O Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes) está preparando um relatório sobre as dificuldades enfrentadas em universidades federais após o Reuni. O documento contém relatos de professores e fotografias, como a de um laboratório improvisado dentro de um banheiro, na Universidade Federal do Pampa.
"O Reuni chegou a uma universidade que já enfrentava problemas, como a falta de professores e laboratórios sucateados. Essas questões foram aprofundadas. O Reuni vem com ideia de reestruturar a universidade, mas, na verdade, só ampliou o número de alunos e tornou mais precário o trabalho docente", diz Marinalva Oliveira, presidente da Andes.
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O relatório também critica o câmpus de Arapiraca da Universidade Federal de Alagoas, que fica ao lado de um presídio. Um prédio de hotel desativado foi alugado pela Universidade Federal do Oeste do Pará, para abrigar os alunos do câmpus de Santarém. "É um hotel abandonado, sem condições de abrigar cursos universitários", diz Marinalva.
A professora Kátia Lima, da Escola de Serviço Social e Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Federal Fluminense, defendeu tese de doutorado sobre o impacto do Reuni. "A explosão do número de vagas discentes nas universidades federais sem a necessária ampliação das vagas docentes é um dado alarmante", diz.
Ela cita algumas instituições, como a Universidade Federal Tecnológica do Paraná, que ampliou em 601% o número de vagas, a Universidade Federal do Triângulo Mineiro (313%) e a Universidade Federal do Recôncavo Baiano (277%).
O decano de Ensino e Graduação da UnB, José Américo Saad Garcia, defende o programa do governo federal. "O Reuni, para nós, foi uma maravilha. Passamos vários anos sem ter condição de contratar professor, de ter sala decente. Estava um caos. Não posso questionar, muito menos reclamar. O Reuni foi nossa salvação." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo