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Dois homens foram baleados e mortos em supostos confrontos com policiais militares durante a retomada da Operação Escudo, neste domingo, 28, no Guarujá, no litoral de São Paulo. Uma nova edição da operação está em andamento desde a sexta-feira, 26, depois que o soldado da Polícia Militar Marcelo Augusto da Silva foi assassinado a tiros na Via Anchieta, em Cubatão.

A primeira Operação Escudo aconteceu entre julho e setembro do ano passado, após o assassinato de um policial, e resultou na morte de 28 pessoas pela polícia; a Secretaria defende a legalidade da atuação policial na região. Dados divulgados pelo governo na sexta-feira, 26, mostraram que as mortes cometidas por policiais em serviço subiram 39,6% em 2023 na comparação com 2022.

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De acordo com a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP), na madrugada de domingo, policiais militares realizavam patrulhamento na Vila Zilda, bairro da periferia do Guarujá, quando se depararam com duas motocicletas em alta velocidade.

Segundo a pasta, os condutores das motos estariam em atitudes suspeitas e, quando houve uma tentativa de abordagem, na Avenida Prefeito Raphael Vitiello, eles teriam feito disparos de arma de fogo na direção dos policiais. Os PMs revidaram, baleando os suspeitos.

Acionada, uma equipe do Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu) constatou a morte dos dois homens. Eles não tiveram a identidade divulgada.

Com a dupla, segundo o registro policial, foram apreendidos um revólver e uma pistola. O caso foi registrado na delegacia da Polícia Civil do Guarujá como mortes decorrente de intervenção policial e excludente de ilicitude, ou seja, os policiais teriam agido no cumprimento do dever.

A investigação será feita pelo setor de homicídios do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) de Santos.

Na noite de sábado, 27, policiais do 2º Batalhão de Operações de Polícia (Baep) que participavam da Operação Escudo prenderam um suspeito e apreenderam grande quantidade de drogas em um apartamento, em São Vicente, na Baixada Santista.

Localizado na Cidade Náutica, o imóvel funcionava como entreposto para distribuição da droga, segundo a polícia. Os policiais apreenderam 15,6 kg de maconha, além de cocaína e crack, mais de R$ 11 mil em cédulas e um automóvel que seria usado para o tráfico.

Em nota, a SSP informou que desencadeou na sexta-feira, 26, a Operação Escudo na região do litoral sul paulista com o objetivo de prender os criminosos que assassinaram o soldado Marcelo Augusto da Silva, do 38º Batalhão de Polícia Militar Metropolitano, na madrugada do dia 26, em Cubatão.

"A operação conta com policiais do batalhão local, em apoio ao batalhão de choque", disse. Ainda não há um balanço da nova fase da operação.

O policial, de 28 anos, foi abordado por criminosos quando retornava de moto para São Paulo, após ter trabalhado na Operação Verão, que reforça o policiamento no litoral durante a alta temporada.

O crime aconteceu no trecho de Cubatão da Imigrantes. A polícia recolheu dez cápsulas de vários calibres espalhadas pelo asfalto. A moto do policial não foi levada, mas sua arma desapareceu. Na ocasião, o secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite, disse que o crime não ficaria impune.

Conforme a SSP, as Operações Escudo são deflagradas todas as vezes nas quais criminosos atentam contra o Estado por meio de ataques a policiais. "Têm como objetivo restabelecer a ordem pública e a sensação de segurança na comunidade local, além de identificar e prender os responsáveis pelas ações criminosas contra agentes de segurança paulistas", afirmou.

Letalidade em alta

Reportagem do Estadão, com base em dados do Instituto Sou da Paz, mostrou que as mortes cometidas por policiais militares e civis em serviço cresceram 39,6% no Estado de São Paulo. Foram registrados 384 óbitos desse tipo, ante 275 no ano anterior. Em contrapartida, as mortes cujos autores eram agentes de segurança de folga recuaram 17,8%: redução de 146 para 120.

Em nota, a SSP-SP disse que "investe continuamente em treinamento e aquisição de equipamentos" para reduzir a letalidade. Também afirmou que ocorrências dessa natureza são "rigorosamente investigadas" e encaminhadas para análise do Ministério Público e da Justiça.

A reportagem não conseguiu contato com a defesa do homem preso por tráfico em São Vicente.

O pré-candidato à Prefeitura de Guarujá, no litoral de São Paulo, Thiago Rodrigues foi morto a tiros na madrugada desta quinta (28). Ele participava de uma confraternização e foi assassinado do lado de fora da festa.

O empresário e jornalista de 34 anos se filiou ao Rede Sustentabilidade no fim de novembro junto com o anúncio da pré-candidatura ao município. Ele curtia a festa quando foi chamado para fora da casa de eventos. Thiago saiu acompanhado por um homem ainda não identificado e surpreendido por um ciclista que teria se aproximado e efetuado os disparos, no bairro Paecara, no distrito de Vicente de Carvalho.

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Ele foi atingido e correu, mas caiu durante a fuga e foi alcançado pelo atirador, que efetuou mais disparos. O boletim de ocorrência contabilizou nove ferimentos de bala espalhados pelo tórax, costas, perna e no braço direito do jornalista.

A polícia verificou que o carro da vítima teve o pneu traseiro esvaziado. O veículo e dois celulares de Thiago foram apreendidos e devem passar por perícia. O homicídio foi registrado na Delegacia Sede de Guarujá, mas será tocado pelo 2º Departamento de Polícia da cidade.

O delegado de Polícia Federal Thiago Selling da Cunha, de 40 anos, foi baleado na cabeça nesta terça-feira (15), na comunidade da Vila Zilda, no Guarujá, litoral de São Paulo, e está em estado grave.

Ele foi atingido durante o cumprimento de um mandado de busca e apreensão. Dois homens foram presos em flagrante suspeitos de terem atirado. Eles tinham uma submetralhadora e uma pistola.

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O policial foi encaminhado ao Hospital Santo Amaro, no Guarujá, onde segue internado sem previsão de alta.

O Sindicato dos Policiais Federais em São Paulo (SINPF/SP) divulgou uma nota de repúdio ao ataque e cobrou apoio das autoridades na investigação do caso.

"É intolerável que o crime organizado, balizado e patrocinado pelo tráfico internacional de drogas, continue ocupando espaço na Baixada Santista e tirando vidas de inocentes e de policiais, sejam civis, militares ou federais", diz a nota assinada por Susanna Do Val More, presidente do sindicato.

O Guarujá vive uma crise na segurança pública desde que um policial militar da Rota foi morto em uma operação, também na Vila Zilda, no final do mês passado.

A Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF) disse em nota que acompanha o caso e espera uma "célere e rigorosa" punição dos criminosos.

"É inadmissível que tais ataques se perpetuem contra policiais federais ou quaisquer agentes de segurança pública, alvejando o próprio Estado Democrático de Direito em sua plenitude", afirma a entidade.

Ao menos um terço das mortes de civis registradas na Operação Escudo envolveu policiais militares que não usavam câmeras corporais. Em seis dos 16 casos, não há imagens dos equipamentos, segundo a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo. As bodycams, que começaram a ser implementadas há três anos, estão presentes em metade dos batalhões no Estado. Entre eles, a Rondas Ostensivas Tobias Aguiar (Rota), um dos batalhões de elite da PM.

Conforme dados oficiais, a Operação Escudo, deflagrada no fim de julho após o assassinato do policial da Rota Patrick Reis, reúne cerca de 600 policiais, de diferentes batalhões. A ação policial teve início no Guarujá, no litoral paulista, e depois se estendeu para Santos e Caraguatatuba, onde policiais foram alvo de disparos na última semana. A previsão é de que a operação dure pelo menos um mês.

