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No começo da noite de terça-feira, o auxiliar de escritório Elivelton Miranda do Nascimento, de 21 anos, morreu fulminado por um raio quando jogava futebol em um bairro rural de Piratininga, no interior paulista. O rapaz foi atingido na cabeça e não resistiu ao impacto da descarga elétrica. Outros 13 jogadores caíram no gramado e um, que estava perto de Nascimento, teve ferimentos graves. O ferido foi atendido em Bauru.

A chuva era fraca no bairro Vale dos Pássaros, quando o raio caiu por volta das 19h30. Localizado em uma área onde não há para-raios, o campo fica às margens da Rodovia Comandante João Ribeiro de Barro. Casado e pai de uma criança de um ano, o auxiliar de escritório costumava jogar futebol com os amigos no local. Ele está sendo velado no Memoriall Bauru. O enterro será hoje à tarde.

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Um adolescente de 13 anos morreu na tarde de hoje, no Guarujá (SP), ao ser atingido por um raio, durante temporal. O garoto, procedente de Guaxupé, interior de Minas Gerais, passeava com familiares no calçadão da Praia da Enseada. A mãe e um tio também foram atingidos, sem gravidade, mas o pai, de 62 anos, foi atendido em uma unidade de pronto-atendimento e, devido aos ferimentos, teve de ser encaminhado para o Hospital Santo Amaro, onde se encontrava internado até a noite de hoje. Seu estado era considerado grave.

Outros dois turistas de Ribeirão Preto que passeavam no calçadão foram atingidos por raios. De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), 1.465 raios caíram na tarde de hoje, no período das 13 às 17 horas, na região metropolitana da Baixada Santista. Só em Santos foram mais de 400.

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Segundo informações da Defesa Civil, apenas árvores foram derrubadas com a força dos ventos. Na região central da cidade, o teto de um sobrado, que estava desocupado, caiu, atingindo um homem que passava pelo local. Ele foi ferido na perna e no ombro e removido para o Hospital Ana Costa. Imediatamente após o acidente, os guarda-vidas que atuavam na orla do Guarujá recomendavam aos banhistas que se afastassem das praias e evitassem se proteger sob as árvores que, nessas ocasiões, acabam funcionando como para-raios.

A incidência de raios cresceu não só na Baixada Santista, no ano passado, mas em uma série de cidades com mais de 200 mil habitantes. Especialistas acreditam que o aumento da ocorrência de raios seja causado pela alta taxa de urbanização, apontada como responsável por tempestades cada vez mais intensas. Dados dos satélites mostram que o Brasil lidera o ranking de incidência de raios, com 57 milhões de ocorrências por ano. O segundo país é a República do Congo, com 43 milhões, seguido pelos Estados Unidos, com mais de 35 milhões de ocorrências anuais.

 

São Paulo - A incidência de raios cresceu em média 11% nas cidades com população acima de 200 mil habitantes, de acordo com os dados mais recentes do Grupo de Eletricidade Atmosférica (Elat), núcleo do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). “Tanto essas cidades têm mais tempestades, quanto elas estão também cada vez mais intensas, e a urbanização pode ser apontada como uma das principais responsáveis”, diz Osmar Pinto Junior, coordenador do Elat.

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Com base em dados de satélites, o  Elat informou que, no ranking mundial, o Brasil ocupa o primeiro lugar na incidência de raios, com 57,8 milhões de ocorrências por ano, seguido pela República Democrática do Congo, com 43,2 milhões, pelos Estados Unidos, com 35 milhões, pela Austrália, com 31,2 milhões, China, com 28 milhões e Índia, com 26,9 milhões.

Por meio da Rede de Monitoramento BrasilDAT, coordenada pelo Elat em conjunto com outras instituições, é possível saber a cada 24 horas se o fenômeno ocorreu em alguma parte das regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste. Sensores de detecção espalhados em vários pontos captam o campo eletromagnético do fenômeno e as informações são repassadas para a central de omputadores do Grupo de Monitoramento do Elat. Até o fim do ano que vem, a área de cobertura será estendida para a Região Norte.

Embora o coordenador do Elat tenha constatado a influência do aquecimento do clima e da urbanização, a cidade onde mais caíram raios proporcionalmente ao tamanho do município foi Porto Real , no Rio de Janeiro, com área de 50,8 quilômetros quadrados (km²) e população de 16.574 pessoas. A incidência naquele local foi de 27 raios por km². A segunda colocada no ranking nacional é São Caetano do Sul, com 22,8 raios, a campeã no estado de São Paulo.

O levantamento, relativo ao biênio 2009/2010, mostra incidência superior à registrada  no estado da Flórida (16 raios por km², que lidera as ocorrências nos Estados Unidos. Na cidade de São Paulo foram 14 raios por km².

Segundo o Elat, nas últimas décadas, os grandes centros urbanos apresentaram aumento expressivo na incidência de raios. Na capital paulista, o número excede em 60% o registrado há 50 anos. No último mês de novembro, foram verificadas 1.166 ocorrências, com concentração no último dia 29 (745), o que é quase o dobro do pico registrado em novembro de 2008, mês em que ocorreram 1.505 e, em um só dia (24), 379.

Comparando os meses de novembro dos últimos quatro anos, o maior número foi em 2009, com  3.385, e concentração no dia 24, com  1.172 . Em 2010, a incidência de todo o mês foi a menor desse período, com 841 raios e maior número no dia 9, com 481.

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