi entregue ao síndico. “A Prefeitura do Recife reforça que todas as mudanças foram acompanhadas pelos próprios moradores, pela Secretaria de Defesa Social e pela Justiça de Pernambuco”, informa a nota do órgão.

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Uma megaoperação foi montada no Edifício Holiday, em Boa Viagem, Zona Sul do Recife, para a saída dos moradores nesta quinta-feira (21). Segundo a Secretaria de Defesa Social (SDS), 180 profissionais ligados à pasta participam da operação, que conta com policiais civis, militares, bombeiros e peritos, além de órgãos da Prefeitura do Recife, do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea) e da Companhia Energética de Pernambuco (Celpe). O tenente-coronel Ivanildo Torres, coordenador do gabinete de crise da SDS, destacou que tem início hoje a etapa de convencimento e o objetivo é evitar que os residentes sejam retirados à força.

Além disso, Torres reforçou que quem está deixando o local continua tendo a posse do seu imóvel. “Não estamos diante de uma ação de reintegração, estamos diante de uma ação de interdição e desocupação. As pessoas que estão saindo daqui hoje terão seu imóvel preservado. A posse indireta permanecerá com eles, os reais proprietários. Não há especulação imobiliária. A questão aqui é de preservação de vidas humanas, então essa discussão [especulação imobiliária] não vem à pauta”, comentou.

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O coordenador também informou que cerca de 30 apartamentos ainda continuam ocupados, um número considerado mínimo. “A partir de hoje é a etapa de convencimento. É a etapa de chegar, conversar, abordar, ir de apartamento em apartamento ver as necessidades daquelas pessoas e ajudar a convencê-las. Até aqueles que resistiam estão procurando conversar”, resumiu.

Torres não informou o prazo máximo para a fase de convencimento. Extraoficialmente, a informação é que as retiradas à força ocorreriam na próxima terça-feira (26). Na etapa coercitiva, os residentes seriam retirados no primeiro dia. Nos seguintes 18 dias, haveria a retirada da mobília e demais pertences. 

“As pessoas estão desesperadas’, disse Fernando Santos, integrante do conselho de moradores. ‘Eles têm dificuldade para saber aonde vão, as empresas estão pedindo fiadores e as pessoas não têm quem colocar, pedem três meses de carência… essa saída está ferindo a moral do cidadão”, destacou. “A gente vai sentar, fazer reuniões para ver o que pode ser feito”, concluiu.

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