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A secretaria afirma que, das 16 mortes por intervenção policial confirmadas oficialmente até aqui, dez tiveram envolvimento de agentes que usavam câmeras corporais. A pasta diz ter enviado imagens de sete desses casos para averiguação de órgãos de controle.

Logo após o início da Operação Escudo, que já é a mais letal do Estado pelo menos desde 2006, moradores relataram indícios de execuções por parte da Polícia Militar. Como mostrou o Estadão, uma família relata que uma das vítimas foi morta dentro de casa em Santos. Outra diz que um vendedor ambulante foi executado com nove tiros.

Diante dos relatos, a Defensoria Pública do Estado pediu, na última semana, o "fim imediato" da operação. Cobrou também o uso de câmeras corporais no uniforme de todos os PMs e civis envolvidos na operação. Os equipamentos passaram a ser uma demanda central para apurar as circunstâncias das mortes.

O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) afirmou que "já começou a receber as imagens das câmeras corporais dos agentes que atuaram no âmbito da Operação Escudo". O órgão não especificou quando o envio começou ou quais das 16 mortes por intervenção policial as gravações retratam.

"Os promotores designados pela Procuradoria-Geral de Justiça para apurar os desdobramentos da intervenção na Baixada Santista aguardam o envio de outros dados solicitados à corporação, que vem colaborando para o esclarecimento dos fatos", afirmou, em nota, o Ministério Público do Estado.

Já a Ouvidoria das Polícias do Estado, que tem tido papel central na coleta de denúncias de agressão, tortura e execução pela população, disse que ainda não recebeu as imagens. Na última semana, o órgão relatou que a Secretaria da Segurança dificultou o acesso a boletins de ocorrência. A pasta nega.

Rota foi um dos primeiros batalhões a adotar câmeras em SP

A instalação do Programa Olho Vivo foi montada em fases. "Começou em agosto de 2020, com o anúncio do então governador João Doria (então no PSDB). Naquele momento, pouco mais de 500 câmeras foram distribuídas, mas eram câmeras que a polícia já tinha", lembra Samira Bueno, diretora-executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

Em fevereiro do ano seguinte, o governo fechou contrato com a Axon, atual fornecedora, e expandiu o programa para 15 batalhões. "Um deles foi a Rota", diz a pesquisadora. Desde então, policiais do grupo de elite da PM passaram a contar com os equipamentos.

A pesquisadora destaca que o Estado foi pioneiro em adotar a gravação ininterrupta das imagens - em outros locais, a captação costuma ocorrer apenas quando o sistema é acionado por um agente ou uma central. O objetivo era depender menos de aspectos subjetivos.

"O policial só pode retirar a câmera quando vai se alimentar ou quando vai ao banheiro. De resto, ele tem de usar o tempo todo", disse Samira. "Não tem nenhum tipo de desculpa para que a Rota não utilizasse."

A pesquisadora afirma que a Rocam (Ronda Ostensiva com Apoio de Motocicletas), que também participa da Operação Escudo, é outro batalhão que recebeu os equipamentos. A Secretaria da Segurança Pública não informou, porém, quantos dos agentes atuando no Guarujá usaram as COPs durante as incursões.

Atualmente, 63 batalhões (quase metade do total) usam as COPs. Como reflexo disso, as mortes decorrentes da intervenção de agentes em serviço caíram 62,7% entre 2019 e 2022, segundo estudo recente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública e o Unicef (fundo da ONU para a infância).

Em batalhões que já possuem a tecnologia, a queda chegou a 76,2%, mais do que o dobro da redução observada no resto da corporação (33,3%). Mais de 10 mil câmeras corporais já foram adquiridas pelo governo, segundo balanço mais recente.

A viúva de Filipe do Nascimento, garçom de 22 anos e uma das 16 pessoas mortas pela Polícia Militar durante a Operação Escudo na Baixada Santista, afirmou ter mudado de Estado após a morte do marido. Em entrevista ao Fantástico deste domingo (6), ela refutou a versão de que o assassinato teria resultado de um confronto entre o marido e os policiais.

"O vizinho falou assim para mim: 'eu vi quando o policial pegou teu marido, jogou lá dentro da casa e lá deram três tiros", disse a viúva ao programa. Segundo ela, policiais militares estiveram no barraco em que ela vivia com Filipe, na comunidade Morrinhos 4, no Guarujá (SP), olharam os documentos do marido e depois voltaram ao local.

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Filipe teria sido executado em outro barraco, a cerca de 30 metros do local onde morava, segundo a versão da viúva. Ela afirma que ele não possuía arma de fogo e que foi capturado quando pegou uma bicicleta para ir ao supermercado comprar macarrão.

"Eu vi um policial pegando a bicicleta e jogou dentro do mangue. Eu falei: 'Policial, essa bicicleta é minha'. A gente era pobre, mas não era traficante. A gente não era ladrão. A gente não era assassino", afirmou ela.

A Secretaria de Segurança Pública (SSP) do Estado de São Paulo confirmou que Filipe não possuía antecedentes criminais. Ele era de Pernambuco, trabalhava como garçom em um quiosque da Praia das Astúrias, no Guarujá, e sonhava em ser influenciador.

"A gente ficava tirando um barato, ficava falando que ia ser famosinho. Não chegava problema dele pra mim", afirmou o ex-patrão de Filipe, Douglas Brito, também ao Fantástico.

Operação Escudo

A Operação Escudo foi iniciada no último dia 28, em resposta ao assassinato do soldado Patrick Bastos dos Reis, da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar). Desde então, ela resultou em 16 mortes causadas por policiais e já é a mais letal do Estado desde 2006.

A ação policial na Baixada Santista tem sido alvo de uma série de denúncias de agressões e torturas, que ainda estão sendo apuradas. A quantidade de relatos chama a atenção de órgãos de controle. Na última semana, a Defensoria Pública do Estado pediu o "fim imediato" da ação policial no Guarujá e que todos os agentes envolvidos nas 16 mortes de civis sejam temporariamente afastados.

A versão da SSP afirma que as mortes decorreram de conflitos e que os casos são investigados. Em um balanço parcial divulgado neste domingo, a pasta informou que a Operação Escudo já resultou em 160 prisões e na apreensão de quase 480 quilos de drogas ilícitas.

A Polícia Civil de São Paulo indiciou três homens por suspeita de participação no assassinato do policial militar Patrick Bastos dos Reis. O soldado da Rondas Ostensivas Tobias Aguiar (Rota) foi baleado no último dia 27 de julho, em Guarujá, litoral paulista. Um outro policial ficou ferido na mão na ocasião.

Os três respondem pelos crimes de homicídio, tentativa de homicídio e associação ao tráfico de drogas. Um deles foi preso em flagrante e os outros dois tiveram prisão temporária de 30 dias decretada pela Justiça.

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Execuções

Após a morte do policial, o governo estadual lançou na Baixada Santista a Operação Escudo. Desde o dia 28 de julho, a ação já deixou 16 mortos na região. Moradores relatam abusos, como tortura e execuções. As denúncias foram colhidas por uma comissão que esteve no Guarujá, com representantes da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-SP), da Defensoria Pública estadual, da Ouvidoria de Polícia do Estado de São Paulo, do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (Condepe) e parlamentares.

“O que a gente ouviu de vítimas, nem posso chamá-las de testemunhas, porque elas foram todas vítimas, foi [que houve] abordagens sistemáticas, contínuas, de pessoas dentro de casa, na rua, [de] policiais entrando na casa das pessoas sem mandado judicial, sem nenhuma justificativa, e fazendo chamado a quem era egresso do sistema prisional ou que tivesse passagem pela polícia”, disse a deputada estadual Mônica Seixas (PSOL), integrante da comissão, em entrevista à Agência Brasil na quarta-feira (2).

