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Partidos da base aliada do governo cobram a demissão do atual presidente do BNDES, Paulo Rabello de Castro. O argumento é de que o executivo não pode mais continuar na direção do banco de fomento, após ter sido lançado oficialmente, no sábado (19), pré-candidato à Presidência da República pelo PSC.

"Ele deve sair para cuidar só da candidatura dele agora", disse o líder do PR na Câmara, José Rocha (BA). "O Paulo Rabello não pode falar e fazer determinadas coisas na presidência do BNDES e continuar no governo. Por mim, ele já estaria fora", disse o vice-líder do DEM, deputado Pauderney Avelino.

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Recém-filiado ao PSC, o presidente do BNDES foi lançado pré-candidato do partido a presidente em 2018 durante convenção da legenda em Salvador (BA). Em discurso no evento, disse que vai trabalhar para "higienizar" a política.

"Vamos desintoxicar a política brasileira, passar por um processo de limpeza, de higienização, de compromisso efetivo", declarou o executivo, defendendo que as mudanças aconteçam dentro da política. "Temos que caminhar com os políticos, mas com compromisso renovado", afirmou.

Amigo do presidente Michel Temer, Rabello assumiu o BNDES em junho, após a saída de Maria Silvia Bastos Marques. A nomeação, porém, nunca teve a simpatia do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que ficou irritado por não ter sido consultado pelo governo sobre a escolha.

Rabello já é alvo de fogo amigo da base aliada por bater de frente com o governo em algumas situações. Entre elas, a antecipação de pagamento ao Tesouro Nacional de empréstimos feitos ao banco e a criação da Taxa de Longo Prazo (TLP), que substituiu os juros subsidiados da TJLP.

Procurado, o BNDES ainda não respondeu. (Colaborou Adriana Fernandes)

O governo não vai demitir o economista Paulo Rabello de Castro da presidência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), garantiu nesta quarta-feira, 18, o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira. O BNDES é ligado à pasta.

Conforme apurou o Broadcast (serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado), o governo avalia mudar comando do BNDES como uma forma de tentar agradar ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

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Oliveira disse "não saber se é verdade" que Maia pressiona pela demissão de Rabello. "A única coisa que posso afirmar com certeza é que Rabello não está sendo demitindo", disse.

Amigo de Temer, Rabello assumiu o BNDES em junho, após a saída de Maria Silvia Bastos Marques. À época, Maia tentou emplacar Luciano Snel, da Icatu Seguros, e ficou contrariado por não ter sido consultado sobre a escolha.

Segundo auxiliares de Temer, a mudança no BNDES poderia ser feita após a votação da denúncia, prevista para o fim deste mês no plenário da Câmara. Caso não haja acordo sobre o nome, a troca poderia ser feita no início de 2018.

Dyogo Oliveira, por sua vez, disse estar satisfeito com o trabalho do economista à frente do banco de fomento. "Estamos muito satisfeitos, temos tido trabalho colaborativo com BNDES, as discussões que temos tido resultaram em ações muito positivas, com lançamento de linhas (de crédito) que fizemos lá atrás, (a discussão para) auxiliar o Tesouro no cumprimento regra de ouro", afirmou Oliveira.

Mesmo as críticas disparadas no início da gestão do presidente do BNDES às políticas de governo, como a criação da nova Taxa de Longo Prazo (TLP), que baliza os empréstimos da instituição, foram superadas. "Isso está superado, na medida em que foi inclusive formalizada uma nota conjunta", disse.

O ministro ainda aproveitou para defender a medida. Segundo ele, a TLP é a saída para que o banco continue cumprindo seu papel. "Está claro, em decisão recente do TCU, que o Tesouro não pode ficar aportando dinheiro no BNDES, nem tem condições", afirmou. "Portanto, solução é fazer o que se faz no mundo inteiro, que é estruturar projetos, desenvolver projetos e à medida que eles estejam performados vende para o mercado", explicou.

Depois das críticas do setor empresarial pela dificuldade na liberação de financiamentos, o BNDES sinaliza uma virada nessa postura. Segundo o novo presidente da instituição, Paulo Rabello de Castro, o lema agora é "fazer seis anos em seis meses". Ele tem pregado internamente uma mudança de atitude, com adoção de medidas que, acredita, vão acelerar o processo de concessão de crédito.

As iniciativas têm focado nos desembolsos a micro, pequenas e médias empresas, mas, segundo Rabello, o BNDES não fechou as portas para as grandes companhias.

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A nova postura vai ao encontro da percepção do setor empresarial de que é preciso reanimar a economia com a ajuda do banco de fomento. No mês passado, o presidente da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), Paul Skaf, disse que o banco teria de fazer em seis meses o que faria em seis anos para viabilizar a retomada. Ele criticou a queda de 35% nos desembolsos da instituição e pediu também que a diretoria do banco desse uma "injeção de ânimo" no corpo técnico para que as liberações fossem retomadas.

Antecessora de Rabello de Castro no cargo, Maria Silvia Bastos Marques - que pediu demissão em junho - foi duramente criticada, dentro e fora do governo, por reter os recursos do banco e "sentar" na liquidez - o banco tinha, em junho, R$ 150 bilhões em caixa para financiamentos. A instituição endureceu os critérios para empréstimos principalmente depois dos problemas enfrentados com empresas envolvidas na Operação Lava Jato. As críticas dos empresários eram de que, mesmo financiamentos já acertados - como para obras de concessões, por exemplo - não eram liberados.

Rabello de Castro disse que o Brasil está "neurótico" diante de tantas investigações e que é preciso destravar o crédito, mas sem perder de vista o rigor nos critérios de concessão. Ainda mais agora, com a decisão do Tribunal de Contas da União (TCU) de responsabilizar gestores por créditos concedidos. "É o novo calendário ‘benedense’, fazer seis anos em seis meses. O corpo técnico já introjetou o lema", disse ao Estadão/Broadcast.

Ele tem viajado a Brasília e São Paulo periodicamente para encontrar parlamentares, governadores e empresários. Reúne todos os pedidos em uma caderneta para posterior avaliação. A estratégia de ir ao encontro dos setores também faz parte da tentativa de desburocratizar o processo.

No início de junho, durante sua posse, Rabello ouviu do ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, diretrizes que têm sido tratadas como mandamentos dentro do banco. Entre elas estão manter o foco no cliente e não apagar a luz para o setor privado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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