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Ironizando o terceiro cancelamento seguido de um pronunciamento oficial do presidente da República, o perfil oficial do PSDB no Twitter abriu uma enquete perguntando para os usuários o motivo do cancelamento. Entre as três opções de resposta estão: "mi-mi-mi", "frescura" e "covardia", em referência a recentes fala do presidente.

Nesta quinta-feira, 4, durante visita à São Simão (GO) para inaugurar trecho de ferrovia, Bolsonaro declarou: "Vocês (produtores rurais) não ficaram em casa, não se acovardaram, nós temos que enfrentar os nossos problemas, chega de frescura e de mi-mi-mi. Vão ficar chorando até quando? Temos que enfrentar os problemas".

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Na enquete, que até às 17h28 desta sexta-feira, 5, conta com 300 votos, a opção "covardia" está na dianteira, com 67,3% votos, seguida da opção "mi-mi-mi" com 24% e por último, a opção "Frescura", com 8,7%.

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Os pronunciamentos vêm sendo cogitados e cancelados nos bastidores desde a última terça-feira (2). A previsão era que o presidente abordasse as medidas do governo federal de zerar PIS/Cofins sobre o óleo diesel por dois meses e sobre o gás de cozinha de forma permanente, no entanto, após o primeiro cancelamento, o mandatário afirmou que seu próximo comunicado em rede nacional trataria sobre a pandemia da covid-19 e das vacinas, mas quando questionado por um apoiador sobre a data do pronunciamento Bolsonaro evitou dizer: "vai ficar a dúvida aí".

A partir deste sábado (7), data que marca os três meses que antecedem as eleições, os candidatos ao pleito que são agentes públicos estão proibidos de exercer algumas práticas. As vedações estão previstas no calendário divulgado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). 

De acordo com a legislação, por exemplo, os postulantes não podem, até o fim das eleições em outubro, participar de inaugurações de obras públicas ou contratar shows para eventos desse tipo.  

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O objetivo das restrições, de acordo com a Lei das Eleições, é evitar o uso de cargos e funções públicas em benefício de determinadas candidaturas e partidos. Na lista das proibições, também está previsto o impedimento de nomear, contratar ou admitir, demitir sem justa causa servidores públicos, bem como transferi-los de suas funções.

Nesse período as transferências voluntárias de recursos da União aos estados e municípios, e dos estados aos municípios também não são autorizadas. A ressalva nesses repasses somente pode ocorrer nos casos de verbas destinadas a cumprir obrigação prévia para execução de obra ou serviço em andamento, com cronograma já fixado, e as utilizadas para atender situações de emergência e de calamidade pública.

É vedada ainda a publicidade institucional dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos federais, estaduais ou municipais. A três meses da eleição, os agentes públicos também não podem fazer pronunciamento em cadeia de rádio e televisão, fora do horário eleitoral gratuito.

O descumprimento dessas normas pode gerar o indeferimento do registro de candidatura dos postulantes ao pleito e outras punições previstas em lei. 

O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), alertou que o ex-deputado federal Roberto Jefferson poderá perder o direito de trabalhar fora da prisão se fizer pronunciamentos políticos públicos. Condenado por participação no esquema do mensalão, Jefferson cumpre pena no regime semiaberto no Rio de Janeiro. Nesse sistema, ele recebeu autorização para dar expediente num escritório de advocacia durante o dia.

"Oficie-se ao Juízo delegatário (Vara de Execuções Penais do Rio) para que advirta o condenado quanto à impossibilidade de realização, nos horários destinados ao cumprimento das tarefas laborais, de atividades estranhas àquelas previamente informadas pelo empregador à Vara de Execuções Penais, notadamente pronunciamentos político públicos, sob pena de revogação do benefício", afirmou Barroso em despacho assinado ontem.

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No final da tarde desta quarta-feira, após sessão do STF, Barroso considerou que "não é próprio de uma pessoa que está presa" fazer manifestações políticas. De acordo com ele, a suspensão dos direitos políticos é uma consequência da condenação penal. As entrevistas jornalísticas, de acordo com o ministro, são permitidas quando autorizadas por juiz da Vara de Execuções Penais.

Novo relator do processo do mensalão desde a saída de Joaquim Barbosa, o ministro pediu que o juiz responsável pela Vara de Execuções Penais do Estado do Rio encaminhe cópia da decisão que garantiu a Jefferson o direito ao trabalho externo, assim como os compromissos firmados pelo empregador e pelo ex-deputado.

As providências foram tomadas após Jefferson ter concedido entrevista ao jornal Folha de S.Paulo na qual afirmou que o escândalo da Petrobras seria o epílogo do mensalão. A existência do esquema de corrupção durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi revelada por Jefferson em 2005 durante entrevista concedida à Folha. Além de Jefferson, foram condenados pelo STF personagens que tiveram atuação no governo Lula, como o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu e o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares. Cumprindo pena em Brasília, Dirceu deverá conquistar nos próximos dias o direito de ser transferido para o regime aberto.

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