As denúncias de abusos levaram essas organizações de direitos humanos a pedir o fim imediato da Operação Escudo em uma carta divulgada na sexta-feira (4). “O governador do estado não pode, antes de concluir todas as apurações detalhadas e técnicas pelos órgãos competentes, declarar que a operação está sendo bem-sucedida. No afã de, no seu dizer, combater o crime organizado até o momento a operação deixou dezenas de mortos civis e impinge à comunidade um ambiente de total insegurança”, diz o documento.

Prisões

Segundo a Secretaria de Estado da Segurança Pública de São Paulo, em oito dias a Operação Escudo prendeu 147 pessoas e apreendeu 478 quilos de drogas. De acordo com a pasta “a ação segue para sufocar o tráfico de drogas e desarticular o crime organizado na Baixada Santista”.

A Ouvidoria das Polícias do Estado de São Paulo afirma que a Secretaria da Segurança Pública (SSP), atualmente sob a gestão de Guilherme Derrite, dificultou o acesso do órgão a boletins de ocorrência no começo desta semana. A consulta poderia auxiliar no acompanhamento da Operação Escudo, deflagrada na Baixada Santista na última sexta-feira (28) após o assassinato de um policial da Rota (Rondas Ostensivas Tobias Aguiar) no Guarujá, no litoral paulista.

A ação policial já resultou na morte de 16 civis desde então, segundo balanço oficial, o que faz dela a operação mais letal da PM desde 2006. A Ouvidoria tem tido papel central na coleta de denúncias de agressão, tortura e execução pela população.

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De acordo com a Secretaria da Segurança Pública, todas as mortes decorreram da reação de policiais militares e as ocorrências estão sendo investigadas. A pasta nega que tenha havido interrupção no fornecimento dos boletins de ocorrência.

A Ouvidoria afirma que, anteriormente, uma equipe composta por uma delegada e uma escrivã auxiliava o órgão a obter os boletins de ocorrência registrados nas delegacias. A partir da última segunda-feira, 31, no entanto, a equipe teria sido proibida de pesquisar os documentos para a Ouvidoria.

"Isso tem prejudicado a Ouvidoria inclusive a verificar se está ou não tendo homicídios de autoria desconhecida, que pode ser o tipo de homicídio que caracteriza as mortes, sobre as quais estão chegando denúncias, de pessoas em situação de rua", afirmou o ouvidor da Polícia do Estado, Cláudio Silva.

Segundo ele, foram recebidas informações de que pessoas em situação de rua poderiam estar sendo assassinadas, mas o órgão ainda não conseguiu apurar mais a fundo essas informações. "A Secretaria da Segurança Pública tirou o acesso aos boletins de ocorrência da Ouvidoria", disse o ouvidor.

Silva afirma que uma série de denúncias têm sido recebidas pelo órgão desde que a Operação Escudo foi deflagrada, na última semana. "A situação é avassaladora, do ponto de vista do nível de tensão e aterrorizamento que as pessoas estão", disse ele, que esteve no Guarujá nesta quarta-feira, 2, pela segunda vez na semana.

"Tivemos informação de invasão de casa, inclusive com invasão de banheiro de mulher tomando banho. Agressões físicas, agressões mentais, especialmente a crianças e adolescentes", acrescentou. Como mostrou o Estadão, uma família relata que uma das vítimas foi morta dentro de casa em Santos.

Conforme boletins de ocorrência obtidos pelo Estadão, houve disparos de fuzis por policiais em boa parte das ações. Em um dos casos, policiais relataram ter desferido nove tiros de pistola durante uma ação com um só suspeito. Diante dos relatos, a Defensoria Pública do Estado de São Paulo pediu o "fim imediato" da operação.

Em depoimento à CPI do MST, Guilherme Derrite minimizou as denúncias e disse que não passam de uma "narrativa". O termo também foi usado pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) em coletiva de imprensa nesta semana.

Procurada, a Secretaria da Segurança Pública afirmou, em nota, que "não houve interrupção no fornecimento dos boletins de ocorrência para a Ouvidoria". "Os pedidos de BOs feitos pelo órgão continuam sendo atendidos seguindo todos os preceitos legais", disse. A pasta disse ainda estar à disposição da Ouvidoria para esclarecimentos.

O secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, defendeu a Operação Escudo, realizada pela Polícia Militar de São Paulo, que matou pelo menos 14 pessoas no Guarujá, no litoral do Estado. Em depoimento à CPI do MST, ele disse que as denúncias de tortura enviadas ao ouvidor das Polícias do Estado de São Paulo, Cláudio Silva, são uma "narrativa" e elogiou a conduta do governo estadual.

"O que existe, pela primeira vez no Estado de São Paulo, é um governador que tem coragem de enfrentar o crime organizado", afirmou Derrite. Ele foi questionado pela deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP) sobre o que ela chamou de "chacina". "Vivenciamos a segunda maior chacina do Estado de São Paulo, só perde para o Carandiru", disse Sâmia. "Não há nenhuma prova de qualquer uma dessas pessoas tenham alguma coisa a ver com o assassinato desse policial."

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O assassinato do soldado militar Patrick Bastos Reis, de 30 anos, das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota), na última quinta-feira, 27, desencadeou uma grande operação policial nos últimos dias para encontrar os suspeitos envolvidos no crime.

Participam da ação 600 agentes de equipes especializadas das polícias Civil e Militar do litoral de São Paulo.

À Rádio Eldorado, o ouvidor das polícias de São Paulo relatou a denúncia de uma pessoa que foi morta, que, antes de ser assassinado, estava com o filho de oito meses no colo e entregou à mãe. "Tem denúncias de tortura e de pessoas adoecidas mentalmente. Tem denúncia de uma pessoa que estava com o filho de oito meses no colo e foi entregue para a mãe e essa pessoa foi morta. Tem denúncias de invasão a casas, de que policiais encapuzados e sem identificação invadem casas. Tem ainda denúncias de agressão contra crianças e adolescentes. Há denúncias de que só estão morrendo os moradores, e os criminosos já não estão mais lá. Tem relatos de que todas as pessoas que têm passagem criminal vão morrer", disse Silva.

Sâmia lamentou o assassinato do policial e reforçou críticas à postura de Derrite. "O senhor acha que é razoável lidar com o tema da segurança pública dessa forma. Mas é um tema sério", afirmou a deputada.

Derrite também afirmou que visitou os dois policiais militares baleados em Santos nesta terça-feira, 1º. Ambos sobreviveram aos ataques.

O secretário de Segurança de São Paulo está na Câmara dos Deputados para relatar as ações do Estado para coibir as invasões de terra em São Paulo à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Em São Paulo, está um dos maiores palcos de disputas de terra do País: o Pontal do Paranapanema. A região fica no extremo oeste do Estado, perto da divisa com o Paraná.

A Secretaria de Segurança Pública do estado de São Paulo (SSP-SP) informou que o último envolvido na morte do policial das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) foi preso na madrugada desta quarta-feira (2), em Santos. Ele é irmão do homem apontado pela pasta como autor do disparo que matou o policial, preso no domingo (30).

De acordo com a SSP, o suspeito se entregou para os agentes da equipe PM Vítima da Corregedoria da Polícia Militar (PM). Como havia um mandado de prisão em aberto contra ele, o homem foi preso após prestar depoimento.

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Além dos irmãos, a polícia prendeu um homem na sexta-feira (28) por participação no crime. No mesmo dia, um homem que também teria participado do assassinato do policial foi morto pela PM.

Mesmo após essa prisão, a SSP informou que a Operação Escudo segue “para sufocar o tráfico de drogas e desarticular o crime organizado”. Na segunda-feira (31), o secretário da pasta afirmou que a operação terá duração de no mínimo 30 dias.

