Investigado pela Polícia Federal, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, nesta quarta-feira (13), que nos últimos meses têm se questionado sobre qual o tipo de crime que ele cometeu contra o país. Respondendo ao próprio questionamento, durante um discurso no encerramento da “Caravana Popular em Defesa da Democracia” no Recife, o líder-mor petista pontuou as ações do seu governo e negou ter cometido qualquer tipo de irregularidades.
"Qual o crime que cometi neste país? De dizer ao povo pobre que ele tinha direito de comer três vezes ao dia? De dizer que eles tinham direito de fazer uma universidade? De dizer aos trabalhadores rurais, produzem que vai ter dinheiro para financiar?", enumerou, indagando.
##RECOMENDA##Sob a ótica do petista, se crime for "provar que aumento do salário mínimo não causava aumento da inflação e mostrar que um analfabeto é capaz de fazer mais por uma universidade do que um intelectual", ele pode ser condenado. "Eles estão criminalizando o PT e fico me perguntando por que eles fazem isso?", disparou.
Criticando sutilmente a atuação do Ministério Público e da Polícia Federal, Lula disse que se algum dos que integram esses órgãos querem mudar de alguma forma o país “que ingressem na política”. "Eu sempre dizia em alto e bom som, só existe um jeito de as pessoas não serem punidas e não cometer nenhuma safadeza. A lei vale para todos", salientou. “Não temos medo de investigação, mas da mentira, da delação premiada deformada”, acrescentou. O petista também disparou contra a atuação da imprensa e frisou sobre a possibilidade de se fazer uma investigação sem “condenar pelas manchetes de jornal”.
O ex-presidente Lula está em Pernambuco desde a última segunda-feira (11). Em passagem por Petrolina, no Sertão, ele se defendeu diante das acusações que pesam contra ele nas investigações da Lava Jato. “Estão há dois anos investigando e duvido que se ache um empresário a quem eu pedi R$ 10”, chegou a desafiar. O petista veio ao estado para participar de agendas em defesa do mandato da presidente afastada Dilma Rousseff (PT).