Integrante da Rede de Proteção Contra o Genocídio, Marisa Fefferman está no Guarujá para um ato, na tarde desta quarta-feira (2), em repúdio às mortes cometidas pelas forças do estado e disse que o clima é de terror. Segundo ela, os policiais estão entrando nas casas e todo o território está se sentindo ameaçado.

“Eles [moradores] estão falando que é um clima de terror total, de tensão total, as pessoas estão morrendo de medo. As pessoas estão com muito medo de ir para o ato porque é pressão o tempo inteiro, escolas fechando, igrejas fechando, está uma tensão imensa. Estão em pleno terror, é isso que eles estão dizendo”, disse.

Entenda

O soldado da Rota Patrick Bastos Reis foi baleado em Guarujá, litoral paulista, no último dia 27. Segundo a SSP, ele foi atingido quando fazia patrulhamento em uma comunidade. A secretaria informou que ele foi atingido por um disparo de calibre 9 milímetros (mm).

Após o assassinato do policial, o estado deu início à Operação Escudo, que até o momento matou 14 pessoas na Baixada Santista, conforme informou o governador Tarcísio Freitas em coletiva de imprensa realizada ontem (1°). Ele avaliou, desde a divulgação dos primeiros óbitos, que não houve excesso da força policial na operação.

A Ouvidora da Polícia do estado de São Paulo afirma ter recebido relatos de uma atuação violenta em Guarujá por parte das forças de segurança e de ameaças constantes à população das comunidades da cidade.

“Diversos órgãos de Direitos Humanos e movimentos sociais vêm relatando uma série de possíveis violações de direitos na região, à margem da legalidade, com indicativos de execução, tortura e outros ilícitos nas ações policiais na região, por ocasião da referida operação. A morte violenta do soldado PM e dos civis são inaceitáveis. Nada, nem nenhuma assimetria se justifica quando se clama por justiça e segurança para todos”, disse, em nota, o ouvidor da Polícia Claudio Silva na segunda-feira (31).

Douglas Belchior, integrante da União de Núcleos de Educação Popular para Negras/os e Classe Trabalhadora (Uneafro), afirmou, também na segunda, que relatos dos moradores da região apontaram a ocorrência de violações. “Eu tive acesso a fotografias de vítimas desta ação desta semana cujos corpos estão marcados com queimaduras de cigarro. Então há sim evidências de torturas”, contou.

A Polícia Militar (PM) de São Paulo prendeu na madrugada desta quarta-feira (2) em Santos, o último suspeito de envolvimento na morte do soldado da Rota Patrick Bastos Reis, de 30 anos, baleado quando fazia patrulhamento em uma comunidade no Guarujá, na quinta-feira (27), no Guarujá, no litoral do Estado de São Paulo. Trata-se do irmão do homem apontado como o autor do disparo que matou Reis e que já tinha sido preso no domingo (30).

"O suspeito se entregou para os agentes da Corregedoria PM. Como havia um mandado de prisão em aberto contra ele, o homem foi preso após prestar depoimento", disse em nota a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP). Na terça-feira (1°), a Polícia Civil havia pedido a prisão dele.

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Conforme a secretaria, além dos irmãos, a polícia já tinha prendido um homem na sexta-feira (28) por participação no crime. No mesmo dia um criminoso que também participou do assassinato do policial morreu ao entrar em confronto com a PM.

Operação Escudo

A ação policial teve início na sexta-feira, após o soldado Reis ser morto. Até terça-feira (1°) a polícia prendeu 35 criminosos, apreendeu mais de 20 kg de drogas e 13 armas, de longo e curto alcance.

O assassinato do soldado Reis desencadeou uma grande operação policial nos últimos dias para encontrar os suspeitos envolvidos no crime. Participam da ação 600 agentes de equipes especializadas das polícias Civil e Militar do litoral de São Paulo.

Os dois policiais militares das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota), tropa de elite da Polícia Militar, foram baleados quando faziam patrulhamento, na noite de quinta-feira, no município do litoral.

O soldado Reis foi atingido na região do tórax, mas não resistiu aos ferimentos e morreu quando recebia atendimento. O cabo Fabiano Oliveira Marin Alfaya foi baleado na mão esquerda. Ele foi internado e permaneceu em observação na sexta-feira.

Na terça-feira, outros dois policiais foram baleados por criminosos em Santos. Uma policial foi baleada pelas costas, no bairro Campo Grande, quando fazia patrulhamento.

Após o crime, os criminosos fugiram em direção ao morro São Bento, segundo a SSP. Lá, atacaram uma viatura do Batalhão de Ações Especiais de Polícia (Baep) e balearam outro policial, atingido com um tiro na perna. Na troca de tiros um dos criminosos foi baleado e morreu. Os dois policiais foram hospitalizados e passam bem.

Mesmo após a prisão dos envolvidos no assassinato do policial, a Operação Escudo continua em toda a Baixada Santista.

Sobe o número de mortos na operação

Subiu para 14 o número de mortos durante a operação policial realizada no Guarujá, segundo informações divulgadas na terça-feira pela SSP. Até segunda-feira, 31, eram dez óbitos.

Apesar da polícia alegar que a ação ocorre para inibir o tráfico de drogas e trazer segurança à população, o clima é de tensão e medo na região em meio à operação que a Polícia Militar realiza na cidade do litoral paulista. Moradores relataram ao Estadão tiroteios, temor de sair de casa à noite e comércios vazios.

Ouvidoria investiga ação da polícia

No domingo, 30, a Ouvidoria da Polícia do Estado de São Paulo afirmou que dez pessoas tinham sido mortas durante a operação policial no Guarujá para encontrar o suspeito de atirar e matar o policial militar Reis. O número de mortos subiu depois disso.

Na ocasião, a SSP negou abusos e confirmou três mortes "após resistência às abordagens policiais" em três pontos diferentes do Guarujá. Posteriormente, na manhã de segunda-feira, 31, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), disse que a ação havia deixado oito pessoas mortas. Até o fim do dia, eram dez mortos. Ele negou que tenha havido excessos e disse que a polícia atuou de modo "profissional". Com os novos registros, o número chegou a 14, conforme as últimas atualizações.

O Ministério Público do Estado de São Paulo também disse que vai investigar a atuação da Polícia Militar durante a Operação Escudo, deflagrada após o assassinato do soldado Reis.

A deputada Delegada Ione Barbosa (Avante-MG) afirmou nesta terça-feira (1º) que os mortos pela Polícia Militar de São Paulo no Guarujá, litoral paulista, "mereceram morrer". Em pronunciamento na Câmara, ela ainda defendeu a execução de pessoas como instrumento para se descobrir o responsável pelo assassinato de um policial.

"E, com certeza, essas dez mortes, desculpe aqui, são de pessoas que mereceram, porque a polícia, com certeza, não mata à toa. Mata por necessidade. Para salvar o cidadão de bem ou para salvar a própria vida. Se é necessário matar dez pessoas para chegar até uma pessoa que matou um policial, que seja", disse, durante reunião da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado.

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O governo de São Paulo ainda não esclareceu as circunstâncias que resultaram na morte de pelo menos dez pessoas pela tropa estadual durante uma operação desencadeada após assassinato do soldado Patrick Bastos Reis, na última quinta-feira, 27. Entre elas, haveria até um homem com esquizofrenia e um vendedor ambulante encontrado com queimaduras de cigarro e um corte no braço.

O número oficial de mortes por ações policiais desde o assassinato do soldado chegou a 14 nesta terça-feira. A Ouvidoria da Polícia Militar estuda outros casos e o total pode chegar a 19.

Apesar de a deputada, oriunda de carreira policial, ter tratado como legítimo matar pessoas para se investigar a autoria de um assassinato de policial, a legislação brasileira não prevê essa prática. Moradores do Guarujá têm relatado casos de tortura e de abusos policias durante operações. Essas medidas também não encontraram amparo na lei e são consideradas criminosas.

A deputada sustentou em seu pronunciamento que a polícia não mata sem motivo. Contudo, há inúmeros casos de execuções sumárias sob investigação e também já comprovadas. Especialistas apontam que as mortes em série no Guarujá seguem a lógica da "operação vingança". Os casos de violência policial são a base dos debates sobre a implementação de câmeras em uniformes de policiais.

Dados divulgados em julho pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública mostraram que as polícias brasileiras mataram 6.430 pessoas em 2022. No ano anterior, foram 6.524 óbitos registrados. Em números absolutos, Bahia e Rio de Janeiro tiveram mais casos no ano passado: 1.464 e 1.330, respectivamente.

Com a repercussão da crise no Guarujá, o governador de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou que "não houve excessos". Ele classificou a atuação dos policiais como "profissional" e prometeu dar continuidade à operação.

O ministro da Justiça, Flávio Dino, por sua vez, disse "houve uma reação imediata que não parece, neste momento, ser proporcional em relação ao crime que foi cometido".

Quem é a deputada?

A delegada Ione Barbosa foi a deputada federal mais votada em Juiz de Fora. Na Zona da Mata mineira, obteve 44.084 votos. Ao todo, foi eleita por 52.630 pessoas. Ela apoiou a reeleição do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em 2022.

Em 2020, Ione Barbosa disputou a Prefeitura de Juiz de Fora, mas acabou em terceiro lugar. Como delegada, atuou na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher e na 4ª Delegacia de Polícia Civil.

Além de formada em Direito, é mestre em Ciências Sociais pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), com pesquisa sobre violência contra mulheres.

Subiu para 13 o número de mortos durante a Operação Escudo realizada em Guarujá, no litoral de São Paulo, segundo informações divulgadas nesta terça-feira, 1º, pela Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP).

"Treze suspeitos morreram ao entrarem em confronto com as forças de segurança desde o início da operação", disse a SSP. Mais cedo, o órgão havia confirmado 12 mortes, mas atualizou o número no começo desta tarde. Até segunda-feira, 31, eram dez óbitos.

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O assassinato do soldado militar Patrick Bastos Reis, de 30 anos, das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota), na quinta-feira, 27, desencadeou uma grande operação policial nos últimos dias para encontrar os suspeitos envolvidos no crime. Participam da ação 600 agentes de equipes especializadas das polícias Civil e Militar do litoral de São Paulo.

Reis e o cabo Fabiano Oliveira Marin Alfaya, da Rota, um dos batalhões de elite do Estado, foram baleados durante patrulhamento. Reis foi socorrido, mas não resistiu aos ferimentos. Alfaya foi atendido e permaneceu em observação na sexta-feira, 28.

Conforme a SSP, a Operação Escudo para repressão ao tráfico de drogas e ao crime organizado segue em curso na Baixada Santista. Ainda de acordo com a pasta, 32 suspeitos já foram presos e 20,3 quilos de drogas e 11 armas apreendidas. Entre eles está o suspeito de atirar e matar o policial militar Reis.

O suspeito foi preso no domingo, 30. Ele se entregou ao lado do Terminal Santo Amaro, na zona sul da capital paulista. Ele foi levado para Corregedoria da PM e, de lá, para a delegacia responsável pelo caso, no litoral.

Por determinação da SSP, todos os casos são investigação pela Divisão Especializada de Investigações Criminais (DEIC) de Santos e pela Polícia Militar por meio de Inquérito Policial Militar (IPM).

"As imagens das câmeras corporais serão anexadas aos inquéritos em curso e estão disponíveis para consulta irrestrita pelo Ministério Público, Poder Judiciário e a Corregedoria da PM", disse em nota.

Moradores relatam medo de andar na rua: ‘Pode ter confronto entre policial e bandido’

O clima é de tensão e medo no Guarujá em meio à operação que a Polícia Militar realiza na cidade do litoral paulista. Moradores relataram ao Estadão tiroteios, temor de sair de casa à noite e comércios vazios.

"Todo mundo está com medo de andar na rua à noite, porque tem muitas viaturas por aí e pode ter confronto entre policial e bandido", disse Almir Carvalho, morador do bairro Parque Estuário, onde um homem foi assassinado na sexta-feira. "Quem sofre são as pessoas que não têm nada a ver com isso."

"‘Tá' feia a situação. Fiquei sabendo que mataram uns aí. A gente que mora no morro ouve que nem é para ficar de bobeira na rua de noite. Sou catador e vejo muitas viaturas por todo lado. Tenho medo de acontecer alguma coisa comigo, mas tenho de trabalhar para ganhar um dinheirinho pelo menos para comer", contou Fabiano Oliveira, morador do morro da Vila Edna.

Ouvidoria investiga ação da polícia no Guarujá; governo nega abusos

No domingo, 30, a Ouvidoria da Polícia do Estado de São Paulo afirmou que dez pessoas tinham sido mortas durante a operação policial no Guarujá para encontrar o suspeito de atirar e matar o policial militar Reis.

Na ocasião, a SSP negou abusos e confirmou três mortes "após resistência às abordagens policiais" em três pontos diferentes do Guarujá. Posteriormente, na manhã de segunda-feira, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), disse que a ação havia deixado oito pessoas mortas. Até o fim do dia, eram dez mortos. Ele negou que tenha havido excessos e disse que a polícia atuou de modo "profissional".

A operação da Polícia Militar no Guarujá contra o crime organizado e o tráfico de drogas ao longo continuará por pelo menos 30 dias.

Ministério Público também vai investigar operação da PM

O Ministério Público do Estado de São Paulo vai investigar a atuação da Polícia Militar durante a Operação Escudo, deflagrada após o assassinato do soldado Reis.

Na segunda-feira, o procurador-geral de Justiça, Mario Sarrubbo, designou três promotores da Baixada Santista para, ao lado do Grupo de Atuação Especial de Segurança Pública (Gaesp), instaurar procedimentos para analisar as ações da Polícia Militar no episódio.

Um perfil atribuído a um ex-policial militar e outro supostamente de um policial militar em atividade com mais de 140 mil e 29 mil seguidores no Instagram, respectivamente, fizeram postagens comemorando a morte de baleados pela Polícia Militar de São Paulo na operação que ocorreu no Guarujá, na Baixada Santista, que deixou dez mortos, de acordo com o governo estadual.

Nos stories, um ex-soldado que se apresenta como Paulo Mandalho compartilhou vídeos com uma música que diz "hoje as pessoas vão matar. Hoje as pessoas vão morrer". Ao passo em que o boletim de mortos era atualizado, o perfil atribuído ao ex-soldado fazia novas postagens, comemorando e utilizando músicas como "Brilha Brilha Estrelinha" ao fundo.

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"Rota está igual Tele Sena. Com resultados de hora em hora", disse Mandalho em uma das postagens. Após ter suas atitudes na rede social divulgadas pela Ponte Jornalismo, ele disse "obrigado por me citarem na matéria" e comemorou em seguida os números de engajamento e novos seguidores. O Estadão não conseguiu contato com Mandalho.

Já o perfil atribuído ao soldado Diogo Raniere escreveu que "hoje as pessoas vão matar" em uma publicação nos stories, de acordo com prints e vídeos que circulam nas redes sociais. Depois, compartilhou uma imagem que diz: "Não façam movimentos bruscos, boinas pretas na área", junto a uma atualização sobre o número de mortos contabilizados pela polícia.

A cada atualização sobre número de mortos, o soldado também fez uma nova postagem comemorando. "Estamos na expectativa do décimo. Estamos só esperando. Quando chegar a informação, eu já mando para vocês aqui", disse Raniere, conforme mostra um dos vídeos.

Nesta segunda-feira (31), apenas uma postagem falando sobre os mortos na operação continuava ativa no perfil de Raniere. Trata-se de um vídeo em que policiais aparecem fazendo buscas em uma comunidade do Guarujá. "A caçada não para!", escreveu o soldado, junto a oito emojis de caixão. Consultado pela reportagem por meio do Whatsapp, o soldado Raniere afirmou que não quer se pronunciar sobre o caso.

Procurada, a Meta, empresa responsável pelo Instagram, não se manifestou até a publicação desta reportagem.

Questionada pelo Estadão, a Secretaria de Segurança Pública não esclareceu se investiga a autoria do conteúdo. A pasta afirmou que "que todas as mortes resultantes de ações policiais estão sendo rigorosamente investigadas pela Divisão Especializada de Investigações Criminais (Deic) de Santos e pela Polícia Militar por meio de Inquérito Policial Militar (IPM)".

Ainda de acordo com a pasta, neste ano cinco policiais da reserva e um em serviço morreram na Baixada Santista. "A fim de manter a segurança na cidade do Guarujá, a polícia irá prosseguir com a Operação Escudo por, pelo menos, 30 dias, com reforço policial na região."

Entenda o caso

A operação da Polícia Militar foi desencadeada após a morte de um soldado das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota), Patrick Bastos Reis, de 30 anos, na quinta-feira (27). Questionado sobre denúncias da população local, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) disse que "não houve excesso". "Houve atuação profissional que resultou em prisões e vamos continuar com as operações."

A gestão estadual disse ainda que dez pessoas foram presas, incluindo o homem suspeito de atirar contra o soldado que morreu. Tarcísio disse que os casos que resultaram em mortes serão investigados pela Polícia Civil. "Cada ocorrência é investigada, não há ocorrência que não seja investigada. Todas vão ser investigadas." O governador pontuou que "a polícia quer evitar o confronto de toda forma".

O secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, justificou as mortes dizendo que a violência parte dos criminosos e a polícia supostamente reage de maneira proporcional a ela. De acordo com ele, serão investigadas as imagens das câmeras das fardas dos PMs que participaram da operação para averiguar se houve excessos, mas a Secretaria entende que as denúncias de tortura e excesso de força policial não passam de "narrativas".

"Não chegou oficialmente nenhuma informação ou indício sobre caso de tortura", afirmou. Segundo Derrite, o vídeo gravado pelo suspeito de ter disparado contra Reis antes de se entregar a polícia, dizendo que faria isso para "acabar com a matança" foi uma instrução de seu advogado para "reforçar as narrativas".

Colaboraram Marco Antônio Carvalho e Fabio Grellet.

A investigação policial aponta que o suspeito de ter disparado contra o policial da Rota, Erickson David da Silva, de 28 anos, seria uma das novas lideranças do Primeiro Comando da Capital (PCC) que despontam na Baixada Santista. 'Deivinho' conheceu a facção há sete anos e teria recebido lições de tiro em uma das células do grupo criminoso instaladas nos morros existentes na região.

O promotor de Justiça do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), Silvio de Cillo Loubeh, que atuou na investigação e repressão aos saques de trens na Baixada Santista, acredita que os traficantes atiraram contra a polícia para proteger o ponto de tráfico. "Infelizmente, essa é a realidade da Baixada Santista. Nesses lugares a polícia é sempre recebida a tiros." Segundo ele, o atirador fazia parte da chamada "contenção" - grupos de pessoas armadas que protegem o ponto de tráfico.

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"Isso acontece em Santos, no Rádio Clube; em Cubatão, na Vila Esperança e na Vila dos Pescadores; em São Vicente, em Fazendinha, Dique do Piçarro, Dique da Caixeta e Sambaiatuba; e no Guarujá, na Vila Zilda. Se a polícia intensificar as operações, vamos ter mais confrontos", afirma Loubeh.

Investigações conduzidas em 2020 pelo MP-SP mostraram a ação da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) na Baixada Santista. Na ocasião, foi identificado que o traficante Frank Cavalcante Nobre, além de exercer a função de "cadastro final" na região do litoral paulista, também coordenava o tráfico de rua do PCC no Amazonas. Frank foi preso em agosto daquele ano, em Cubatão, mas outras lideranças ocuparam seu posto rapidamente.

Alguns chefes do PCC até são oriundos da Baixada Santista, como é o caso de André Oliveira Macedo, o André do Rap, um dos criminosos mais procurados do Estado. Também está foragido, mas sem abandonar a região, o traficante André Luiz dos Santos, o Keko, uma das pontes do PCC com o tráfico internacional.

Dificuldades enfrentadas

Um policial militar lotado no Guarujá, e que falou ao Estadão sob a condição de não ser identificado, contou as dificuldades que os policiais de fora, enviados para reforçar o policiamento na região, estão enfrentando.

"O pessoal aqui é mais fechado, mais desconfiado e solidário entre eles. Tem morro, mangue, muita 'quebrada'. Quem não conhece fica exposto", disse ele. Segundo o agente, o PM da Rota morto não teve tempo de conhecer a região. "Nesse aspecto, estava vulnerável", disse.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O clima é de tensão e medo no Guarujá em meio à operação que a Polícia Militar realiza na cidade do litoral paulista desde o fim da semana passada, após a morte de um soldado das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) na quinta-feira (27). Moradores relataram ao Estadão tiroteios, temor de sair de casa à noite e comércios vazios. "Todo mundo está com medo de andar na rua de noite, porque tem muitas viaturas por aí e pode ter confronto entre policial e bandido, e quem sofre são as pessoas que não têm nada a ver com isso", diz Almir Carvalho, morador do bairro Parque Estuário, onde um homem foi assassinado na sexta.

A operação da Polícia Militar no Guarujá contra o crime organizado e o tráfico de drogas ao longo do fim de semana deixou oito pessoas mortas entre sexta, 28, e domingo, 30. E a Polícia Civil do Guarujá confirmou mais duas mortes em confrontos na tarde desta segunda, 31. A operação continuará por pelo menos 30 dias. "Tá feia a situação. Fiquei sabendo que mataram uns aí. A gente que mora no morro ouve que nem é para ficar de bobeira na rua de noite. Sou catador e vejo muitas viaturas por todo lado. Tenho medo de acontecer alguma coisa comigo, mas tenho de trabalhar para ganhar um dinheirinho pelo menos para comer", disse Fabiano Oliveira, morador do morro da Vila Edna.

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Ao menos três tiroteios ocorreram ontem, segundo relatos ouvidos pelo Estadão. Um deles teria sido na região da Paecara, a poucas quadras da Avenida Santos Dumont, e outro em Conceiçãozinha, próximo do centro, nos arredores do terminal rodoviário. "Aqui do lado tem uma lanchonete que fica sempre cheia, mas agora está vazia", diz um comerciante que não quis se identificar. Viaturas passam em alta velocidade pelas principais ruas da cidade a todo momento. "Está uma insegurança muito grande, todo mundo tenso", disse.

Governo

Questionado, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) disse na manhã de ontem que "não houve excesso". "Não podemos permitir que a população seja usada, não podemos sucumbir às narrativas. Estamos enfrentando o tráfico de drogas, o crime organizado. A gente tem de ter consciência disso. A gente tem uma polícia extremamente profissional que sabe usar a força na medida que ela tem de ser usada. Não houve hostilidade, excesso, houve atuação profissional que resultou em prisões e vamos continuar com as operações", disse.

Tarcísio disse que os casos que resultaram em mortes serão investigados pela Polícia Civil. "Cada ocorrência é investigada", disse, ressaltando que "a polícia quer evitar o confronto de toda forma". "Nós temos uma polícia treinada e que segue à risca a regra de engajamento. A partir do momento que a polícia é hostilizada, do momento que há o confronto, do momento que a autoridade policial não é respeitada, infelizmente há o confronto."

Tarcísio destacou que "aqueles que resolveram se entregar foram presos". "O autor do disparo (contra o PM da Rota) foi preso, entregue à Justiça. A gente não quer o confronto, mas não vai tolerar a agressão porque a polícia reage e vai reagir." Entre as oito pessoas mortas na operação deste fim de semana, quatro já foram identificadas e têm passagens pela polícia, segundo o governo. Outras quatro continuam em processo de identificação. A gestão estadual disse ainda que dez pessoas foram presas, incluindo o homem suspeito de atirar contra o soldado Patrick Bastos Reis, de 30 anos, morto na quinta.

Arma

Segundo o secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite, não foi apreendida ainda a arma usada no disparo contra o policial. No entanto, a perícia mostrou que seria uma pistola de calibre 9 milímetros. O secretário informou ainda que o PM utilizava colete quando foi atingido, mas a bala penetrou em seu ombro em um ângulo em que foi possível chegar até o peito.

Derrite justificou as mortes dizendo que a violência parte dos criminosos e a polícia supostamente reage de maneira proporcional a ela. De acordo com ele, serão investigadas as imagens das câmeras das fardas dos PMs que participaram da operação para averiguar se houve excessos.

Direitos humanos

Representantes de entidades de proteção aos direitos humanos e de controle policial, além de entidades da sociedade civil, viajaram ao Guarujá nesta segunda-feira, para apurar denúncias de abuso policial e tortura de moradores sem ligação com o tráfico de drogas.

Participaram da comitiva integrantes da Ouvidoria das Polícias, da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (Condepe). O ministro dos Direitos Humanos e Cidadania (MDHC), Silvio Almeida, acionou a Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos para acompanhar o caso.

Claudio Aparecido da Silva, ouvidor das Polícias de São Paulo, assinou um documento publicado também nesta segunda-feira em que aponta o relato de movimentos sociais sobre uma série de possíveis violações de direitos na cidade do litoral paulista. "Diversos órgãos de direitos humanos vêm relatando uma série de possíveis violações de direitos na região, à margem da legalidade, com indicativos de execução, tortura e outros ilícitos nas ações policiais na região, por ocasião da referida operação." (COLABORARAM GONÇALO JUNIOR e MARCO ANTÔNIO CARVALHO)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), disse, nesta segunda-feira (31), que a operação da Polícia Militar no Guarujá ao longo do fim de semana deixou oito pessoas mortas. A ação foi desencadeada após a morte de um soldado das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) no fim da semana passada. Questionado sobre denúncias da população local, o governador disse que "não houve excesso". "Houve atuação profissional que resultou em prisões e vamos continuar com as operações."

Tarcísio concedeu entrevista coletiva à imprensa nesta manhã para falar sobre a operação. Neste domingo, a Ouvidoria das Polícias relatou ter contabilizado dez pessoas mortas durante a operação da PM na Baixada Santista, mas o número confirmado pelo governo até aqui foi de oito mortes. A gestão estadual disse ainda que dez pessoas foram presas, incluindo o homem suspeito de atirar contra o soldado Patrick Bastos Reis, de 30 anos, morto na quinta-feira (27).

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"Não podemos permitir que a população seja usada, não podemos sucumbir às narrativas. Estamos enfrentando o tráfico de drogas, o crime organizado. A gente tem que ter consciência disso. A gente tem uma polícia extremamente profissional que sabe usar a força na medida que ela tem que ser usada. Não houve hostilidade, excesso, houve atuação profissional que resultou em prisões e vamos continuar com as operações", disse o governador.

Tarcísio disse que os casos que resultaram em mortes serão investigados pela Polícia Civil. "Cada ocorrência é investigada, não há ocorrência que não seja investigada. Todas vão ser investigadas." O governador pontuou que "a polícia quer evitar o confronto de toda forma".

"Nós temos uma polícia treinada e que segue a risca a regra de engajamento. A partir do momento que a polícia é hostilizada, do momento que há o confronto, do momento que a autoridade policial não é respeitada, infelizmente há o confronto", disse Tarcísio nesta manhã.

Ele destacou que "aqueles que resolveram se entregar, foram presos". "O autor do disparo foi preso, entregue à Justiça. A gente não quer o confronto, mas não vai tolerar a agressão porque a polícia reage e vai reagir para repelir a ameaça."

Ângulo do disparo superou proteção do colete do soldado

De acordo com o secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, não foi apreendida ainda a arma que realizou o disparo contra o policial Reis. No entanto, a perícia mostrou que seria uma pistola de calibre de 9 milímetros. O secretário informou ainda que o PM utilizava colete a prova de balas quando foi atingido, mas a bala penetrou em seu ombro em um ângulo em que foi possível chegar até o peito do agente.

Entre as oito pessoas mortas na operação deste fim de semana, quatro já foram identificadas e têm passagens pela polícia, segundo o governo. Os outros 4 continuam em processo de identificação.

Derrite justificou as mortes dizendo que a violência parte dos criminosos e a polícia supostamente reage de maneira proporcional a ela. De acordo com ele, serão investigadas as imagens das câmeras das fardas dos PMs que participaram da operação para averiguar se houve excessos, mas a Secretaria entende que as denúncias de tortura e excesso de força policial não passam de "narrativas".

"Não chegou oficialmente nenhuma informação ou indício sobre caso de tortura", afirmou. Segundo Derrite, o vídeo gravado pelo suspeito de ter disparado contra Reis antes de se entregar a polícia, dizendo que faria isso para "acabar com a matança" foi uma instrução de seu advogado para "reforçar as narrativas".

O secretário disse que a operação contra o crime organizado e o tráfico de drogas na baixada santista continuará acontecendo por pelo menos 30 dias. Ela faz parte do projeto "Impacto Litoral". A Secretaria de Segurança Pública pretende aumentar o número de policiais militares na região a partir de 2024, com a contratação de novos agentes.

Nota fiscal de salgado levou investigadores a suspeitos

Derrite disse ainda que o homem que se apresentou como o autor do disparo contra o soldado é a pessoa que realmente está envolvida no crime, segundo apontam indícios coletados pelos investigadores.

A polícia teria encontrado uma nota fiscal no local do crime e, a partir disso, chegou a um estabelecimento comercial em que uma uma mulher - supostamente envolvida no crime e posteriormente presa - teria comprado um salgado horas antes. A partir disso, foram investigadas câmeras de segurança na região e encontrada a suspeita, que delatou outros criminosos, alguns deles também já presos.

"Temos provas testemunhais dos outros indivíduos presos confirmam que o Ericson foi o autor do disparo", disse Derrite. Um outro suposto envolvido no crime continua sendo procurado pela polícia.

Ouvidoria vai pedir imagens de câmeras dos policiais

Neste domingo, a Ouvidoria havia relatado dez mortes decorrentes da operação. "Temos registros de 8 boletins de ocorrência com 10 mortos. Mas temos uma informação ainda não confirmada de mais 2 mortes. Se confirmadas, serão 12 vítimas de quinta-feira até hoje", afirmou o ouvidor Claudio Aparecido da Silva ao Estadão.

O ouvidor afirma que vai pedir as imagens das câmeras corporais dos policiais envolvidos na operação. "Instauramos procedimento para acompanhar as apurações e vamos pedir as imagens das câmeras corporais. Vamos pedir os laudos necroscópico, balísticos, residuográfico e de local", afirmou. 

A Polícia Civil prendeu o suspeito de atirar e matar o policial militar Patrick Bastos Reis, de 30 anos, membro das Rondas Ostensivas Tobias Aguiar (Rota), na quinta-feira (27), no Guarujá, litoral de São Paulo. A informação foi confirmada pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) pelo Twitter.

"Atenção. O autor do disparo que matou o soldado Reis, no Guarujá, acaba de ser capturado na Zona Sul de São Paulo. Três envolvidos já estão presos, após trabalho de inteligência encabeçado pela @PMESP. A justiça será feita. Nenhum ataque aos nossos policiais ficará impune", escreveu o governador na noite deste domingo (30).

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A morte do soldado militar desencadeou uma grande operação policial no litoral nos últimos dias depois de ter causado comoção entre os policiais. Participaram da ação 600 agentes de equipes especializadas das polícias Civil e Militar do litoral de São Paulo.

Na Operação Escudo, pelo menos três homens morreram em abordagens policiais desde a quinta-feira, de acordo com a Secretaria de Segurança Pública.

De acordo com a inteligência da polícia, o disparo que matou o soldado Reis foi feito a uma distância entre 50 e 70 metros, do alto de uma comunidade em Guarujá. Os soldados foram atacados quando faziam o patrulhamento na Vila Zilda.

O ponto de origem do disparo foi identificado a partir da nota fiscal de uma lanchonete que estava com um dos suspeitos. Investigadores prenderam uma mulher que "exercia uma função logística" para os suspeitos, comprando alimentação.

Três homens morreram no Guarujá, litoral norte de São Paulo, em abordagens policiais desde que dois membros das Rondas Ostensivas Tobias Aguiar (Rota), tropa de elite da Polícia Militar, foram baleados durante patrulhamento na quinta-feira (27).

O policial militar Patrick Bastos Reis, de 30 anos, morreu quando recebia atendimento; já o cabo Fabiano Oliveira Marin Alfaya, de 39 anos, está internado e não corre de risco de morte.

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De acordo com a Secretaria de Segurança Pública, três homens morreram neste sábado "após reagirem a abordagens policiais em diferentes locais, no Parque Estuário; na Vila Baiana e no bairro Pae Cará". Ainda de acordo com o órgão, "a operação continua em andamento, intensificando a busca pelos suspeitos".

Na Operação Escudo, a polícia prendeu quatro homens, com idades entre 22 e 33 anos, e uma mulher, de 27 anos. Além das prisões, foram aprendidos cocaína (a quantidade não foi divulgada) e materiais utilizados para preparo e comercialização da droga. Participam da ação 600 agentes de equipes especializadas das polícias Civil e Militar do litoral de São Paulo.

De acordo com a inteligência da polícia, o disparo que matou o soldado Patrick Bastos Reis foi feito a uma distância entre 50 e 70 metros, do alto de uma comunidade em Guarujá.

O ponto de origem do disparo foi identificado a partir da nota fiscal de uma lanchonete que estava com um dos suspeitos. Investigadores prenderam uma mulher que "exercia uma função logística" para os suspeitos, comprando alimentação.

Os soldados foram atacados quando faziam o patrulhamento na Vila Zilda na quinta-feira. "Os PMs do 1º Batalhão de Choque faziam patrulhamento pela comunidade quando foram atacados por criminosos armados que efetuaram disparos de arma de fogo", informou a SSP. A ocorrência foi encaminhada para a Polícia Civil para o registro dos fatos.

Uma mulher achou um dente humano dentro de uma coxinha, no Guarujá, no litoral de São Paulo. Ela comia o salgado comprado pelo marido para o café da manhã dessa quinta (20), quando mordeu um pedaço mais duro no recheio e se assustou quando percebeu ser um dente. 

O portuário Luís Eloy Matias, de 52 anos, disse ao g1 que sempre comprava a coxinha na loja Laticínios Ilha de Guarujá Ltda. Adquirida por R$ 7, ele conta que a coxinha deixou a mulher traumatizada. 

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"Ela ficou traumatizada e enojada. A gente sempre comia esse salgado desse Laticínio [supermercado]", contou. "Eu comi a minha [coxinha], terminei de tomar o café e ela comia a dela. Ao mastigar começou a sentir algo diferente", continuou. 

Ele lembra que a esposa acreditava se tratar de um osso de galinha quando sentiu que havia mordido algo diferente. Depois perceber que era um dente, o casal voltou ao supermercado e relatou ao gerente.  

O funcionário pediu desculpas e sugeriu que o produto fosse trocado, mas Matias se negou a devolver a coxinha. Em seguida, registrou boletim de ocorrência e acionou a Vigilância Sanitária e o Procon. "Fiquei enojado. Nunca mais entro naquele estabelecimento [...] isso é um descaso, vou saber de onde veio esse dente? [Pode ter] uma bactéria", reclamou. 

O Laticínios Ilha de Guarujá Ltda. se pronunciou por meio de nota e apontou que os processos de elaboração de produtos atendem as normas exigidas pela Vigilância Sanitária e que os colaboradores garantem a higiene na elaboração dos alimentos, como uso de máscara, chapéu e luvas.  

A empresa ressaltou que todo o processo é altamente fiscalizado pelo chefe do setor e o profissional de nutrição e destacou que está há 21 anos em atividade, sem receber reclamações dos produtos. 

Osil Vicente Guedes, de 49 anos, morreu neste domingo (7) após ser vítima de agressão no meio da rua no Guarujá, na Baixada Santista. Ele foi acusado injustamente de roubar uma moto e espancado na quarta-feira (3). O dono do veículo informou à Polícia Militar ter emprestado a moto à vítima.

Osil estava internado desde a agressão na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Santo Amaro, no Guarujá, onde foi declarada a morte encefálica. Ele foi atacado com pedaços de madeira e capacete por três pessoas, segundo mostra um vídeo gravado por celular.

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"Não está bom para ladrão de moto, não. Ladrão de moto está se lascando", diz o autor da gravação. Nas imagens, dá para notar um homem caído no chão, que é acertado com um capacete na cabeça e que depois recebe um tapa na nuca de outro agressor. Para finalizar, ele é arrastado e arremessado no chão por um outro rapaz. O linchamento ocorreu no bairro Pae-Cará.

Testemunhas relataram à Polícia Militar que as agressões começaram após um grito de "pega ladrão" direcionado ao rapaz. Mas, após averiguação da Polícia Civil, o dono da moto afirmou que havia emprestado o veículo a Osil naquele mesmo dia e que mantinha contado há anos com a vítima.

O proprietário da motocicleta, cuja identidade não foi revelada, ainda definiu Osil como uma "pessoa trabalhadora e que não se metia em confusão". Osil atuava na área de reciclagem.

A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo disse, em nota, que foi comunicada da morte da vítima neste domingo. "A natureza da ocorrência foi modificada para homicídio e o irmão da vítima foi ouvido. Diligências prosseguem visando ao esclarecimento dos fatos", diz o texto.

Linchamento de dona de casa chocou cidade há 9 anos

Foi no Guarujá que Fabiane Maria de Jesus, há nove anos, foi vítima de uma notícia falsa postada em maio de 2014 no Facebook. A postagem viralizou, também no dia 3 de maio daquele ano, e ela foi confundida com uma suposta sequestradora de crianças para rituais de magia negra.

Fabiane foi amarrada e agredida por uma multidão após sair de casa no Bairro Morrinhos para ir à igreja. Ela ainda foi levada ao hospital, mas morreu dois dias. Fabiane era inocente, tinha duas filhas, uma de 13 anos e outra de um ano. O caso teve grande repercussão e se tornou emblemático de como fake news e a desinformação nas redes sociais podem resultar em violências.

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